sábado, 14 de julho de 2012

ESTILHAÇOS DE ALMA

O meu ser padece de amnésia
Ele esqueceu todas as lições
Não guardou sequer uma palavra
Mas preserva a imagem de Jó
Raspando na pele os cacos de suas úlceras

Leio os lábios de um ser sem alma
Que fala de sofrimentos a homens que sofrem
Suas palavras são redondas e ocas

Há uma razão e uma métrica nas frases mortas
É a medida da inexatidão e do vazio

Minha alma não reflete-se no espelho
Não há espelho mais em minha vida
Sobraram apenas estilhaços de vontade de existência

Elói Alves

2 comentários:

  1. Alquebrada se encontra a essência cuja ausência impede o existir... é preciso ânimo forte pra deixá-la novamente refletir!

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  2. Oi, Ira, muito grato, querida, por sus leitura seu gentil comentário! Abraços gratos, amiga!

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