quarta-feira, 14 de março de 2018

A PALAVRA E A BALA

Quando uma autoridade pública, cujo papel não é outro senão administrar segundo a lei, fere o principal mandamento legal, de não atingir a dignidade das pessoas, usa, para fazer calar aqueles que levantam a voz para dizer o que pensam sobre uma decisão política que compromete suas vidas, a força da bala e da borracha, esse agente público iguala-se à pior tirania.
A proposta de mudança da Previdência dos Servidores Públicos da cidade de SP não poderia, obviamente, ser discutida sem que estes levantassem sua voz para dizer o que pensam sobre aquilo que compromete suas vidas, seu suor e sangue. Mas, à voz deles, responderam com a força do porrete e da bala de borracha e com outros instrumentos militares.
Tristemente, em um país onde sobram bandidos - privados e públicos-, os que querem exercer o direito sagrado e Constitucional de fazer ouvir o que pensam sobre aquilo que toca a sua condição humana, o que com sua força produz, são reprimidos como bandidos.
Pior ainda: como bandidos meticulosos, os que assim se portam, culpam habilidosamente as vítimas de sua truculência, porque, se elas se curvassem, obedientemente, nenhum outro dano teriam. É isso?
Elói Alves




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