sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O JARDIM POÉTICO DE MARCOS FONSECA - posfácio de Elói Alves

Posfácio para o livro O inevitável amor, do poeta, músico e historiador Marcos Fonseca

Entramos. Diante dos olhos, então, este jardim, ao qual Marcos nos convida, e que floreou com talento, arte e, sobretudo, amor: O inevitável amor.
À entrada, uma e outra flor nomeadas, a um amigo, um companheiro de trabalho, ou uma homenagem sob condições da pungente intimidade e separação extrema. Mas é trilhando vagarosamente por seus pequenos caminhos que nos detemos diante de um magnífico encanto, de uma pérola, onde a beleza do que brilha ante os olhos junta-se a sons, a ritmos, cantos de pássaros, desse jardim de poesias, aos sons e ao sabor de águas refrescantes e litorâneas.
A obra do poeta é amplamente sinestésica. Nela, o sentido se excita por um conjunto de sensações que se remetem ao visual, aos sons, aos sabores, ao tátil, a uma mescla sensorial fruto de seu trabalho artístico, de sua mão de artífice coadunada à sensibilidade que o marca como humano. Seus poemas ao passo que apela aos sons, o faz ao mesmo tempo aos olhos, pela justaposição, pela disposição, de seu trabalho na tela.
Sua poesia, que pulsa a subjetividade e lirismo, é igualmente fruto de uma relação humana objetiva. Refere-se a situações concretas do cotidiano, de um olhar atento ao outro, dos gestos que pensam e cuidam, de contato com as pequenas coisas, numa busca de poetizar as relações humanas.
O inevitável amor parece-me um livro-jardim para ser revisitado sempre. Sua leveza, sua beleza, ao mesmo tempo que nos amenizam o peso da tumultuada vida agitada, também, ensinam-nos muito sobre as relações humanas, não apenas como mestres e alunos, mas, acima de tudo, como seres humanos.  Logo volto ao portão da primeira página.
Elói Alves
 
O poeta Marcos Fonseca, à esquerda, e o escritor Elói Alves

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