sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

SOBRE OS NOVOS ÍNDIOS ISOLADOS NO ACRE E A CIVILIZAÇÃO



Nesta semana fotografaram uma nova Tribo pelos lados do Acre; nas imagens eles se escondem entre as árvores, assustados com o helicóptero tentando captar imagens; são grupos de seres humanos - calculam uns trezentos - que optaram pelo isolamento total, pelo afastamento dos “homens brancos”.
Os agentes do Estado os perseguem pelo alto, para registrá-los, pesquisá-los, catalogá-los...; daqui me vem a imagem da águia, ou mesmo do urubu, sobre suas caças, e agarram-nas em voos rasantes contra o solo.
A ideia, os discursos não mudam muito à época dos colonizadores quinhentistas; civilizá-los, educá-los, salvar suas almas, protegê-los. Eles, por seu lado, escondem-se, ocultam-se, embrenhados nas matas; querem ocultar-se e viver suas vidas, em sua felicidade silvestre, longe do perigo da civilização; numa coragem que no fundo não temos e invejamos;
 Escondemo-nos entre a selva de pedras, nas várias maneiras ou manias ensimesmadas, e, para alguns, no mundo mais interior possível, no mais íntimo, reconhecendo o perigo dessa vida tida por ideal e máxima da magna societas societatis, e da qual os indígenas, agora poucos, e outrora muitos, sempre souberam, em sua sabedoria simples, que no fundo não é nada mais do que é e do que a roupagem esconde.
Elói Alves

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

LANÇAMENTO DE "CONTOS E CAUSOS NOTARIAIS" - imagens


       No último dia 7, quarta feirra, foi lançado em São Paulo, na livraria da YK Editora, no centro, o livro Contos e Causos Notariais, de autoria do Jurista e  Tabelião Doutor Arthur Del Guércio Neto; o livro, que teve o prefácio escrito pelo escritor Elói Alves, traz narrativas literárias com conteúdo jurídico e episódios do cotidiano do Tabelião. O prefácio está disponível para os leitores no link:http://www.escritoreloialves.com.br/2016/11/prefacio-para-o-livro-contos-e-causos.html
 Elói Alves ao lado do autor, Dr Arthur Del Guércio
 Elói Alves com o Professor, Escritor e Jurista Dr Thales Ferri e sua esposa


sábado, 3 de dezembro de 2016

O DESLIGAMENTO DA VENEZUELA DO MERCOSUL E OS CANHOTOS - Perguntero

     Os Chanceleres do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina assinaram carta em que consta a suspensão da Venezuela do Bloco, no qual havia entrado pela breve suspensão do Paraguai em 2012, que se recusava, até então, a ratificar sua entrada, que deve ser feita por todos os membros fundadores na admissão de novos associados. O motivo de sua retirada seria o descumprimento de normas por parte da Venezuela.
     Maduro rejeita a saída e afirma tratar-se de um "golpe de direita" dos outros países contra o Bloco. Seria a expressão uma metáfora de Maduro reforçando as posições ideológicas contrastantes ou de pensamentos políticos maniqueístas considerados de "direita e de esquerda" que reacenderam na Região? Ou seria uma alusão aos punhos dos que batem forte com a mão direita? Nesse caso haveria preconceito contra os pugilistas canhotos e outros com cuja mão esquerda são mais hábeis? 
     No caso de Maniqueu, a mão esquerda, se fosse a mais forte, seria divina ou diabólica?

 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

A RENÚNCIA DOS PROCURADORES DA LAVA JATO - Perguntero


         A anunciada renúncia coletiva dos Procuradores da Operação Lava Jato, que ocorreria caso passasse a Proposta de Lei que tramita no Congresso, cujo texto tem por objetivo criminalizar juízes e membros do Ministério Público por crime de responsabilidade, supostamente com intuito de minar forças desses profissionais em sua atuação de combate à corrupção, não seria um ato contra a própria sociedade que os apoia nessa luta travada? 
         Não estariam, na verdade, esses profissionais que têm prestado louvável serviço ao país caindo nas armadilhas malignas armadas pelos políticos corruptos? Não seria hora, ao contrário, de trabalhar ainda mais forte contra a corja corrupta, inclusive coordenando um maior apoio cívico?

domingo, 27 de novembro de 2016

PREFÁCIO PARA O LIVRO "CONTOS E CAUSOS NOTARIAIS", DO JURISTA ARTHUR DEL GUÉRCIO

         




Prefácio para o livro  Contos e Causos Notariais, de Arthur Del Guércio Neto, professor e jurista



O presente livro, do escritor, jurista e tabelião Arthur Del Guércio Neto, proporciona ao leitor duas características autorais historicamente pouco conciliáveis no Brasil, a saber, a do jurista e aquela própria do cronista. No Brasil aparecem de maneira abundante, ao longo de sua história, cronistas excepcionais como um Fernando Sabino, um Paulo Mendes Campos, um Lima Barreto e seu contemporâneo Machado de Assis. Entre os juristas não deixam de jorrar exemplos de expoentes como um Miguel Reale, próximo a nós, e Teixeira de Freitas, para lembrar o cognominado “jurisconsulto do império”, no século XIX, entre tantos outros.

A crônica é um gênero narrativo de pouca extensão, familiar ao conto e ao causo, em muitos casos esses gêneros textuais são limítrofes e se confundem. A crônica surgiu como texto de jornal no século XIX, onde a narrativa aparentemente simples se desenvolve a partir e em torno de algum acontecimento do cotidiano, de uma notícia do dia anterior, simples e até aparentemente banal. O conto surge quando a narrativa se torna mais complexa, quando seu enredo alcança maior densidade e o causo, por sua vez, caracteriza-se como pequenina narrativa, singela, anedótica e caricatural, cuja pretensão única é fazer rir, um riso, por assim dizer, despretensioso.

A característica fundamental dessas narrativas é a arte de contar; a literatura jamais teve um conteúdo fixo ou matéria específica, conta tudo o que diz respeito ou interessa ao homem. Neste livro a matéria é o Direito ou os serviços prestados às pessoas por esse profissional do Direito, o Tabelião, num modo peculiar de contar, simples e rico, que informa ao leitor, com o teor jurídico, e o agrada com sua arte. Justamente aqui se encontra outra característica primordial deste profissional notarial de cuja obra falamos, que é sua  a paixão de informar, de levar à população o conhecimento dos serviços de que pode dispor junto ao Tabelião, com absoluta segurança jurídica.

Os textos aqui reunidos surgiram, em sua maioria, no jornal O diário do Tietê, com intuito de levar ao público geral informações sobre os serviços notariais. Ao lê-los, já de início, encantei-me, como amante da arte de contar, com o potencial narrativo do doutor, coisa pouco peculiar entre os juristas, sobretudo devido ao rigor conceitual da Ciência Jurídica, e mais comum em obras literárias. O ápice aparece em textos como “A senhora namoradeira”, em que os temas do Direito, ligados aos serviços rotineiros do Tabelião, como o testamento, se permitem a companhia das liberdades poéticas, da construção literária em alto nível e do tão saboroso humor, objeto de geniais autores da literatura em praticamente toda língua.

Em Contos e causos Notariais, o leitor encontrará, portanto, o conhecimento e a utilidade dos serviços jurídicos de um Tabelião ofertados à população, com segurança da lei e a objetividade dessa ciência, entrelaçados em textos de saborosa arte literária, junto à qual se, também, um notável e leve aspecto sapiencial, uma sabedoria que se dilui na experiência pessoal e humana do profissional, na arte de ouvir e no poder da reflexão, encontrados na obra que nos dá, como presente, o doutor Arthur.

Boa leitura!

Por Elói Alves, advogado, professor, formado em Letras pela Universidade de São Paulo-USP e em Direito pela FMU, autor, entre outros, dos livros O olhar de lanceta: ensaios críticos sobre literatura e sociedade e do romance As pílulas do santo Cristo.

Leia o prefácio à terceira edição no link abaixo:
REAL COM ARTE: O letrófilo: PREFÁCIO À 3ª EDIÇÃO DO LIVRO 'CONTOS E CAUSOS NOTARIAIS'

Elói Alves ao lado jurista e escritor Thales Ferri e Cristiane Ferri

CONVITE PARA O LANÇAMENTO DO LIVRO "CONTOS E CAUSOS NOTARIAIS"


 No próximo dias 7, quarta feira, será lançado em São Paulo o livro Contos e Causos Notarias, de autoria do Jurista e Tabelião Dr. Arthur Del Guércio Neto, obra que tem o prefácio do escritor Elói Alves.
O livro traz textos narrativos com informações e acontecimentos no âmbitos dos Cartórios de Nota nos quais o autor trabalhou, sempre numa linguagem clara e envolvente, informando e enriquecendo o público leitor com temas notariais.
O lançamento ocorrerá na Livraria da Editora YK, na Rua Conde do Pinhal, 80, atrás do Fórum João Mendes, às 19h.  
O prefácio do livro pode ser lido pelo link:  
http://www.escritoreloialves.com.br/2016/11/prefacio-para-o-livro-contos-e-causos.html 

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

JUSTA HOMENGAEM AO GRANDE LIMA BARRETO NA FLIP 2017

          Lima Barreto será homenageado na Flip 2017; posto em segundo plano por muitos a sua época, considero-o uma das raras inteligências do país e um dos autores cuja obra é inesquecível, seja na ficção narrativa de um Policarpo Quaresma, seja nas maravilhosas crônicas publicadas nos jornais cariocas no início dos anos 20, reunidas em livro pela Folha de S. Paulo; sua obra apresenta um fino humor e acutíssima compreensão crítica da realidade social e política do país no início do período republicano; uma prosa centenária que o tempo reafirma.


quinta-feira, 10 de novembro de 2016

DE BUSH A TRUMP - DERROCADA AMERICANA? - Perguntero

        Os EUA e sua avançadíssima sociedade têm essa bela capacidade de si dar, e dar de certo modo ao mundo, esses maravilhosos presentes como Bush e Trump; o próprio Trump diz que os EUA não são mais os mesmos, o Império estaria em decadência. Seria ele mesmo, Trump, uma prova viva dessa derrocada, dessa incapacidade americana de se dar um líder menos destrutivo?  



quarta-feira, 9 de novembro de 2016

PREFÁCIO PARA O LIVRO "SACRE COEUR", DE MÁRCIA VILLAÇA




Apresento aqui o prefácio para o livro Sacre Coeur, da escritora  Márcia Villaça, que escrevi a convite da Editora Essencial, na pessoa do Editor e jornalista Carlos Torres, a quem agradeço a honra de me permitir riscar algumas palavras sobre uma autora cuja arte e saber admiro.

No presente livro, Sacre Coeur, a escritora Márcia Villaça presenteia o público com uma arte poética que transcende, em muito, um simples versejar.
Cidadã e artista cosmopolita, que trouxe para sua obra sua vivência rica de experiências culturais e humanas experienciadas pelos países e continentes por que passou, no contato com culturas centenárias, de história milenar, cuja maturidade se alcançou com a diversidade dos avanços do conhecimento científico, com o amplo desenvolvimento da arte, da literatura e da filosofia, mas também no contato com a dor, com o colapso da civilização na experiência trágica das grandes guerras.
Tudo isso se pode entrever na presente obra de Márcia, como em um “altar sem o batismo concebido” ou na “purificação da ira” e no “beijo como prenúncio da morte”. Entretanto, a autora projeta sua arte como uma arquiteta da poesia. Nela se juntam uma sugestiva mescla sensorial, a sucessão de imagens, antíteses, a beleza e suavidade dos versos enxutos, feitos sob uma métrica mágica.
Para a artista, há “matemática demais na vida”, em prejuízo da “metafisica dos números”. Assim, Márcia associa sua poesia à filosofia do equilíbrio, entre, verseja ela, “o ruído e o silêncio”. Aproxima-se, pois, sua arte ao pensamento de Aristóteles, para cuja filosofia a virtude estava no meio, e não nos extremos, onde se encontraria o vício, o defeito.
Sacre Coeur é o sagrado coração da humanidade, que pulsa entre a comédia e a tragédia, mas o faz, aqui, com outra arte, que é a poesia, sensível e tocante de Márcia, que leva o leitor à “imensidão do infinito”, que “leva-nos além” e esconde as estrelas no manto azul anil celestial”.



 Capa de Sacre Coeur, de Márcia Villaça
livro de poesias ISBN: 978-85-68672-23-5, 20 reais Editora ESsencial. O livro está disponível  online www.editoraessencial.com.br
Márcia Villaça em evento literário em SP

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