terça-feira, 7 de setembro de 2021

BREVE ANÁLISE DO POEMA 'CAMPOS DO JORDÃO', DE ARTHUR DEL GUÉCIO NETO

 

Abaixo, compartilhei uma breve análise do poema Campos do Jordão, do escritor e poeta Arthur Del Guércio Neto, cujos textos tenho lido prazerosamente.
 

Campos do Jordão 

 

A nossa conexão 

Tem raízes em outra dimensão 

Penso eu 

Fincadas no coração 

 

Ainda criança e adolescente

Tive a felicidade de experimentar o seu encanto

Não só baseado no frio

De que as pessoas falam tanto 

 

Verde Natureza

Azul Céu 

Águas em cachoeiras

Que escorrem como um véu 

 

Em 2005 fui em ti morar

Para minha jornada como Tabelião iniciar

Foram lindos 7 anos

E um até logo acenar

 

Mesmo à distância

Não consegui me separar

E após alguns anos

Com uma Jordanense vim a me casar

 

Daí por diante, cada vez mais me preenchi de Campos do Jordão

Com o ar inflando o pulmão

Tive a honra de receber o título de Cidadão (Jordanense)

E a ti Campos do Jordão entregar os meus filhos

 

Nada mais justo

A quem tanto me doou

Sem nada pedir em troca

Em minha vida se consolidou

 

Nesse constante vai e vem

Guardo comigo

Uma grande e absoluta certeza

A de ti não viver SEM!

 

Análise do poema


O azul céu

Já de início se nota a cuidadosa construção artística, com a forma usada para construir o ritmo, as rimas, em sua elaboração alternada que forma uma deliciosa cadência, com uso de rimas ricas, como se vê em par “encanto/tanto”(2ª estrofe), surgindo uma notável sonoridade poética, com a bem trabalhada diversidade das categorias gramaticais.

Por todo o poema se espalha sensibilidade poética e um lirismo que reflete o eu-lírico na pessoa do próprio poeta, seu encanto pela cidade que o recebe e que dele recebe gratidão retribuída.

Ainda, no mesmo soprar lírico, os encantos verdejantes, o “Azul Céu” e “Águas em cachoeiras” “escorrem como um véu”, numa bela integração com a natureza vitalizada e iluminada pelo olhar poético, somente possível pela sensibilidade que não se integra à mesquinhez do imediatismo e da ação apressada e míope que amarelece o verde e escurece o azul do céu.

 

 Elói Alves

 

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