sábado, 15 de setembro de 2012

A CULTURA E A PETECA DOS BRASILEIROS (Perguntero)

A pasta da cultura é agora a peteca da vez no governo federal. Perguntada nesta semana por uma repórter, se a ida de Marta Suplicy para o ministério irá ajudar a campanha petista à prefeitura de São Paulo, a presidente limitou-se a dizer que “a jornalista era inteligente”. Mas será uma questão de inteligência ou de obviedade quando se sabe que os interesses do país estão condicionados aos interesses político-partidários, empresariais e corporativos?
Na posse da nova ministra Marta, agora a grande chefe da cultura brasileira, Dilma disse que ela continuaria “as transformações que estão fazendo na cultura do país”
Transformar a cultura pode ser muito fácil. Meu avô a transformava com a simples mudança de uma consoante, ficando assim: “Curtura”.
Não sei ainda qual é a mudança, sei apenas que a cultura é agora a peteca da vez no jogo político paulistano e federal. Ou seriam os brasileiros essa peteca? Seria a cultura uma peça da jogatina nacional? Ah, e a nova ministra cultural começou bem, prometendo um “vale cultura”. Será que vale mesmo como cultura? Está ai a grande transformação que eles alegam ou seriam só mais uma petecada? A verdadeira mudança cultural "para melhor" de um país não deveria começar pela profunda e revolucinária educação de seu povo, passando, primeiro, pela profunda educação cívica de seus líderes?
Zé Nefasto Perguntero

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O MENSALÃO E O DIZIMÃO

Numa semana conturbada, em que certamente milhões de brasileiros ficaram estarrecidos com tanta confusão envolvendo dinheiro público, que felizmente veio à tona, houve ainda a trágico-cômica prisão do executivo do PT (Partido dos Trabalhadores) com milhares de dólares na cueca, em São Paulo, e as muitas malas das quais sete com mais de 10 MILHÕES de reais, apreendidas pela Polícia Federal em Brasília, em poder do Deputado Federal e Bispo da Igreja Universal do Reino de Deus - IURD- sr. João Batista, que disse aos repórteres se tratar de “contribuição”. Já o sr. Marcelo Crivela, Senador e Bispo da mesma, declarou no Senado ser “dízimo”.
Sem falar aqui da evidente evasão fiscal e da driblagem que esses santos homens operam no sistema de arrecadação do Estado (que pertence pelo menos em tese à sociedade e ao qual juram probidade absoluta como cidadãos e parlamentares da nação), como a CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira) criada por Suas Exs. e que o cidadão comum paga inexoravelmente, pergunto: Será mesmo em sentido exato contribuição e dada, desse modo, dentro da mais ampla liberdade de consciência? Parece não ser assim. Consoante ao dízimo as igrejas, cuja política de expansão é de cunho imperialista, como é a dos bispos citados acima e ,entre outras, a Pentecostal Deus é Amor-IPDA, as Assembléias de Deus, a Renascer em Cristo pregam que 10 % da renda das pessoas pertencem a Deus, e aquele que não os dá à igreja, que é responsável por sua coleta e administração, é, por isso, ladrão.
A palavra dízimo pode, pelo latim(decimus), significar realmente a décima parte de um todo e dizimar era, por exemplo, matar um de cada dez soldados de uma legião. Já esses insofismáveis oradores valem-se exaustivamente de um único versículo bíblico (Malaquias 3:10) do Antigo Testamento que data de mais de quatrocentos anos antes de Cristo. Este, que condenou, no SERMÃO DA MONTANHA, o acúmulo de, ipsis litteris, “tesouros na terra onde o ladrão rouba...”, Cristo, nunca, nenhuma só vez, pregou o dízimo de forma sistemática, citou-o uma vez(Mt 23:23), é verdade,mas inferiorizando-o, e nunca, repito, de nenhuma maneira o instituiu de forma litúrgica como fazem hoje esses pobres-de-Cristo. Na igreja primitiva isto também não ocorreu. Paulo, que tinha e exercia uma profissão, pediu, numa ocasião de catástrofe, uma ajuda humanitária sem estipular quaisquer números, e censurou em suas Epístolas a ganância e, diz ele, “o amor ao dinheiro é a raiz de todo mal(I Tm 6:10)”. Hoje, ao revés do que diz a bíblia, que muitos dizem ser a verdade sem conhecê-la minimamente, pois o que vale é a palavra do líder, o ofertório monetário é parte, não apenas integrante, mas principal do culto ou da reunião capitalista, onde aquele que dá mais, dizem eles, recebe mais de Deus. Será mesmo assim que ocorre com os freqüentadores que conhecemos em nossos bairros, onde se permitem ver sem os estratagemas e maquiagens da propaganda?
Interessante: Em algumas igrejas, como na IPDA, não se pode ler jornal, uma vez que os escritores são endemoninhados. Já na IURD, estipulam-se quantias milionárias, na Fogueira Santa de Israel fazem-se “sacrifícios” financeiros sem os quais, diz o homem de Deus do alto do santo altar, sem os quais os Céus não os abençoarão. Há também, em algumas reuniões o Dízimo de 20%. Respondei-me peço-vos, sapientes seguidores incondicionais de homens de Deus e vós outros sectários de partidos políticos, respondei-me: 20% é dízimo ou uma aberração matemática? É possível mesmo que haja muito mais coisas além da ignorância do povo que o fazem, a um só tempo, viabilizar e manter certas estruturas burocráticas religiosas ou eclesiásticas e político-ideológicas e sofrer os males e o odor que emergem delas.

Elói Alves
(Este texto foi escrito em 2005, à época dos acontecimentos citados no texto e ao surgimento das denúncias do mensalão, agora em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A NOVA MINISTRA DA CULTURA DO BRASIL (Perguntero)

Por meio de uma nota oficial, a presidente da República informou que Marta Suplicy substituirá a artista e compositora Ana de Hollanda no Ministério da Cultura do país. Antes de Hollanda, passou pelo Ministério o músico Gilberto Gil, ainda no governo de Lula.
A nota oficial da presidência diz ainda que Marta continuará “as políticas que estão transformando a área da cultura nos últimos anos”.
Realmente não sabia que estavam transformando a cultura do Brasil nos últimos anos, mas não fico surpreso. Apenas lamento não saber de que ano parte essa transformação. Seria uma transformação cultural pré-Lula ou englobaria o seu período no governo? Outra dúvida que está a me incomodar: essa transformação da cultura do Brasil terá a cara da Marta ou da Dilma?
Zé Nefasto Perguntero

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