sexta-feira, 16 de março de 2012

MORRE AZIZ AB`SABER

Morre o geógrafo e professor Aziz Ab`Saber em SP,aos 87 anos. Professor da FFLCH-USP,cientista de raro saber e simplicidade, que tive a oportunidade de conhecer na época de graduação, foi, certamente, um dos grandes e raros orgulhos brasileiros. Fará falta!
Elói Alves

terça-feira, 13 de março de 2012

SANTOS: DO “PÉS NA COVA” AOS PÉS "MORTÍFEROS"

Alguns anos atrás, após fracassar com um time formado por jogadores famosos e veteranos, como Rincon, jogador colombiano bastante experiente e rodado em diversos clubes brasileiros, a direção do Santos resolveu implatar na Vila Beomiro um projeto atípico para o futebol em sua era capitalizada, cujo hábito é a formação dos "times grandes" com jogadores famosos e caros. Defendido por Pelé, esse projeto foi denominado de “Pés no chão”.
Não tardaram a surgir as críticas mais duras, da torcida, ansiosa por títulos, e de jornalistas, habituados com elencos formados por “estrelas”. O projeto foi logo rebatizado pelo público como “Pés na cova”.
Não demorou nada, para sorte dos santistas, e um time de jovens talentosos, destemidos e audaciosos, despontaram, com Robinho e Elano puxando a turma. Além de disseminar a "febre das pedaladas", "os meninos da Vila" foram campeões logo de entrada, desbancando o São Paulo e, depois, o Corinthians, então comandado por Parrera.
As críticas foram silenciadas pelos aplausos dos mesmos críticos, agora com a boca aberta por encantamento.
Não era o ápice ainda. Uma geração abaixo daquela molecada viria surgir ainda com mais força: era a era de Neymar e Ganso, mostrando, definitivamente, a importância daquele projeto consciente e razoável, que partiu com os pés no chão para os “pés na glória”. De outro modo, do “Pés na cova”, o Santos chegou aos Pés "mortíferos" de Neymar, o qual, ao tempo em que aniquila seus adversários, enche os olhos da torcida e da crítica dita especializada.
Elói Alves.

segunda-feira, 12 de março de 2012

NOTA SOBRE A CBF E A RENÚNCIA DE SEU MANDATÁRIO

Aleluia! Chove em São Paulo há três dias e Ricardo Teixeira não é mais presidente da CBF. A Chuva começou antes de sua renúncia e continuará ainda um pouco mais, pelo menos por hoje. A Natureza não chora ou nos refresca apenas, alivia-nos. Não creio, porém, que haja algo de melhor, nem que o futebol ajude efetivamente o país, assim como não sinto-me representado por sua entidade nacional máxima; mas é muitíssimo bom respirar esse ar mais puro, que chega agora com essa "chuva de março" dividindo estações e limpando o espaço.
Elói Alves

domingo, 11 de março de 2012

RIQUEZA E POBREZA NO BRASIL E A ILUSÃO DOS BRICs

      As desigualdades econômicas têm aumentado entre os países nas últimas décadas, apontando para questões problemáticas na estrutura do modelo econômico da atual ordem mundial. E a mesma desigualdade se verifica internamente, praticamente em todos os paises no estágio atual da economia global. Mesmo os paises que há algumas décadas atrás contribuiram para uma sociedade nacional economicamente mais igualitária, como aqueles que sustentavam uma política de bem estar social ( Welfare state), já tiveram esses modelos modificados e substituídos.
      O caso do Brasil é curioso: um país de PIB (Produto Interno Bruto) absoluto enorme, que esteve nas últimas décadas sempre entre as quinze economias mais produtivas, mas que apresenta muitas incoerências e enganos, se olhados apenas os dados positivos.
      De uma outra ótica, quando se observa a renda “per capta”, que aponta para a má distribuição de renda do país, o baixíssimo nível de desenvolvimento humano (IDH), confirmado por diversos organismos internacionais, as deficiências dos serviços públicos básicos, a má formação educacional etc, verifica-se como é contraditório o discurso segundo o qual o Brasil está a caminho de ocupar um lugar entre as nações ricas e desenvolvidas.
     A grande questão está na profundidade do problema, o qual, como apontara Celso Furtado, está na estrutura da formação histórica da economia do país, no tipo de “Formação Econômica do Brasil”. Nesse sentido, verifica-se, para corroborá-la, a produção econômica nacional liderada por produtos do gêneros das “commodities”, por produtos primários, cujos mercados o governo esforça-se para ampliar através de diversas parcerias e acordos pelo mundo, seja em bloco, seja em organismos internacionais ou bilateralmente, que é uma alternativa que lhe cabe assegurar.
     Outro problema é a instabilidade do crescimento econômico brasileiro ao longo das últimas décadas. Ao contrário da China, que tem crescido de forma linear e praticamente estável nos últimos trinta anos, os demais países dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) não demonstram o mesmo tipo de crescimento histórico.       Além disso, as perspectivas de que, segundo vários analistas como os economistas da Goldman & Sachs, os países desse grupo iriam liderar a economia e ocupar os lugares dos países desenvolvidos por volta de 2040 são bastante duvidosas a partir de uma análise das estruturas internas dessas mesmas economias.
      Exceto a Rússia com algumas peculiaridades, todos os demais membros dos BRICs apresentam enormes dificuldades estrtuturais em suas economias, no âmbito interno. Índia, Brasil e China são países praticamente continentais, de enormes populações que vivem à margem de seu crescimento econômico. Ou seja, nesses países a riqueza não engloba o povo, cujos integrantes, em muitos casos, estão jogados à miséria, e mesmo a classe média vive uma vida descuidada de uma boa educação, excluídas de uma interatividade profunda com a cultura, sem consciência cívica, carente de adequado sistema de saúde pública e desprovida de uma ampla consciência dos fundamentos históricos de seus problemas mais básicos e mais rudimentares. Por outros termos: estão todos a mercê dos chamados ciclos econômicos, que amenizam os efeitos das crises, cada vez mais sérias, e propocianam poder e riqueza a uns e medo, miséria e submissão aos demais.
Elói Alves

 Leia o primeiro capítulo de As pílulas do Santo Cristo romance de minha autoria cujo lançamento será dia 27/11, no Restaurante Rose Velt, pça Roosevelt, 124, das 19:00 às 21:30 h.:
http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/10/as-pilulas-do-santo-cristo-1-capitulo.html

Abaixo, pode-se ler também o prefácio feito pelo escritor e mestre em Literautra Comparada pela FFLCH-USP Edu Moreira: http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/11/prefacio-de-as-pilulas-do-santo-cristo.html

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