sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

SOBRE OS NOVOS ÍNDIOS ISOLADOS NO ACRE E A CIVILIZAÇÃO



Nesta semana fotografaram uma nova Tribo pelos lados do Acre; nas imagens eles se escondem entre as árvores, assustados com o helicóptero tentando captar imagens; são grupos de seres humanos - calculam uns trezentos - que optaram pelo isolamento total, pelo afastamento dos “homens brancos”.
Os agentes do Estado os perseguem pelo alto, para registrá-los, pesquisá-los, catalogá-los...; daqui me vem a imagem da águia, ou mesmo do urubu, sobre suas caças, e agarram-nas em voos rasantes contra o solo.
A ideia, os discursos não mudam muito à época dos colonizadores quinhentistas; civilizá-los, educá-los, salvar suas almas, protegê-los. Eles, por seu lado, escondem-se, ocultam-se, embrenhados nas matas; querem ocultar-se e viver suas vidas, em sua felicidade silvestre, longe do perigo da civilização; numa coragem que no fundo não temos e invejamos;
 Escondemo-nos entre a selva de pedras, nas várias maneiras ou manias ensimesmadas, e, para alguns, no mundo mais interior possível, no mais íntimo, reconhecendo o perigo dessa vida tida por ideal e máxima da magna societas societatis, e da qual os indígenas, agora poucos, e outrora muitos, sempre souberam, em sua sabedoria simples, que no fundo não é nada mais do que é e do que a roupagem esconde.
Elói Alves

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