quinta-feira, 22 de setembro de 2011

TIO GERBÚLIO E O ASSALTO À LIVRARIA

Envergado sobre o balcão da livraria Padre Dimas, na rua São Francisco, o gerente embrulhava com cuidado os livros de padre Gelfrido, que tio Gerbúlio fora buscar.
Os ponteiros de um velho relógio na parede marcavam dez horas da manhã e a livraria estava vazia. Apenas Gerbúlio, que agora olhava um quadro da crucificação, fazia companhia para o gerente.
Muito calmo, apareceu um rapaz magro que foi ao balcão e disse secamente:
-Um assalto!
-De que autor, perguntou o gerente, sem tirar os olhos do embrulho
-Eu mesmo, devolveu o rapaz, mostrando-lhe o revólver.
Um policial civil, que via tudo do outro lado da rua, deu voz de prisão ao assaltante, à saída da livraria.
Tio Gerbúlio, sem entender bem o que se passara, recebeu o embrúlho do gerente que lhe disse baixinho:
-Livros não são feitos para bandidos.

Jão Gerbulius Sobrinho

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