quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

INVERNO E SAUDADE

Tenho os pés frios e o coração quente,
às vezes ponho umas meias velhas,
Lãs boas feito um sapato
Mas isso é pelas madrugas de inverno triste
No coração tenho sempre uns bons amigos...
E a Tereza, que nem sei por onde anda...
Ah, Tereza, que coisa de sumir assim
Valha-me_ Virgem do Passo Raso
Que além do frio, tenho saudade

Letrófilo

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A CRACOLÂNDIA, EM SÃO PAULO, E A IDADE DAS TREVAS DOS HISTORIADORES

       Os grandes historiadores, pelo menos a maioria deles, gostam de atribuir à, assim chamada, Idade Média, o epíteto de “Idade das Trevas”. Entre os vários defeitos da época, que mostram seu “quadro escuro e obscuro”, estão as sujeiras das ruas da Europa medieval. Tudo bem que é comum atribuir aos europeus a preguiça com o banho frequente, cuja lição mais efetiva no tema obtiveram dos “não-civilizados” que habitavam a América que conquistaram. Mas as maiores imundícies públicas do velho continente surgiram no período da Revolução Industrial, sobretudo na Inglaterra.
      No entando, hoje em dia não ficamos para trás_ até porque é ainda muito sedutor o gosto de ser europeu e civilizado. A cidade de São Paulo está também imunda como a Europa dos historiadores. Mesmo com os carros-pipa que passam diariamente pelas ruas, com seus potentes jatos de água e com os varredores em marcha contínua pelas ruas, o horrendo cheiro de dejetos impregnam o ar da cidade.
      Além disso, a chamada população de rua aumenta mais do que previam os cálculos de Maltus, que via, abismado, o crescimento populacional de seu tempo. Há uma explosão demográfica pelas ruas. Formando-a, há gentes de todos os tipos. Desde os indivíduos isolados, acompanhados de um cachorrinho, a grupos de pessoas que montam barracas para nelas dormirem, passando pelos grupos de bebuns que formam comunidades solidárias em torno de uma garrafa de cachaça. E todos, em plena igualdade iluminista, a pedir dinheiro, a quem quer que pedrestreie, sem por o amor de Deus no meio - não é racional separar Deus dos negócios? - e apenas com a exigência de que a cessão financeira, em espécie, que não é esmola, seja acima de um real, porque, meus amigos, a inflação monetária já está nas ruas, mais forte que o vento previsto na “ marolinha” especulativa do ex-presidente discursero.
      No entanto, o problema não é respirado ainda nas “camadas mais limpas” - seja de Brasília ou de outros palácios mais próximos, e até a recente operação da polícia de São Paulo, na Cracolândia do centro da cidade, apenas fez espalhar e "socializar" pelas ruas centrais os viciados que consumiam lá as suas drogas, concentrados e atemorizando, mas se sabia pelo menos onde o perigo estava.
       -Por obséquio, alguém ai tem luz?
Zé Nefasto Perguntero



 
Leia o primeiro capítulo de As pílulas do Santo Cristo romance de Eloi Alves:
http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/10/as-pilulas-do-santo-cristo-1-capitulo.html

Abaixo, pode-se ler também o prefácio feito pelo escritor e mestre em Literautra Comparada pela FFLCH-USP prof. Edu Moreira: http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/11/prefacio-de-as-pilulas-do-santo-cristo.html
Elói Alves

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