Terminei há
pouco a leitura de uma história tocante que mostra o percurso
da Associação do contadores de história para
crianças hospitalizadas. A narrativa tem o feliz acerto de não
dramatizar o sofrimento, de não por o foco na dor, mesmo
quando relata casos, em si tocantes, de pacientes em fase terminal. A
história é antes de tudo uma mostra de que amar o ser
humano ainda é possível neste mundo insensível,
que é possível promover a dignidade humana para quem
está com a vida por um fio. Fico especialmente enternecido por
ver o valor que a literatura humanística e não
comercial tem neste trabalho difícil e pungente. Só
quem consegue transcender a superfície pode visualizar e
experimentar o que por ali vai. Parabéns aos áureos
contadores Valdir Cimino e Iraci Ciritelli e a todos que fazem esse angélico
trabalho.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
domingo, 1 de dezembro de 2013
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
A DOR DE DILMA PELOS CORRUPTOS PRESOS - Perguntero
Fiquei realmente tocado pela ultra sensibilidade que a mandatária do Planalto demonstra agora com a situação dos políticos condenados e presos por corrupção e que ela mesma chamou em entrevista sua a rádios de "questão humanitária", referindo-se ao ex-presidente de seu partido, o político Genuíno.
Interessante, não há mais que quatro ou cindo dias que seus amigos e colegas de partido e de governo estão presos e já há toda disposição para se lhes amenizar as consequências da condenação. Pergunto; e quanto ao povo roubado nos seus impostos pagos com trabalhos árduos em condições às vezes sub-humanas, em condições, como de muitos, em escolas, fábricas, hospitais sem as mínimas condições de se trabalhar com dignidade e com impostos - destinados à roubalheira - taxados na fonte, descontos e mais descontos, não será também o sofrimento dos trabalhadores honestos uma "questão humanitária"? Será também que os condenados por corrupção estão a sofrer mais que as outras centenas de milhares de presos pelo país? Será que a rápida sensação de sofrimento agudo tem a ver com a diferença de vida que levavam antes, agarrados a mamatas no governo?
Acho interessante esse apego da alma de Dilma à alma dos corruptos e lamento apenas que não se compadeça tanto assim com os milhões de doentes que não dispõem de um hospital de ponta pago por trabalhadores como os petistas Lula e Genuínos e outros tiveram e têm.
Agora, e quanto aos outros bandidos, ladrões e presos comuns, ela também terá esse sentimento "humanitário" ou seria só aos seus "companheiros de luta"? Pois é, vejam que a luta sempre continua ainda que tenham posto o bordão de lado.
Perguntero
Contos humanos, novo livro de Elói Alves
lançamento no próximo dia 27, quarta feira, na Praça Roosevelt, 118, São Paulo das 19,00 às 22,00 h.
Convite:
Prefácio de Contos humanos:
domingo, 17 de novembro de 2013
A POLÍTICA E O AMOR ENTRE PAI E FILHO
Domingo,
à espera do almoço, pai e filho conversam ao sofá da sala. O pai tenta costurar
os rumos da conversa:
-Basta de amores! Troquemos de assunto!
-Mas estou curioso desses seus namoros
antigos, pai.
-Realmente, são coisas antigas. Falemos de
política, que a grande rainha, que é tua mãe, vem chegando...
-Mas
política...?
-Melhor! Falemos de políticos, mas dos
grandes, dos maiores.
-Não
sabia deste teu interesse...
-Sim,
interessam-me os grandes, os grandes homens. E onde será, senão na política,
que os teremos? Sim, na política, como ciência e como vocação.
-É
Weber, não é?
-Sim!
Weber emergiu de uma época política esplendorosa, a magnífica transição do
século que deu à luz à ciência política para o século da tecnologia, para o
saber avançado, para o entendimento entre os homens.
-Entendimento...?
Mas justo aí, a guerra...
-Sim! A primeira grande guerra deu-se
nesse tempo e coube aos seus grandes homens a condução do mundo que herdamos,
cheio de progressos. Mas deixa-me ir adiante, lembrando de alguns nomes...
-Claro!-
fez o rapaz com um gesto para que o pai prosseguisse.
-Veja que
mente teve o grande estrategista político que foi Maquiavel! Que visão de
mundo! Que amplitude de percepção! Sem ele certamente a Itália não seria hoje a
Itália que conhecemos, unificada e sólida. Todos seus sucessores - e não só em
sua terra - grandes e pequenos, beberam em sua fonte: O Príncipe. Veja também
D. Sebastião...
-O
português? Mas o pai fala assim só dos antigos...
-Sim. Este rei das conquistas sobre os
mouros, de tantas glórias, de tantas vitórias, deixou também o legado da
esperança de sua volta, que é também a esperança de felicidades para os homens.
-Um mito,
um ideal...
-Sim. E está aí a outra face de sua
força. Como o sangue de Caim, que, depois de morto, clama aos céus desde a
terra.
-Mito e transcendência...
-Ambos
dentro da política, que é a realidade. Sem política não há sonho - e ela já é sonho
– sem sonho não há esperança e não há transcendência. A transcendência só pode
surgir da política e do sonho, que é a realidade e a esperança de mãos dadas.
Da realidade junta com a esperança transcende-se para um novo mundo.
-Não sei... não consigo ver isso assim
no meu tempo...
-Fiquemos um pouco em terra lusa. Quem
senão a esperança sebastiana para gerar as conquistas e glória de seu povo? A
expansão de seu reino e de sua política para civilizar tantos povos, para levar
a ciência e propiciar a transição dos novos mundos para a prosperidade nunca
imaginada, para um salto tão amplo em tempo tão curto, surgindo a ciência e a
felicidade no reino e no seio da política.
-Mas a história também está manchada de
sangue; as disputas desiguais, o extermínio do vencidos...
-Sim! Mas veja, disputas passageiras de
dois mundos que se cruzam em um breve tempo. O que chega, faz breve sombra ao
que se vai, e que se demora ainda, a contemplar o noviço e esplendoroso que o
substitui. É a vida! A vida saudada pelo seu tempo, viçoso e jovem, esbelto e
risonho.
O pai ergue-se um pouco e pega um
cigarro em cima da cômoda, o filho vai à janela e vê a mãe saindo, e logo
volta-se a ouvir o pai, que continua:
-E a
morte, no derradeiro minuto, no último instante do velho edifício que tomba e
se vai; vai-se, para o encontrar de seus iguais, que já se foram e o chamam
para o lado de si, para um sono único.
O filho,
desviando-se da fumaça, interrompe de novo a fala do pai:
-Já
podemos voltar a falar dos seus amores, pai, que a mãe saiu para os lados da
feira.
O pai,
apagando o cigarro, volta à história de seus amores antigos, com a mesma paixão
e saudade com que há pouco falava de política antiga, como se esta fosse nada
mais que uma imagem ou metáfora de alguma deusa escondida em sua época juvenil.
Elói
Alves
Prefácio de Contos humanos:
Leia o primeiro capítulo de As pílulas do Santo Cristo romance de Elói Alves:
http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/10/as-pilulas-do-santo-cristo-1-capitulo.html
http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/10/as-pilulas-do-santo-cristo-1-capitulo.html
domingo, 10 de novembro de 2013
DO QUE MAIS GOSTO EM VOCÊ?
Do que mais gosto em você:
De seu olhar, sereno e calmo,
De suas palavras soando como salmo,
No seu singelo jeito de dizer?
Como se pode, então, priorizar,
Se se divide, diversa, sua beleza,
Numa amplitude de toda natureza,
Afastando-se e juntando-se de para em par?
Se seus pés são belos,
Seus olhos são singelos,
Formando tudo uma mesma inteireza.
Come se poderá assim escolher,
Se a parte eleita é a própria incerteza?
Porque a certeza é inteira: é você!
Elói Alves
De seu olhar, sereno e calmo,
De suas palavras soando como salmo,
No seu singelo jeito de dizer?
Como se pode, então, priorizar,
Se se divide, diversa, sua beleza,
Numa amplitude de toda natureza,
Afastando-se e juntando-se de para em par?
Se seus pés são belos,
Seus olhos são singelos,
Formando tudo uma mesma inteireza.
Come se poderá assim escolher,
Se a parte eleita é a própria incerteza?
Porque a certeza é inteira: é você!
Elói Alves
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
LANÇAMENTO DO LIVRO CONTOS HUMANOS, DE ELÓI ALVES
A Editora Linear B e o escritor Elói Alves têm o prazer de convidar a todos para o lançamento do próximo livro do autor, Contos humanos, que terá o prefácio de Jácomo Fácio Neto e o posfácio do escritor Edu Moreira. O lançamento ocorrerá no próximo dia 27, quarta feira, na praça Roosevelt, 118, no Restaurante e bar do Doca, entre 19:00 e 22:00 h. A praça Roosevelt está localizada ao lado da Igreja da Consolação, entre as estações do metrô Anhangabaú e República. O livro custará R$ 30,00 (dinheiro ou cheque).
Prefácio do livro:
Link do convite no facebook com mapa do local: https://www.facebook.com/events/1381244985429626/?fref=ts
sábado, 2 de novembro de 2013
A ÚLTIMA MORADA DA SABEDORIA
É bom ter amigos. Principalmente amigos gentis. Eu guardo alguns e algumas em uma lista de coração, digo, de cor, que dá no mesmo, pelo latim, uma língua considerada morta por muitos. Lembrei-me disto a propósito de uma crônica onde um amigo achou algo que nomeou como: Sabedoria. Agradeci a gentileza, que julgo própria daquela alma pura que adoçou-me a vida no período da faculdade, corrido e extenuante. Não lhe pedi mais análises filosóficas ou semânticas, nem literárias. Infelizmente, hoje a Sabedoria não está assim tão à mão ou tão aos olhos - nesta era de miopia de alma.
A Sabedoria era em outro tempo muito encontradiça. Houve quem lhe contou mil casas numa certa cidade antiga, onde repousava. Ali reunia-se com sua irmã mais próxima, que chamava-se Prudência, guardiã da Discrição.
Além de suas casas, vivia nas de seus amigos, onde era querida e sempre bem vinda. Em Somos, viveu um tempo grande com Pitágoras. A pesar de evitar uma ágora onde houvessem sofistas, gostava de deixar-se pelas praças e pelas ruas. Conta dessa época sua amizade com Diógenes – o cínico.
Sua afinidade com tais homens fez surgir os filósofos – que eram os amigos da Sabedoria. Depois surgiram homens que não a conheciam e chamavam a si mesmos de sábios.
Mas os impérios se fortaleceram. A Soberba e Impiedade foram então honradas nos palácios e nas praças, condecoradas com moedas de ouro.
E a Sabedoria exilou-se em lugares longínquos.
Contam uns manuscritos históricos, resgatados por arqueólogos, que nos tempos da idade média, um ermitão que fugira para as grandes florestas da Escócia ali conviveu com ela. Era uma vida impar. Grandes cavaleiros o foram encontrar, perdendo-se pelas florestas e morrendo nelas. Dizem que eram assassinados pela Ganância. É dessa época o desaparecimento de muitos cavaleiros da távola redonda. Mas Ricardo Coração de Leão com seu grande amigo Ivanhoé, quando se refugiaram naquelas florestas, no exílio pela libertação de seu povo, encontraram o ermitão. Este lhes salvou a vida, com abundantes vinhos e carne de javali. Mas a sabedoria _ contou o ermitão aos nobres cavaleiros _ morrera antes de solidão e tristeza.
Meu amigo deixou-me curioso de saber se há por ai ainda alguma pequena notícia da Sabedoria. Quereria saber ao menos onde está sua última casa, para passar por lá, com algumas flores, neste dia de finados.
Elói Alves
do livro Contos Humanos
Contos humanos,
novo livro de Elói Alves, será lançado ao fim deste mês, no centro de São Paulo
Prefácio de Contos humanos:
Leia o primeiro capítulo de As pílulas do Santo Cristo romance de Elói Alves:
http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/10/as-pilulas-do-santo-cristo-1-capitulo.html
http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/10/as-pilulas-do-santo-cristo-1-capitulo.html
CAPA DO LIVRO "CONTOS HUMANOS"
Esta é a capa de meu novo livro, Contos humanos, que será lançado pela Linear B Editora ao final deste mês, no centro de São Paulo.
Leia o prefácio do livro:
http://realcomarte.blogspot.com.br/2013/10/prefacio-do-livro-contos-humanos-por.html
Leia o prefácio do livro:
http://realcomarte.blogspot.com.br/2013/10/prefacio-do-livro-contos-humanos-por.html
terça-feira, 29 de outubro de 2013
PREFÁCIO DO LIVRO CONTOS HUMANOS por Jácomo F. Neto
Trago uma especial alegria e o privilégio de ter, para o livro Contos Humanos, o prefácio de Jácomo Facio Neto. O livro terá ainda um posfácio, do escritor Edu Moreira
Prefácio:
Humanos ou humanoides; como me sinto, mais para a direita, mais para a esquerda ou mureiro.
Em uma passada pelo mundo literário, feito pelo autor, temos outros escritores, vários, e seus personagens em diferentes épocas e tempos, como testemunhas de um mundo que mudou, se globalizou e banalizou as relações humanas, criando maior distanciamento entre as pessoas; e a troca, o aperto de mão, como ficam as relações: fiapos, desconfianças ou deixa pra lá. Outras palavras; fazendo o ter mais valorizado que o ser.
O autor escreve, cria e retrata, como pode ser lido na obra do Elói, verdades, mentiras, suposições, imaginações, absurdos que acontecem na realidade e acabam sendo confundidos com a ficção; realidade ou ficção, ficção ou verdade. Será que a voz do povo é a voz de Deus, quando jogam-se nos ombros de uma mulher viúva pestes e loucura?
Roda ou gira o mundo, feito pião, nem tudo que ocorre no hemisfério norte é pecado no sul. Mas a sujeira é a mesma; fede lá, fede cá; fé de mais fé de menos, perfume é o remendão em várias sociedades.
Nem tudo que acontece em Brasília é pecado, pois um coral de anjos canta em harmonia, fechando os olhos e sacudindo as penas ( balançando os ombros).
-Povo, eu sou da comunidade, até ser eleito, depois sou elite, saindo do Bexiga, atravessando a Paulista e me fixando nos Jardins; brava gente brasileira.
As verdades do Elói aqui contidas na forma de personagens, todos com a mesma importância, chegam a fazer rir muito, chorar também, e em determinados pontos ou capítulos nos confundimos como bêbados ou equilibristas, achando que o lido foi escrito e sempre pensado por nós leitores.
Nem ele escapou; Macunaíma herói brasileiro, assim como outros personagens locais, regionais e universais são Luzivanios e Luzivanias, Clarianos ou Clarianas que clareiam nossas mentes para os jogos, sejam de poder ou de copas, que camuflam ou tentam fazê-lo com a realidade.
Mostrando com seus personagens, suas vidas e ações o dia a dia de muitos de nós; espelhos do cotidiano; espelho de várias cidades, vilas ou guetos.
Que valor seria dado a vida pois até um personagem, pra quem mora em São Paulo é muito real, vive nas ruas fazendo parte das franjas da sociedade, sujo, pouco falando o português compreensivo, ou inglês, mas também sujo andado de bicicletas, malandros. Comida até podem ganhar e manterem-se, mas existe o “dindin” para boas goladas de aguardente. Para quem doa é mais fácil dar de beber um convite e um tapinha nas costas.
Elói não fica a beira ou margem do caminho jogando pedras ao além. As pedras são usadas para construir um texto forte onde a realidade aparece como ficção.
Seja em nome de bairro, rua ou mesmo referindo-se a fé, nos fica evidente a religiosidade do autor.
Jácomo Facio Neto
Professor de matemática, ciências e biologia, pedagogo, Diretor de Escola Municipal em São Paulo, cronista e admirador do autor como pessoa e suas obras e lisonjeado pelo convite do amigo e irmão para escrever o presente Prefácio.
Contos humanos
será lançado pela Linear B Editora ao final de novembro
(Repostei o presente texto para correção no link, reconduzindo os gentis comentários abaixo.)
sábado, 26 de outubro de 2013
O MINISTÉRIO DA SUPREMA FELICIDADE- Perguntero
Escrevi por ai abaixo, em uma destas minhas colunas perguntadoras, que os políticos não morriam, encarnavam, antes, em seus afilhados. E veja que o enviado do defunto Chávez, Nicolás Maduro, ainda que verde como presidente da Venezuela, surge agora com essa: criou o “vice ministério da suprema felicidade”, cuja função é cuidar dos sem-teto, dos desvalidos, dos idosos e das crianças. Não é magnífico um ministério de tamanho alcance, de tamanha pujança, um departamento político da suprema felicidade? Não será que esse país andino se tornará agora o destino de toda alma sensível e esperançosa?
Apesar de
ter sido eleito num pleito apertadíssimo e até
questionado na justiça, que promoveu recontagem de votos,
Maduro já tinha me encantado antes. Esse meu encantamento por
ele se deu quando disse em comício ter se comunicado com o
“comandante” Chaves através de uma passarinho. “O
passarinho assobiou para mim- disse ele, eu assobiei para ele e vi que era o
espírito do comandante”. Não digo que Chávez não
possa aparecer de algum modo; a mim me parece que ele está todo aí, na pobre Venezuela de rico petróleo; está
aí na figura de seu sucessor, não acham? Ou acham que Chávez não teria capacidade de criar um setor administrativo e burocrático com poder de propiciar a suprema felicidade?
Sabe-se
que a questão da felicidade da pessoa humana é algo
complexo, sobretudo hoje em dia, quando suas carências são
sucessivas e suas demandas contínuas, e uma suprema felicidade
parece mais algo superior ao poder do Estado e de sua política
que promove continuamente a infelicidade da pessoa humana por variados meios; no entanto, tudo agora será diferente.
Essa
criação canetiva da suprema felicidade me lembrou
imediatamente de um filhote de deus, que, havendo iniciado há
pouco no governo, dizia já ter feito mais que qualquer outro
em toda a história de seu país e que, no fim, acabou com o seu
governo atolado na infelicidade da sujeira da corrupção,
igual ou até pior a tantos outros contra os quais roucamente havia gritado até a hora em que chegou ao poder. Mas vamos ao país da suprema felicidade, ou não vamos?
Zé Nefasto Perguntero
contos humanos
próximo livro do autor será lançado em novembro
Leia o prefácio do livro Contos humanos, escrito por Jácomo Facio Neto:
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
PREFÁCIO DO LIVRO CONTOS HUMANOS
Trago
uma especial alegria e o privilégio de ter, para o livro Contos
Humanos, o prefácio de Jácomo Facio Neto. O livro terá
ainda um posfácio, do escritor Edu Moreira
Prefácio:
Humanos
ou humanoides; como me sinto, mais para a direita, mais para a
esquerda ou mureiro.
Em
uma passada pelo mundo literário, feito pelo autor, temos
outros escritores, vários, e seus personagens em diferentes
épocas e tempos, como testemunhas de um mundo que mudou, se
globalizou e banalizou as relações humanas, criando
maior distanciamento entre as pessoas; e a troca, o aperto de mão,
como ficam as relações: fiapos, desconfianças ou
deixa pra lá. Outras palavras; fazendo o ter mais valorizado
que o ser.
O
autor escreve, cria e retrata, como pode ser lido na obra do Elói,
verdades, mentiras, suposições, imaginações,
absurdos que acontecem na realidade e acabam sendo confundidos com a
ficção; realidade ou ficção, ficção
ou verdade. Será que a voz do povo é a voz de Deus,
quando jogam-se nos ombros de uma mulher viúva pestes e
loucura?
Roda
ou gira o mundo, feito pião, nem tudo que ocorre no hemisfério
norte é pecado no sul. Mas a sujeira é a mesma; fede
lá, fede cá; fé de mais fé de menos,
perfume é o remendão em várias sociedades.
Nem
tudo que acontece em Brasília é pecado, pois um coral
de anjos canta em harmonia, fechando os olhos e sacudindo as penas (
balançando os ombros).
-Povo,
eu sou da comunidade, até ser eleito, depois sou elite, saindo
do Bexiga, atravessando a Paulista e me fixando nos Jardins; brava
gente brasileira.
As
verdades do Elói aqui contidas na forma de personagens, todos
com a mesma importância, chegam a fazer rir muito, chorar
também, e em determinados pontos ou capítulos nos
confundimos como bêbados ou equilibristas, achando que o lido
foi escrito e sempre pensado por nós leitores.
Nem
ele escapou; Macunaíma herói brasileiro, assim como
outros personagens locais, regionais e universais são
Luzivanios e Luzivanias, Clarianos ou Clarianas que clareiam nossas
mentes para os jogos, sejam de poder ou de copas, que camuflam ou
tentam fazê-lo com a realidade.
Mostrando
com seus personagens, suas vidas e ações o dia a dia de
muitos de nós; espelhos do cotidiano; espelho de várias
cidades, vilas ou guetos.
Que
valor seria dado a vida pois até um personagem, pra quem mora
em São Paulo é muito real, vive nas ruas fazendo parte
das franjas da sociedade, sujo, pouco falando o português
compreensivo, ou inglês, mas também sujo andado de
bicicletas, malandros. Comida até podem ganhar e manterem-se,
mas existe o “dindin” para boas goladas de aguardente. Para quem
doa é mais fácil dar de beber um convite e um tapinha
nas costas.
Elói
não fica a beira ou margem do caminho jogando pedras ao além.
As pedras são usadas para construir um texto forte onde a
realidade aparece como ficção.
Seja
em nome de bairro, rua ou mesmo referindo-se a fé, nos fica
evidente a religiosidade do autor.
Jacomo
Facio Neto
Professor
de matemática, ciências e biologia, pedagogo, Diretor de
Escola Municipal em São Paulo, cronista e admirador do autor
como pessoa e suas obras e lisonjeado pelo convite do amigo e irmão
para escrever o presente Prefácio.
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