quinta-feira, 28 de março de 2013

O BRASIL, OS BRICS E A BRECA

       As desigualdades econômicas têm aumentado entre os países nas últimas décadas, apontando para questões problemáticas na estrutura do modelo econômico da atual ordem mundial. E a mesma desigualdade se verifica internamente, praticamente em todos os paises no estágio atual da economia global. Mesmo os paises que há algumas décadas atrás contribuiram para uma sociedade nacional economicamente mais igualitária, como aqueles que sustentavam uma política de bem estar social ( Welfare state)numa pequenina parte da Europa, já tiveram esses modelos modificados e substituídos.
       O caso do Brasil é curioso: um país de PIB (Produto Interno Bruto) absoluto enorme, que esteve nas últimas décadas sempre entre as quinze economias mais produtivas, mas que apresenta muitas incoerências e enganos, se olhados apenas os dados considerados positivos e explorados pela propaganda politica.
De uma outra ótica, quando se observa a renda “per capta”, que aponta para a má distribuição de renda do país, o baixíssimo nível de desenvolvimento humano (IDH), confirmado por diversos organismos internacionais, as consideráveis deficiências dos serviços públicos básicos, a má formação educacional da ampla maioria das pessoas etc, verifica-se como é contraditório o discurso segundo o qual o Brasil está a caminho de ocupar um lugar entre as nações ricas e desenvolvidas.
        A grande questão está na profundidade do problema, o qual, como apontara Celso Furtado, está na estrutura da formação histórica da economia do país, no tipo de “Formação Econômica do Brasil”. Desse modo, verifica-se, para corroborá-la, a produção econômica nacional liderada por produtos do gêneros das “commodities”, por produtos primários, cujos mercados o governo esforça-se para ampliar através de diversas parcerias e acordos pelo mundo, seja em bloco, seja em organismos internacionais ou bilateralmente, que é uma alternativa que lhe cabe assegurar, já que não possui meios de competir em outros setores mais vantajosos.
       Outro problema é a instabilidade do crescimento econômico brasileiro ao longo das últimas décadas (o atual é praticamente nulo), além do gravíssimo problema da volta da inflação que está às portas trazendo à memória os tempos terríveis da híper inflação. Ao contrário da China, que tem crescido de forma linear e praticamente estável nos últimos trinta anos, os demais países dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China e África do Sul, inserida depois) não demonstram o mesmo tipo de crescimento histórico. Além disso, as perspectivas de que, segundo vários analistas como os economistas da Goldman & Sachs, os países desse grupo iriam liderar a economia e ocupar os lugares dos países desenvolvidos por volta de 2040 são bastante duvidosas a partir de uma análise das estruturas internas dessas mesmas economias.
       Exceto a Rússia com algumas peculiaridades, todos os demais membros dos BRICs apresentam enormes dificuldades estrtuturais em suas economias, no âmbito interno. Índia, Brasil e China são países praticamente continentais, de enormes populações que vivem à margem de seu crescimento econômico; a África do Sul é um Brasil piorado, como nos motraram seus gravíssimos problemas sociais durante a copa do mundo que realizaram. Ou seja, nesses países a riqueza não engloba o povo, cujos integrantes, em muitos casos, estão jogados à miséria, à breca, e mesmo a classe média vive uma vida descuidada de uma boa educação, excluídas de uma interatividade profunda com a cultura, sem consciência cívica, carente de adequado sistema de saúde pública e desprovida de uma ampla consciência dos fundamentos históricos de seus problemas mais básicos e mais rudimentares. Por outros termos: estão todos a mercê dos chamados ciclos econômicos, que amenizam, para os de cima, os efeitos das crises, cada vez mais sérias, e propocianam poder e riqueza a uns e, no outro extremo, medo, miséria e submissão aos demais.
Elói Alves

Leia o primeiro capítulo de As pílulas do Santo Cristo romance de minha autoria cujo lançamento será dia 27/11, no Restaurante Rose Velt, pça Roosevelt, 124, das 19:00 às 21:30 h.:
http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/10/as-pilulas-do-santo-cristo-1-capitulo.html

Abaixo, pode-se ler também o prefácio feito pelo escritor e mestre em Literautra Comparada pela FFLCH-USP Edu Moreira: http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/11/prefacio-de-as-pilulas-do-santo-cristo.html

quarta-feira, 27 de março de 2013

O BATE-E-ASSOPRA DOS PREÇOS DO GOVERNO

        Quando me mudei, há cerca de um ano, para minha atual casa, um pequeno apartamento no centro cidade, minhas contas de luz vinham com o valor de R$ 19, .. R$ 20, .. R$21, .. Explico que moro sozinho, trabalho fora e fora como a maioria das vezes, além usar roupas que dispensam o ferro, por pouco apego a este e fazer pouco uso de máquinas elétricas. Quando a conta trazia fixado um valor inferior a R$ 20, .., determinava-se também, nela, que só fosse paga no mês seguinte, e que o "sr. caixa fizesse o favor de não a receber.
           Mas passados alguns meses o valor das contas alterou-se, para mais. Óbvio? R$ 25,.., R$ 26,.. por aí foram as últimas.
               Estranhei, naturalmente, mas como não entendo a cabeça nem as contas dos economistas do governo, nem as economias dos governos, paguei as contas, porque não queria viver em trevas maiores que as próprias de nossa época.
           No entanto, amigos, eis que recebo neste mês a conta nos valores fixados pelos R$ 23,.. e, essa generosa redução, atribuem ao governo. Será que é mesmo uma redução em relação aos R$1 9,... e R$ 20,.. anteriores de um ano atrás? Lembrando que - parecendo pouco - de dezenove para vinte e seis vão, por baixo, uns 30%, absolutamnete acima de qualquer índice de inflação atual, mesmo sabendo que essa execrável doença antiga vem se reerguendo e cheira-me mais uma tremenda infração, sem falar nas danificações de aparelhos elétricos devido aos apagões contínuos em todo o país, inclusive em Brasília, e as abruptas interrupções de  energia devido as chuvas.
             Isto me lembrou uma velha tática do "bate e assopra". Em vários setores das diversas administrações públicas é comum a existência de uma burocracia infernal para se fazer qualquer coisa dentro da legalidade. Impostos, taxas, tarifas, papeis, vistorias, assinaturas, comprovantes e a coisa não sai do lugar em anos. Mas logo aparece alguém com o poder de dar um "arranjinho" com alguma contribuição por fora e logo tudo se ajeita e passa a funcionar, mesmo que não haja condições e segurança para clientes ou usuaários de serviços.
            A isso chamam também, oficiosamente, de criar burocracia para vender facilidade e, no caso de se baixar preços antes absurdamente majorados, passa-se, para o público, como o grande benfeitor (a) da nacionalidade.
Elói Alves

Leia o prefácio do romance "As pílulas do Santo Cristo" de Elói Alves
Primeito capítulo:
Segundo Capítulo

 
 
 
 
 
 
 

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