quinta-feira, 24 de novembro de 2011

JÚRI POPULAR ABSOLVE PM NO CASO DO MENINO ASSASSINADO NO RIO

Ex-PM acusado de matar menino João Roberto é absolvido no Rio nesta noite de 5ª feira. Elias Gonçalves acusou outro ex-policial e se disse inocente.
Em 2008, o garoto de 3 anos foi morto a tiros dentro do carro que era conduzido pela mãe. Ela parou o carro para dar passagem aos policiais. Neste momento o carro foi alvejado por tiros, vinte e um (21) tiros atingiram o carro, três alvejaram o menino.
A decisão foi dada pelo júri popular, em sessão iniciada nesta tarde.
João Roberto foi morto a tiros dentro do carro em que estava com a mãe, na Tijuca, Zona Norte do Rio. A Promotoria afirma que os tiros partiram dos policias envolvidos no caso. O ex-PM absolvido disse no julgamento que os disparos foram feitos por um outro policial. O tribunal do Júri sempre foi um desejo e uma esperança para as pessoas comuns diante de crimes de homicídios que envolviam policiais e eram julgados pelos Tribunais Militares, onde eram constantemente absolvidos ou pegavam penas brandas ou advertências. Esta decisão de um júri popular vai contra essa esperança. Nos tribunais militares as cartas estavam marcadas, mas não causavam surpresas. O Estado reconheceu o erro de seus policiais indenizando a família do menino assassinado. Mas o dinheiro público é modo de penalizar a sociedade duas vezes. A indenização de crimes cometidos por indivíduos deveria sair do próprio bolso deles e suas famílias. Esse caso de algum modo põe em dúvida a capacidade da sociedade brasileira de repensar soluções eficazes para suas mazelas. Pode ser que alguém vá abraçar Copacabana vestido com uma camisetinha branca.
Elói Alves do Nascimento

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

HEFESTO, O DEUS DO FOGO, E OS DILEMAS DO HOMEM E O MUNDO MODERNO

Alguém já disse que, se vivesse na antiguidade e tivesse que louvar a um dos deuses antigos, louvaria a Hefesto: o deus do fogo. Hefesto é hoje inconsciente e constantemente invocado como único meio de purificar amplamente o homem. O velho pacto incluiu a purificação da espécie humana pela água, mas o dilúvio foi logo rejeitado como meio satisfatório e eficaz. Sodoma e Gomorra surgiram depois, e o meio de depuração da corrupção dessas cidades foi sabidamente hefestiano. O dilúvio assusta mas não causa mudança. A inundação de Nova Orleans assustou certamente, mas não levou os americanos a um comportamento muito melhor diante da situação ambiental. Mesmo a premiada pregação de All Gore, em sua "Verdade Inconveniente", vinda depois, ecoou no vazio; nem o autor poderia, como se pertencesse à linhagem de um João Batista, oferecer a cabeça por sua verdade. Uma das destrezas de Hefesto está no seu poder de eliminação da memória, e o homem moderno tem prezado esse esquecimento. Os Estados Unidos têm horror particular pela história, mas esse atributo está disseminado na humanidade. Uma humanidade cada vez mais fragmentada, centrada no imediato.
A idéia de que o tempo é cada vez mais escasso e precioso inclui a objetividade que impõe a superficialidade e rapidez no quotidiano. Mesmo num curso de literatura, muita gente se assusta quando um grupo de jovens aparentemente lúcidos e inteligentes resolve se dedicar ao estudo do latim. Não é preciso dizer que o número deles é sempre reduzido e sempre redutível ainda. Além de um saber impenetrável para quase a totalidade dos homens de hoje, a língua latina é considerada morta. Como as chamas de Hefesto que não se contentam e não podem ser saciadas, o homem moderno aspira à condição e a qualidades totalizantes de um ser divino, através do domínio da razão. Assim ele adquiriu aquela insaciedade eterna e, não sendo de fato um deus, sentou-se à mesa do consumismo para saciar o seu vazio com coisas vazias. Esse vazio é o vazio da própria existência na vida moderna.
Entre as inquietudes do homem, entre os dilemas de dor e prazer do dia-a-dia, surge a questão da finitude da vida humana. E não é nova a idéia de se estender a vida para a eternidade, que expressa o desejo de imortalidade. De fato o homem sempre almejou ampliar os seus dias. O anseio de uma vida eterna já aparecia na antiguidade. Viver apenas algumas décadas nunca pareceu o suficiente. Certos autores da Antiguidade Clássica se propuseram a imortalidade pela produção de grandes obras, obras que seriam capazes de vencer o próprio tempo. Igualmente na versão do Gênesis, a assustadora longevidade dos primeiros homens aponta para o fantástico...(...)
Este texto tem um pouco mais de dez páginas e continua no link "OS DILEMAS DO HOMEM E O MUNDO - ENSAIO CRÍTICO, que encontra-se na parte superior deste blog, ou colando este link: http://realcomarte.blogspot.com/p/os-dilemas-do-homem-e-o-mundo-ensaio.html

Elói Alves do Nascimento

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