O PT, partido
que está no governo do país por mais de uma década, nunca teve uma alma
democrática que animasse plenamente seu corpo ideológico, fisiológico,
autoritário e oportunista. Defende agora, sobretudo por seu líder máximo, que
age ocultamente diante da crise político-econômica, um discurso em defesa das “Instituições
democrática”. Mesma estratégia do então principal ministro de Lula, José
Dirceu, por ocasião da crise do Mensalão, quando se apegava à defesa da
democracia para se defender das acusações da época, mas que acabou levado pelas
correntes contrárias até ao STF e, uma vez condenado, ao presídio da Papuda. Estratégias,
no entanto, que destoam totalmente das práticas do partido de Luís Inácio e
seguidores, desde Collor, usadas contra todos os adversários políticos, que
então eram o diabo, e a muitos dos quais se uniram depois, para obter o poder
ou para exercê-lo, como Renan, Sarney, Maluf e outros, sem falar nos vários pedidos
de impeachment nos gritos de “fora FHC!”.
Pior de tudo
era o que estava por se mostrar: o PT, além de suas características
autoritárias, muito visíveis e sensíveis já nos anos oitenta e noventa,
mostrou-se muito mais corrupto que muitos daqueles os quais eram por ele
acusados. O que se viu nas investigações da PF e no trabalho da Justiça nos
chamados “mensalão” e “petrolão” assustam até profissionais que combatem crimes
organizados. Mas os agentes do PT não perderam suas características iniciais e optam
por uma luta suicida, enfrentando e “elitizando” até mesmo milhões de cidadãos que
conseguiram ocasião de dar visibilidade ao repúdio que sentem dessas práticas.
Para além das características
de sua postura autoritária na oposição e corrupta no poder, o PT mostrou-se absolutamente
incompetente como administrador público. Este fato acaba por ser o pior de
todos, por ter o potencial de extingui-lo e enterrá-lo como organização partidária.
Ainda que as práticas ilícitas desses políticos sejam encobertas pela eficiência
dos marqueteiros muito bem pagos com o dinheiro da corrupção e pela capacidade
de seu populismo, a má gestão crônica não perdoa ninguém: ela é capaz de corroer
e destronar até semideuses ou regimes de ferro.
O PT nunca
admitiu, em seu autoritarismo cego, os méritos alheios, como o Plano Real, que
faz vinte anos, já passou para história como algo positivo que eliminou a híper
inflação brasileira e estabilizou a economia. O PT demonizou tudo e quis varrer
todos que estavam à sua frente para chegar ao poder. Lula quis refundar o país
com seu famoso “nunca antes”, e se deu ao ridículo. Essa prática é mostra
evidente desse autoritarismo que não enxerga o que havia antes e não vê o outro
como agente de direitos políticos e que, portanto, deve implicar sempre o
diálogo.
Sem bancada suficiente
para aprovar seus próprios projetos - muitos dos quais altamente polêmicos e até
antidemocráticos, como é o projeto petista de controle da mídia - os governos
do PT, no Planalto, desde 2003, decidiram, segundo o STF, “comprar apoio
político de deputados de outros partidos”, isto é, “comprar a consciência dos
legisladores”, como definiu um juiz do Supremo, o que parece, friamente, um
ingrediente de “fim de mundo”. Como se não bastasse, esse partido arruinou a
Administração Pública em vários estados, como no Distrito Federal levando-a à
beira da calamidade pública, e, além de outros desmandos administrativos,
trouxe à economia do país a inflação descontrolada, que diminui a moeda
nacional e empobrece sobretudo os mais pobres, por encarecer os produtos e prejudicar ganhos reais nos salários. Mas o pior, para sua própria existência a para
sua marca na história, é que eles nunca admitem seus erros e o culpado por suas
práticas são sempre os outros.
Elói Alves