Às
vésperas do aniversário de cinquenta anos do golpe
militar que deu início ao regime comandado por generais
durante vinte e um anos no Brasil, grupos de manifestantes em São
Paulo, no Rio de Janeiro e em outros Estados da Federação
reeditaram a “Marcha da família com Deus”, de 64, pedindo a
volta dos militares ao poder. Apesar da ampla rejeição que há ao regime militar devido a seus crimes, torturas e
outros atos de crueldade até hoje impunes, os manifestantes
agregavam força e apoio com um discurso muito realista: “Fora
PT”, “Fora corruptos”, gritavam eles, com cartazes nas mãos onde se lia "ordem e progresso".
Infelizmente,
o terrível momento político a que chegamos é que
proporciona esse tipo de movimento. Primeiramente há o fato da
imensa incompetência administrativa dos governos democráticos
visto por todas as deficiências em, praticamente, todas as áreas de serviços
públicos, revelada também para o mundo na incapacidade na
organização da Copa no país. Depois da
incompetência em gerir os setores da administração pública, em organizar seus
fundamentos sociais e econômicos que melhorariam a situação
das pessoas, vêm ainda a doença da corrupção,
que tem cada vez mais corroído as estruturas e as Instituições
do Estado, além de consumir os imensos recursos dos impostos.
O
apoio a esse tipo de saída extrema, e sobretudo a viabilidade desse apoio, desse caminho extremista, isto é, a volta dos militares ao
comando do poder político, se dá pela falta de
alternativas na política barsileira de hoje. Diante da corrupção generalizada, que tem
inclusive corrompido outros poderes, com a nomeação de
agentes a favor de políticos corruptos que passam a trabalhar
para eles em outras instâncias (como em tribunais de conta e nos setores da Justiça) fora do Congresso e do poder
executivo onde estão os partidos políticos viciados,
sem que surjam outras forças de oposição que
representem o povo, o apoio aos militares como meio de colocar o país
no eixo e livrar a sociedade dos roedores que tomam conta dos bens
públicos volta a ter alguma força, mesmo diante da
história que mostra as manchas criminosas deixadas pelos
regime ditatorial no país. Esse movimento mostra claramente para quem ainda tenha dúvida a terrível situação pela qual o país passa.
Elói Alves
O assalto ao deputado