sábado, 22 de março de 2014

DESGOVERNO E CORRUPÇÃO REEDITAM MARCHA PRÓ DITADURA MILITAR

      Às vésperas do aniversário de cinquenta anos do golpe militar que deu início ao regime comandado por generais durante vinte e um  anos no Brasil, grupos de manifestantes em São Paulo, no Rio de Janeiro e em outros Estados da Federação reeditaram a “Marcha da família com Deus”, de 64, pedindo a volta dos militares ao poder. Apesar da ampla rejeição que há ao regime militar devido a seus crimes, torturas e outros atos de crueldade até hoje impunes, os manifestantes agregavam força e apoio com um discurso muito realista: “Fora PT”, “Fora corruptos”, gritavam eles, com cartazes nas mãos onde se lia "ordem e progresso".
       Infelizmente, o terrível momento político a que chegamos é que proporciona esse tipo de movimento. Primeiramente há o fato da imensa incompetência administrativa dos governos democráticos visto por todas as deficiências em, praticamente, todas as áreas de serviços públicos, revelada também para o mundo na incapacidade na organização da Copa no país. Depois da incompetência em gerir os setores da administração pública, em organizar seus fundamentos sociais e econômicos que melhorariam a situação das pessoas, vêm ainda a doença da corrupção, que tem cada vez mais corroído as estruturas e as Instituições do Estado, além de consumir os imensos recursos dos impostos. 
       O apoio a esse tipo de saída extrema, e sobretudo a viabilidade desse apoio, desse caminho extremista, isto é, a volta dos militares ao comando do poder político, se dá pela falta de alternativas na política barsileira de hoje. Diante da corrupção generalizada, que tem inclusive corrompido outros poderes, com a nomeação de agentes a favor de políticos corruptos que passam a trabalhar para eles em outras instâncias (como em tribunais de conta e nos setores da Justiça) fora do Congresso e do poder executivo onde estão os partidos políticos viciados, sem que surjam outras forças de oposição que representem o povo, o apoio aos militares como meio de colocar o país no eixo e livrar a sociedade dos roedores que tomam conta dos bens públicos volta a ter alguma força, mesmo diante da história que mostra as manchas criminosas deixadas pelos regime ditatorial no país. Esse movimento mostra claramente para quem ainda tenha dúvida a terrível situação pela qual o país passa.
 
Elói Alves
 
O assalto ao deputado

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