Vindo de
várias partes do mundo, reunindo-se para discutir a felicidades dos homens, um
dos congressistas, depois de um longo tempo, notando que um colega, entre
tantas vozes que se sucediam e se embaralhavam, nada dizia, embora se mostrasse
atento e reflexivo, lhe inquiriu o porquê, como todos, também não tomava a
palavra. Ao que, o até ali silencioso, respondeu em tom moderado:
-A
minha boca aguarda as boas palavras de meus ouvidos e dos olhos; estes, que a
alimentam, têm, por isso, sempre o direito e preferência antes de minha fala.
A
sua volta, ninguém o bem entendeu ou bem o ouviu e o homem que o interrogara
concluiu para si que o outro ou era um sábio ou era um louco.
Elói Alves