Não desperte os sons que jazem neste poema
Nem sinta mexerem-se os seus lábios
Segure a respiração até que o vença
Pois, refere-se ao silêncio sepulcral de meus desejos
Este poema não irá ao teatro nem às salas de música
Não quererá acompanhamento sinfônico ou de harpa
Ele quer apenas o silêncio de meus fúnebres ex-anseios
Das promessas que me fiz e que abortei
Não há leis para meus abortos nem aprovação solene
São feitos no oculto das noites e aos gemidos que não se ouvem
Morrem ante o medo da existência e sem lamento público
Deixam de ser simplesmente como a bolha da vida que se desfaz
Elói Alves
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Só prendendo mesmo a respiração!Quanta intensidade nestes versos avessos. O desejo é sonho e sonhar é poético. sepulta-se desejos dia a dia mas a cada amanhecer os renovamos!
ResponderExcluirvocê está surpreendente amigo, estou amando! PARABÉNS!!!
Grato, Ira, por suas meigas palavras e pela gentil leitura, sempre interpretativa e profunda. Abraços gratos, amiga!
ExcluirSe os sonhos deixar de pertence-te, morto estarás, em plena existência!
ResponderExcluirEstou completamente de acordo, querida amiga; infelizmente, os sonhos são reprimidos e sufocados... Grato sempre, Ira!
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