quarta-feira, 20 de junho de 2012

DESEJOS MORTOS

Não desperte os sons que jazem neste poema
Nem sinta mexerem-se os seus lábios
Segure a respiração até que o vença
Pois, refere-se ao silêncio sepulcral de meus desejos

Este poema não irá ao teatro nem às salas de música
Não quererá acompanhamento sinfônico ou de harpa
Ele quer apenas o silêncio de meus fúnebres ex-anseios
Das promessas que me fiz e que abortei

Não há leis para meus abortos nem aprovação solene
São feitos no oculto das noites e aos gemidos que não se ouvem
Morrem ante o medo da existência e sem lamento público
Deixam de ser simplesmente como a bolha da vida que se desfaz
Elói Alves

4 comentários:

  1. Só prendendo mesmo a respiração!Quanta intensidade nestes versos avessos. O desejo é sonho e sonhar é poético. sepulta-se desejos dia a dia mas a cada amanhecer os renovamos!
    você está surpreendente amigo, estou amando! PARABÉNS!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Grato, Ira, por suas meigas palavras e pela gentil leitura, sempre interpretativa e profunda. Abraços gratos, amiga!

      Excluir
  2. Se os sonhos deixar de pertence-te, morto estarás, em plena existência!

    ResponderExcluir
  3. Estou completamente de acordo, querida amiga; infelizmente, os sonhos são reprimidos e sufocados... Grato sempre, Ira!

    ResponderExcluir

Postagens populares (letrófilo 2 anos 22/6)