Os pés, entreabertos, gemem e congelam
Sem poder, ao atrito, sequer descansar
Tenho os ombros roídos pelo peso do mundo
Mais envergados que o limite para ruir
No entanto, não sucumbem por teimosia
A fé é fraca, rareia; mas não seca
Acabo-me aos poucos só para ver
Até onde vai o terrível gigante que feri
O mundo acabará na manhã de um dia
Mas o tempo não me pertence, nem eu a ele
Somos opostos e não me cabe esperar nem antever
Sangro sumo verde que penetra a terra
E não serve de remédio aos outros
É o tétano que fará o monstro ceder
A insanidade se alimenta de vísceras alheias
Ergue-se mais alto que as cabeças retintas
Mas não fixará seu trono sobre a razão
O cheiro que ferve no subsolo se alastrará
Como combustível fóssil feito de cadáveres
De ossos, de gemidos, de usurpação
Meus pés marcam o caminho, esguio e fatal
Do grande túmulo escuro e hermético
De onde o fogo libertário irá se irromper
Elói Alves
do livro:
Conheça e adquira os livros do autor:
http://realcomarte.blogspot.com.br/p/as-pilulas-do-santo-cristo-adquiri.html
Leia o primeiro
capítulo de As pílulas
do Santo Cristo romance de Eloi
Alves:
http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/10/as-pilulas-do-santo-cristo-1-capitulo.html
Abaixo, pode-se ler também o prefácio feito pelo escritor e mestre em Literautra Comparada pela FFLCH-USP prof. Edu Moreira: http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/11/prefacio-de-as-pilulas-do-santo-cristo.html
http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/10/as-pilulas-do-santo-cristo-1-capitulo.html
Abaixo, pode-se ler também o prefácio feito pelo escritor e mestre em Literautra Comparada pela FFLCH-USP prof. Edu Moreira: http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/11/prefacio-de-as-pilulas-do-santo-cristo.html
Lendo e pensando, como será que a poesia nasce?
ResponderExcluirPois a dor, o desespero, a angustia a fé que quase seca, todos estes elementos tristes não são meios de nos fazer ver o belo e o sofrido que há na vida. Deus me livre de entender de onde vem a poesia,mas temendo descobrir, continuo procurando.
E tu, Elói, constrói com maestria cada detalhe. Posso ver o próximo passo, o infiltrar destes sucos que impregnam a terra, as memso assim constroe beleza.Vai entender a alma de um poeta!
Elisabeth Lorena Alves
Oi, Beth, muito grato por sua leitura e por suas palavras tão inquietantes, acho que mais que o poema. É uma inquietação profunda de um questionamento e de uma teoria poética. Abraços gratos
ExcluirQue forte amigo! e profundo! sobre insanidade e razão, faz desfilar em nossa mente, tantas cenas e vivências que descrevê-las levaria uma vida, essa mesma que acabas de narrar. possa nesses versos encontrar a profecia e o sonhar, para que de fato a insanidade não se fixe ao trono da razão!
ResponderExcluirApesar de ter escrito muito, sua poesia me deixa sem palavras que a mereça!
Fiz absoluta questão de não ler o comentário da Beth antes de formular o meu... agora o li. Tão surpreendente quanto sua bela poesia!
ResponderExcluirGratíssimo, Ira! Lindas palavras, você a Beth sempre profundas e tocantes...vocês leem ao fundo, veem coisas e notam de forma incomum. Grato, amiga!
ResponderExcluirTaina Oliveira "eu li muitooooooo boom! gosteiii..."
ResponderExcluirAdriana Rodrigues "GOSTO MUITO DO QUE O ELOI ESCREVE HÁ TEMPO NÃO LIA ALGO QUE REALMENTE ME DEIXASSE INQUIETA, INTRIGANTE, E ME FIZESSE PARAR UM POUCO E REPENSAR CERTAS COIKSAS EM MINHYA VIDA."
Taina Oliveira "verdadeeee....eu gosto muito de ler as poesias dele e muitooo bommm.... o Elói Alves Do Nascimento ele escreve q as vezes me deixa pensandoo muitoo na vidaa..."
(pelo facebook) Gratíssimo a ambas!
Muito louco esse poema Eloi kkk,gostei muito,foi bem lá no fundo do meu intimo,cada frase detalhava uma passagem do que eu passei um tempo atrás,ao mesmo tempo em que fui ao fundo do poço,a minha fé de que tudo poderia se reverter não secou por completo,todos nós temos os nossos momentos de insanidade,e como você disse:mas não é capaz de fixar seu trono sobre a razão.Beijos ,te curto muito !!!
ResponderExcluirGrato, Rosi, por sua gentil leitura e comentários, querida!
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