Há
uma convulsão nervosa que sobe da terra
As
energias gastam-se como fumaça espessa
As emoções
assentam-se como pó
Espalham-se
ao chão rastros iguais a víboras
A
dissipação se incha como epidemia
Os homens
no centro da confusão
Uma voz
cansada balbucia um “que pena!”
Como
elogio fúnebre que não chega à lamentação
E no
subsolo gemidos espremidos abortam-se
Dores
diluídas na taça da desilusão
Compõe-se
ao fim uma panaceia
Como
desejo último de emersão
Caldo
sulfúreo em que se diluem cinzas
Dos seres
que se desmancham no reino da confusão
Elói Alves
Primeiro capítulo do romance As pílulas do santo Cristo:
Dos seres que se desmancham no reino da confusão destruídos pela decepção sem encontrar o mote da indignação!!!
ResponderExcluirMuito grato, querida Ira, por sua gentil leitura e por seu comentário, ampliando a interpretação do poema. Grande beijo, amiga.
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