Não estou maquiado como as meninas
Mas ao avesso, rotas marcas pelo rosto
Inteiramente fermentado como o mosto
Recebendo o mundo todo escuro à retina
Joguei as canetas e desfiz todos os pactos
Nem a palavra dou ou a recebo entre pares
Vou pelo mundo como se navegasse mares
Fugindo às paragens, onde há apenas cactos
Ao longe, a flor, toda cercada de espinhos
Aos meus olhos já não dá muitos encantos
Navego introspecto, mas atento_ nem canto
Estou convicto e sem ilusão neste caminho
Sóbrio, impassível, antevendo as intenções
Sigo sem pressa, submetendo as emoções
Elói Alves
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Postagens populares (letrófilo 2 anos 22/6)
-
Riquíssima em possibilidades interpretativas e uma das músicas mais marcantes que retrataram as terríveis ações do regime ditatoria...
-
Entre meus cinco e doze anos morei em mais de uma dezena de casas. Como não tínhamos casa própria e éramos muito pobres, mudávamos ...
-
O Brasil não tem monarquia, já há mais de cem anos, mas tem reis, diversíssimos, inumeráveis. E como um rei não vive com pouc...
-
Falo de uma notícia velha. Há alguns meses, faz quase um ano, os jornais deram a notícia acima, não exatamente com estas palavras...
-
Teresa e o namorado tinham ido ao cinema assistir Tudo vai bem na República de Eldorado. Quando saíram do estacionamento do shoppin...
-
Há dias que me nutre uma angústia, Poros adentro, formigando sutilmente Potência se fazendo pela ausência De tudo, de nada, de mim mesmo ...
-
"Um rei, longe de proprcionar subsistência a seus súditos, tira deles a sua" Rousseau, Contrato Social Acabo de vir...
-
Confesso a você que nunca fui fã de minha sogra. No início até que tentei. Fiz vários discursos, todos retórica e politicamente corr...
-
Prefácio para o livro Contos e Causos Notariais , de Arthur Del Guércio Neto, professor e jurista O presen...
-
Dona Maria morreu numa tarde em que as flores da primavera se abriam no imenso jardim das terras que ela herdara de seus antepassados e ...
Que desencanto o toma de repente... que já não vês na flor o seu encanto? Essas passadas lentas, o desatino o pode transformar em andarilho!
ResponderExcluirBeijos!
AMEI!
Como sabe, e muito, amiga, não sou, quando digo, são várias subjetividades rsrsr; gratíssimo, bjos, amiga!
ResponderExcluirComo sabes, e muito, amigo, interagi com seu soneto e da mesma forma, não sou, quando digo! rs
ResponderExcluirHá sempre um outro eu, em uma alma sensível, cara Ira!
ExcluirEi vocês dois!
ResponderExcluirVão colocar Fernando Pessoa doente com suas andanças entre pessoas que habitam vocês dopis!
Amei Eloi.
Muito lindo memso.
Faz a gente imaginar outros sentimentos e desistir da pressa e acompanhá-lo nas tais andanças!
Beijos aos dois
Elisabeth Lorena Alves
Oi, Beth; grato pela leitura e por sua análise; ótimo lembrar o Pessoa, incrível poeta de nossa língua, ele "um fingidor"; bjos gratos
ExcluirDeu saudades de quando eu era gente... Agora, universitária que sou, pouco tempo tenho para revisitar as idas e vindas dos muitos "eus"que habitam os amigos poetas e contadores de histórias...
ResponderExcluirBeijos Ira e Eloi.
Muito grato, Beth; sei bem, mas a formação vale muito; bjos gratos
Excluir