terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

O CAOS PLANEJADO DA MOBILIDADE URBANA - por Elói Alves


        A expressão “Mobilidade Urbana” eclodiu na mídia durante os protestos de 2013 contra o aumento no preço da tarifa do ônibus em São Paulo, que, nesta cidade, está atrelado ao valor cobrado nos trens do Metrô e da Fepasa, protesto que reapareceu no início deste ano. Sem entrar no mérito da “tarifa zero”, defendida pelo Movimento Passe Livre, a iniciativa do movimento teve o poder de realçar em toda a mídia a questão do caos no transporte público nas grandes cidades; o próprio Governo Federal, depois de um silêncio eloquente à época da explosão dos protestos, incorporou a expressão ao discurso oficial, prometendo “bilhões” pela causa, até que esta esfriasse. Mas o problema persistiu e se ampliou.
O motivo do caos na mobilidade urbana, evidente, é de natureza econômica e, mais ainda, de política econômica, pois passa por uma escolha do Governo de privilegiar um modelo de transporte dominado por gigantes do setor: o transporte por automóvel individual, em detrimento do coletivo. Essa escolha do Governo foi implementada pelo favorecimento de tal indústria por meio de subsídios, redução de impostos que vieram a prejudicar a economia do país e aumentar a dívida pública além de causar desempregos quando se chegou à desaceleração do setor devido ao fim dos privilégios do Governo, felizmente incapaz de sustentar por mais tempo seus graves erros na política administrativa e econômica.
Há nisso uma lógica perversa cujos caminhos não se percebem facilmente. Para que essa política dê “certo”, isto é, chegue a seu fim, é preciso que a produção se intensifique nas fábricas sem redução dos preços, por meio das descritas ajudas do Governo, e que uma boa parte das pessoas sem renda suficiente também possam adquirir um automóvel, que para isso também devem ter acesso a crédito fácil e, principalmente, que algo de força maior as impulsionem para à loucura das dívidas, que, ao cabo, é o transporte coletivo caro e de péssima qualidade.
O caos na mobilidade das pessoas nas grandes cidades passa por essa filosofia política que privilegia o transporte motorizado individual; é, pois, uma escolha, como é todo ato administrativo; uma escolha infeliz para a maioria, mas também para quem é beneficiado por ela, enlatado nos congestionamentos das cidades mal planejadas. Mas é também, além dos equívocos administrativos, uma questão criminal: o favorecimento a tal indústria passa pelo interesse no financiamento por ela dos partidos e enriquecimento pessoal dos políticos e mediadores; crime que envolve inclusive a venda de votos parlamentares no Congresso e de Medidas Provisórias do Governo Federal, como hoje se investiga.

Elói Alves é escritor, ensaísta e professor

domingo, 31 de janeiro de 2016

ROUBAR PELA CAUSA – Perguntero


         Genuíno repetia até em entrevistas, em seu tempo áureo, “que pela causa podia-se tudo”. Depois que chegaram ao poder e” se lambuzaram nele” – como definiu Jaques Wagner  ministro da Casa Civil em entrevista a Folha, 03/01/2016 – “companheiros” e correligionários se disseram indignados com José Dirceu, porque teria roubado para si e não para o partido.
Tenho algumas dúvidas que me perturbam: Qual seria mesmo aquela causa genuinística? Seria genuína? Além disso, será que foi apenas Dirceu que enriqueceu pessoalmente com a atuação no governo de seu partido, obtendo milhões que chamou de “pagamento por consultoria”?  Será que realmente estavam indignados com o “companheiro” ou faziam jogo para o eleitorado?
Pior: Será que é menos grave roubar ou matar por um partido, por uma ideologia?
Mais ainda:  qual será a razão de tanta gente, milhões de pessoas votantes, ter dado o poder a defensores de uma ideologia que, no fundo, sempre apregoaram a todos os ouvidos, com energia e veemência; como foi feito também em outros países, e não só com a esquerda de tantos impostores, mas com a própria Direita de Hitler?

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

POLÍTICOS TRATADOS COMO LADRÃO COMUM - Perguntero

        Depois da comparação da Justiça, Ministério Público e Polícia Federal à Ditadura Militar feita por um dos defensores de réus da Operação Lava Jato, junto com manisfesto coletivo de advogados contra a Justiça, vários políticos se manisfestaram  pedindo "mais respeito" a aliados investigados"; será que vão pedir também igualdade aos "ladrões comuns" e abrir mão da Imunidade Parlamentar que os protege?



domingo, 20 de dezembro de 2015

LANÇAMENTO DE LIVRO PARA ESTUDANTES E ESTUDIOSOS DO DIREITO

         Na quinta feira, 17, na VFK Educação, centro de São Paulo, foi lançado o livro 2243 Questões de Direito para Concursos Públicos, para estudantes e estudiosos de várias áreas do Direito, do qual o escritor Elói Alves foi revisor para língua portuguesa, e contou com participação de vários importantes juristas sob direção do jurista, promotor Thales Ferri Schoedl e prefácio de Arthur Del Guércio, Tabelião e professor de Direito Público.



domingo, 13 de dezembro de 2015

Tradução do livro Le péché

Recebi hoje o livro Le péché (El pecado, em espanhol). do escritor realista Seydou Koné, por cuja tradução estou responsável em português

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

LANCETA: A VISÃO DA OBSERVAÇÃO - resenha de O Olhar de lanceta

Por: Germano Gonçalves, historiador, professor e poeta

Ao passar as vistas nessa obra de Alves, senti que não poderia deixar de mencionar que este é um livro aula, quem tiver a oportunidade, e espero que tenham, pois este é um livro imprescindível para o ser humano, uma obra que vai causar muitas reflexões, e ao mesmo tempo, fazer com que entendamos o nosso presente, para que possamos fazer um futuro melhor para se viver.
Aqui vamos olhar, para uma direção humana, vamos dizer assim, Alves nos faz transcorrer em um mundo onde o assunto é o homem. Desde o seu principio. Podemos observar logo no inicio desta obra, poderíamos ter uma cultura diferenciada, mas a chegada dos portugueses, europeus no geral, mudou o rumo da história como podemos observar em O canhão e a flecha (p. 11). Por este lado vamos caminhar, ou melhor, passar as vistas em uma obra que desde já, eu vou adiantar, e alertar para que a sociedade em geral precise ler este livro.
Como aqui é uma abordagem rápida que se limita a resumir o conteúdo desse livro, não poderia deixar de dizer que não vai ser fácil, e nem foi, pois a cada página que eu passava o olho me deparava com uma carga rica de elementos literários e históricos, que o autor soube aproximar o livro do leitor, por tanto, poderia descrever aqui página por página, para que nenhum assunto desta obra ficasse sem o devido valor, mas isso é para você leitor, ler está obra com admiração, e procurar entrar no pensamento que o autor quer nos passar.
Observaremos quando passamos as vistas em seu texto intitulado número 2 (p.17), às perplexidades do homem, eu vejo assim, coloca que a vida é curta, para fazermos as coisas, e as coisas vão ficando, e o pior que o ser humano com a modernidade, começa a pensar cada vez mais em si, e vão atropelando, os afazeres para o bem social, e se preocupando com o próprio ego, como se diz: “com seu umbigo”, e fazem tudo para se der bem na vida, tipo: “antes ele do que eu”.
Essa passagem na obra, caros leitores, como todas vocês devem ler, e assim Alves segue sua obra, e nos traz com certa sabedoria, do que aprendeu e observou em toda a sua vivência, pois como ser humano também passa pelos percalços que escreve, e nos relata aquilo que está entre todos os seres vivos dessa terra, a ciência ou estudo que se apodera de Deus, de sua natureza, o que é particular de um ser e de suas relações com o homem e com o universo.
O que vamos perceber na obra de Alves, não sabe que se de suas características ao escrever, ou para nos ater aos homens que de uma forma ou de outra, tentaram e tentam se consagrarem no poder, ou nos alertar a favor ou contra esses homens em que é destaque na humanidade, Alves se faz notar alguns deles:
(George Walker Bush e o pensador inglês Wilston Churchil (p. 21), notem ao menos eu notei um homem em busca de manter um poder, outro um pensador pela a paz, eu vejo que quem busca a paz, não pode querer o poder, opinião minha, como você leitor ao passar as vistas na obra de Alves terá a sua.
E eu espero que seja breve, pois é realmente uma obra digna de literatura e história, no entender Alves sabe muito bem usar a estratégia de ações Integradas em literatura e história tem no seu cerne o processo de docência acerca do processo letras e história através de vivências do estudo de história em seus futuros campos de prática e em serviços ou instituições que puderam ajudar a aprimorar estas experiências. Estas práticas se encontram imersas principalmente no âmbito da história coletiva e do que acerca o ser humano.
E assim seguimos, com os olhares de Alves, uma observação muito importante, ele nos traz aquilo que realmente devemos pensar, em se tratando de política mundialmente, os regimes totalitaristas, que estão aquém da cultura, o pensamento sempre é o poder, lembramo-nos da ditadura que de cultura não se tinha nada, era praticamente nulo em termos de cultura, e principalmente a cultura popular, os regimes que Alves coloca em sua obra, me fez entender que ele mostra com a sua categoria de escritor que é uma agressividade nos textos, mas digo isso por que não é nada fácil, lidar com assuntos que oprime a humanidade sem agredir, e sim com o dom da palavra, isso Alves sabe fazer e pelo que li, muito bem feito.
Caro leitor percebera que esta obra lhe faz uma alerta, não em busca de uma verdade absoluta, mas do que esta em luta, do que não queremos mais, dar um basta nas injustiças sociais, na dominação seja ela qual for como podemos notar onde o autor coloca em: “... fenômeno sobre o qual refletiu muito apropriadamente Pierre Bourdier em seu livro: A Dominação Masculina” (p.28), essa passagem nos mostra que onde há dominação existe discriminação, ao ler está obra você vai deparar após este relato de dominação, com assuntos ligados a violência infantil, ou contra a mulher, e a violência do país perante a educação do filho, como tratar de tudo isso sem ser agressivo? Só mesmo Alves para descrever tudo isso, apenas para nos alertar, pois ele pede sim em sua obra, que fiquemos mais antenados, e temos que ter uma coletividade para com a educação, para que Estado, família e educação andem juntos.
Vamos leitor ler essa obra, e em seus capítulos que Alves, denomina por números vamos encontrando um pouco da nossa história, nos remete a pensarmos em vários contextos do nosso dia-a-dia, a política, a religião e as etnias, que livro!
Entra a música na qualidade de algo singelo, digno da humanidade em “Imagine” do Beatles (p.35), é do saber que a música vem desde os tempos da antiguidade, mas que se aprofundou principalmente o rock, dos quatros garotos de Liverpool, em que se fez um pensar na humanidade como o autor coloca Alves, ainda nos remete aos clássicos da literatura e o pensar de educadores e nos fala da cultura popular.
Antes de finalizar essa minha descrição feita com detalhe, tem que lhes falarem, meus caros leitores, da estética do autor, na obra de Alves notei que em seus escritos a maneira de escrever sobre a história e a literatura é – como elemento discursivo na meta-narrativa do ser humano – um dos principais veículos divulgadores e fomentadores da discussão sobre identidade humana e sobre a própria ideia da civilização humana em nossa história.
E falando sobre estética apreciei muito o estilo usado no índice de sua obra, o sumário diferenciado com capítulos sem títulos, até certo ponto e depois alguns títulos, e retoma aos sem título, vocês leitores perceberam, muito bem trabalhado, e também as menções que ele faz, achei bem colocadas.
Pois bem, esses meus escritos servem pra você leitor, que precisa ler este livro, afinal de conta és um ser humano, e tornará ainda mais humano após ler essa obra.
Aqui temos arte, politica, economia, religião e vários contextos em torno da humanidade que torna a obra preciosa assim eu acho, pois temos Bezerra da Silva, esquecido pela mídia, o autor nos leva a corrupção contemporânea fruto de uma corrupção histórica, isso tudo se pode observar com magnifica expressão. Ao ler esta obra fiquem atentos em:
 “... os jornais vêm logo dizendo que aqui no morro só mora ladrão”. Vejam agora todos os contextos, sócias. – As letras de Bezerra da Silva falavam de uma conduta de uma postura do homem, condenava o mau padre, o pastor que trocou o espiritismo pela igreja para se beneficiar em dinheiro, o pai-de-santo sem caráter, o presidente caô-caô, nos tempo de Collor de Melo, e o próprio malandro que “com um revolver na mão é um bicho feroz, sem ele anda rebolando e até muda de voz”, (p. 44), percebam ao ler!
Sem contar a filosofia implantada por Alves, em seus escritos que colocam desde Descarte a Marx se assim posso dizer, passando por Freud, e que tudo ficou sem explicações, e por simples atenção ao pensamento. Nesta obra percebi que o caminho é se pensar, for formador de opiniões, analisarmos toda uma mudança do capitalismo empresarial de pequeno porte e a dimensão para o capitalismo monopolista e o imperialismo, dos movimentos socialistas, tornando-se reformista e as emergências do estado de bem-estar social, as revoluções pelo mundo e claro a ascensão do comunismo, e atermos a emergência da mídia de massa e, que não nos enganemos com a frase, “o gigante acordou...” ou como posso observar eu um dos mais belos textos que li nessa obra de Alves, “A moeda e a língua”, (p. 53). “Aquele que não conhece a sua própria história estão fadados a repeti-la”. O governo Collor, o plano real, o impeachment desse mesmo Collor, os caras pintadas, e tudo o mais sobre o olhar de lanceta como o autor nos mostra em, “O vagabundo e o olhar de lanceta”, (p.59), é indispensável meu caro leitor essa obra, podemos entrar com essa obra, nas escolas, faculdades e universidades sim, pois serve para todos os estudantes e ir além de um simples olhar, e ser visto por advogados, economistas e por que não criminalistas, pois é um crime contra a humanidade, aniquilar os pensamentos, “... uma maquinização do homem – uma coisificação, portanto – em função da engrenagem do sistema, primeiramente dos escravos, depois de todos os trabalhadores, como migrantes e imigrantes...” (p. 59).
Ufa! Que obra, olha só o autor nos faz pensar no homem, com Quixote de Cervantes, onde a loucura nos mostra o caminha para o bem da humanidade, o autor nos atenta para Braz Cubas, mas não lhe contradizendo e sim somando, eu percebo um “Alienista” de Machado de Assis, não sei se Alves me faz entender, mas de certo que concordará, pois temos, “... O Alienista é talvez sua obra máxima no espaço dado ao tratamento literário reservado à psiquiatria”, (p.71) e você leitor verás toda filosofia implantada nessa obra a respeito do ser humano, suas indefinições, medos, fantasias, coragens e ilusionismo.
Acho que posso finalizar esses escritos com gosto de missão cumprida, mas que essa missão ainda poderia ser mais longa e mais detalhada, mas tenho que respeitar o autor, deixar que o próprio leitor, faça uma analise de sua obra, e que tomem o gosto não só pela leitura da obra, como também passem a obra pra frente, indique, comente e divulgue, sempre com um olhar observador sobre a nossa história e nossa literatura, pelo bem de nossa humanidade.
Esse olhar de lanceta que nos traz uma diversidade de textos, misturando realidade com ficção, por causa do teor literário, nos deixa claro um olhar de uma visão de mundo centrada no homem, o olhar do homem sobre si mesmo e, o que esta por sua volta, o homem pelo homem, por tanto, a visão tem que ter um olhar de observação.


  1. ALVES, Elói, Olhar de lanceta - Ensaio crítico sobre literatura e sociedade, editora APMC, São Paulo, 2015.
  2.  

terça-feira, 17 de novembro de 2015

NOITE DE AUTÓGRAFO DO LIVRO O OLHAR DE LANCETA

Dia 24, 3ª feira da próxima semana, das 19 às 22h, o escritor Elói Alves fará uma noite de autógrafo de seu novo livro, que estará à venda por R$ 20,00.
Endereço: Praça Rooselvelt,118 - próximo à igreja da Consolação, no centro de SP.





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