domingo, 11 de março de 2012

RIQUEZA E POBREZA NO BRASIL E A ILUSÃO DOS BRICs

      As desigualdades econômicas têm aumentado entre os países nas últimas décadas, apontando para questões problemáticas na estrutura do modelo econômico da atual ordem mundial. E a mesma desigualdade se verifica internamente, praticamente em todos os paises no estágio atual da economia global. Mesmo os paises que há algumas décadas atrás contribuiram para uma sociedade nacional economicamente mais igualitária, como aqueles que sustentavam uma política de bem estar social ( Welfare state), já tiveram esses modelos modificados e substituídos.
      O caso do Brasil é curioso: um país de PIB (Produto Interno Bruto) absoluto enorme, que esteve nas últimas décadas sempre entre as quinze economias mais produtivas, mas que apresenta muitas incoerências e enganos, se olhados apenas os dados positivos.
      De uma outra ótica, quando se observa a renda “per capta”, que aponta para a má distribuição de renda do país, o baixíssimo nível de desenvolvimento humano (IDH), confirmado por diversos organismos internacionais, as deficiências dos serviços públicos básicos, a má formação educacional etc, verifica-se como é contraditório o discurso segundo o qual o Brasil está a caminho de ocupar um lugar entre as nações ricas e desenvolvidas.
     A grande questão está na profundidade do problema, o qual, como apontara Celso Furtado, está na estrutura da formação histórica da economia do país, no tipo de “Formação Econômica do Brasil”. Nesse sentido, verifica-se, para corroborá-la, a produção econômica nacional liderada por produtos do gêneros das “commodities”, por produtos primários, cujos mercados o governo esforça-se para ampliar através de diversas parcerias e acordos pelo mundo, seja em bloco, seja em organismos internacionais ou bilateralmente, que é uma alternativa que lhe cabe assegurar.
     Outro problema é a instabilidade do crescimento econômico brasileiro ao longo das últimas décadas. Ao contrário da China, que tem crescido de forma linear e praticamente estável nos últimos trinta anos, os demais países dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) não demonstram o mesmo tipo de crescimento histórico.       Além disso, as perspectivas de que, segundo vários analistas como os economistas da Goldman & Sachs, os países desse grupo iriam liderar a economia e ocupar os lugares dos países desenvolvidos por volta de 2040 são bastante duvidosas a partir de uma análise das estruturas internas dessas mesmas economias.
      Exceto a Rússia com algumas peculiaridades, todos os demais membros dos BRICs apresentam enormes dificuldades estrtuturais em suas economias, no âmbito interno. Índia, Brasil e China são países praticamente continentais, de enormes populações que vivem à margem de seu crescimento econômico. Ou seja, nesses países a riqueza não engloba o povo, cujos integrantes, em muitos casos, estão jogados à miséria, e mesmo a classe média vive uma vida descuidada de uma boa educação, excluídas de uma interatividade profunda com a cultura, sem consciência cívica, carente de adequado sistema de saúde pública e desprovida de uma ampla consciência dos fundamentos históricos de seus problemas mais básicos e mais rudimentares. Por outros termos: estão todos a mercê dos chamados ciclos econômicos, que amenizam os efeitos das crises, cada vez mais sérias, e propocianam poder e riqueza a uns e medo, miséria e submissão aos demais.
Elói Alves

 Leia o primeiro capítulo de As pílulas do Santo Cristo romance de minha autoria cujo lançamento será dia 27/11, no Restaurante Rose Velt, pça Roosevelt, 124, das 19:00 às 21:30 h.:
http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/10/as-pilulas-do-santo-cristo-1-capitulo.html

Abaixo, pode-se ler também o prefácio feito pelo escritor e mestre em Literautra Comparada pela FFLCH-USP Edu Moreira: http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/11/prefacio-de-as-pilulas-do-santo-cristo.html

7 comentários:

  1. Perfeito este teu comentário sobre a visão de nossos pseudos-governantes sobre riqueza:
    Ou seja, nesses países a riqueza não engloba o povo, cujos integrantes, em muitos casos, estão jogados à miséria, e mesmo a classe média vive uma vida descuidada de uma boa educação, excluídas de uma interatividade profunda com a cultura, sem consciência cívica, carente de adequado sistema de saúde pública e desprovida de uma ampla consciência dos fundamentos históricos de seus problemas mais básicos e mais rudimentares.
    Valeu!
    Elisabeth Lorena Alves

    ResponderExcluir
  2. Abre-se a torneira e o recurso se esvai por enorme ralo, sem beneficiar o povo gerando o contraditório PIB x IDH.

    ResponderExcluir
  3. É meu amigo nós gotariamos relamente de saber que tipo de riqueza é essa !!!, se for em matéria de miséria,péssimo sistema de saúde e uma precária educação, com certeza o brasil é rico nesses assuntos, infelizmente esse tipo de riqueza só o povo encherga,porque a riqueza deles está invisível aos nossos olhos.
    MIL BESOS !!!!!

    ResponderExcluir
  4. Gratíssimo, Elisabeth, Rosi e Ira! Muito motivadoras suas participação e a interatividade. Boijos!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Estás muito econômico com este método de resposta coletiva! kkkkkkkk

      Excluir
  5. É a crise, Ira! Grato sempre, amiga, bjo!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Espero que esta crise não afete nossa tão "sincera" amizade! besos

      Excluir

Postagens populares (letrófilo 2 anos 22/6)