A poesia só existe no mundo
Marcando nas faces a essência da própria vida
Perfurando os corpos com a sua lâmina
Até o limite onde a dor se oculta
O poeta não a escreve, apenas a capta
Espalha pelos ares seus fragmentos
Há traços indeléveis e outros que se apagam
O trágico, o épico, o lírico espalham-se pela superfície
O singelo e o pungente escondem-se, entanto
O agudo da dor e seu âmago estão apenas latentes
Não se pode apreender a poesia
Pode-se somente senti-la
Captá-la é caça sensível e perigosa
É preciso cuidado para evitar o logro e a fraude
Os versos nem sempre são poemas
A poesia não sai da tinta vermelha
Ou se confunde com a matéria bruta
Ela esparge-se do sangue que cai da pena da vida
Elói Alves
Leia o
primeiro capítulo de As pílulas
do Santo Cristo
http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/10/as-pilulas-do-santo-cristo-1-capitulo.html
Abaixo,
pode-se ler também o prefácio feito pelo escritor e mestre em Literautra
Comparada pela FFLCH-USP Edu
Moreira:
http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/11/prefacio-de-as-pilulas-do-santo-cristo.html
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Maravilhosa definição de onde vem o poema. Eu apreendi e você captou! Como nada se perde,de meu questionamento buscaste a essência que em mim faltou! Parabéns... realmente não basta caneta e rimas, a poesia está mais acima. Beijos e obrigada sempre!
ResponderExcluirMuito grato,Ira, pela gentil leitura e pelo comentário, amiga! beijos gratos!
ExcluirAcredito que de tudo em Linguagem, a que mais me seduz seja a metalinguítica. Esta capacidade que as tudo tem de se explicar e definir.
ResponderExcluirJá disse uma vez Elói que é por isto que amo a Bíblia, ela é cheia desta figura faceira.
Sou fascinada de fato e teu poema defini-se grandiosamente.
Um filme, um livro, um conto que se define me prendem fácil, fácil. Mas um poema, ah a Poesia viaja em minha alma.
Por certo vindo de todos os lados, como ela se define aqui!
Como dizem os que descobriram a palavra "impacto" a pouco, estou impactada!
Meus parabéns.
Estas crescendo a cada dia em tua Literatura. Admiro-o sempre.
Beijos ternos,
Elizabeth Lorena Alves
Muitíssimo obrigado, Beth, por sua leitura e pelo lindo comentário; sempre rico e profundo, com seu estilo e com contribuição gentil; Beijos gratos, querida!
ResponderExcluirSemana passada comentei com uma pessoa que não deixaria editar um poema meu pelo fato de que o poema nasce, sai e tem vida própria, diferente do texto que se faz ajustes. O poema admite falhas que não são falhas, admite construçoes diferentes e admite até palavras novas. Não fui compreendida na minha ignorancia linguistica, porém é o que meu coração diz. Parabéns pelo poema, aceito-o agora ele é meu. bjs
ResponderExcluirDe acordo pleno com sua análise Jane; a poesia não é ciência e repele muito os remendos; abraços, amiga
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