sexta-feira, 27 de julho de 2012

O HOMEM E OS DIAS

Hoje cedo protegi-me da chuva à porta de uma igreja
E uma voz rouca e cansada soava tristonha:
-Senhor, ponho esta semana nas tuas mãos...
Fiz muita fé com ela e fui desejando ao meu modo
Que os meses e os anos também estivessem seguros
E as décadas de quem as alcançar
Porque os dias são lisos como o azeite
Escapam pelas brechas de minhas mãos
Sem que haja força de homem que os sustenha

Elói Alves

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