Meus pensamentos erram por lugares que desconheço
Já passou por muitos tempos e vários espaços
Sou um nômade que se desencontra em cada canto
Não há rumo nem estrelas condutoras no infinito
O céu poupa suas luzes
Minhas tendas são frágeis
Estendo-as no meio da noite desértica
Não tenho cuidados ou valores
Meu travesseiro é mais duro que as pedras
Só a geada e os ventos descem e sobem e assobiam
Não há sonhos entre sonos
Um nômade como eu não anseia nem deseja
Meu corpo é uma pequenina parte do deserto
Petrifica-se a todo instante, a qualquer suspeita
Distancia despegando-se de si mesmo
Não deixo rastros
Não sirvo mais de comida aos insetos
No deserto só os bichos guardam sangue
Mas sempre há uma fera que me quer comer
E os perigosos são mais sutis que os bichos mansos
Elói Alves (do livro Sob um céu cinzento)
Leia o primeiro capítulo de As pílulas do Santo Cristo romance de minha autoria cujo lançamento será dia 27/11, no Restaurante Rose Velt, pça Roosevelt, 124:http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/10/as-pilulas-do-santo-cristo-1-capitulo.html
Abaixo, pode-se ler também o prefácio feito pelo escritor e doutor em Literautra Comparada pela FFLCH-USP Edu Moreira: http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/11/prefacio-de-as-pilulas-do-santo-cristo.html
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consegues nos conduzir a uma ausência plena de tudo que um ser, mesmo errante e nômade carece! e ainda assim existe o perigo sutil que nos ronda! UAU!
ResponderExcluirOi, Ira, muitíssimo grato, amiga, por sua gentil leitura e por sua apreciação; beijo, querida!
ExcluirLeonice Rocha:" Adorei esse poema,lindo Elói Alves Do Nascimento,parabens !!!", pelo facebook
ResponderExcluirMuito grato pelo carinho da leitura e do comentário, amiga.