quarta-feira, 4 de julho de 2012

MORTE OCULTA

Tenho enganado muita gente
Com palavras, sons e movimentos
Na verdade, ando morto há muito tempo
Totalmente sem vida cá por dentro

Trago o coração sempre gelado
O qual está também desocupado
A mente adormece como pedra
E desconheço se ainda tenho irmãos

Meu paladar não identifica os sabores
Nem sei se os cheiros são bons ou se ruins
E aos meus ouvidos os sons são indistintos

Vejo a massa que se move e não atua
Mas não a sinto nem posso tateá-la
Pois, meus sentidos fraquejam ao sentir
Elói Alves

8 comentários:

  1. Onde o prazer, o pulsar, o prosseguir? Porque insistes em enterrar os sonhos? Acorde os ideais e espante os monstros, pois o sangue corre as veias e tinge o manto que lhe veste a alma hoje em desencanto!

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  2. Obrigado, querida Ira, por sua gentil leitura e pelo comentário, amiga! Beijos gratos

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  3. Eloi, sabe que o mote do livro que estamos escrevendo - a escritora Jane Uchôa e eu - é a morte né?
    E esta morte em vida,sem ser Severina, mas de sentimentos abortados, de does opacas, de ausência completa, me fez pensar algo interessante.
    Muitas vezes temos vistos mortos-vivos andando por não estamos reconhecendo-os, por estarmos nós mesmos, mortos em morte igual, porém diferente e assim seguirmos, cada um seu féretro, para sua Necrópole pessoal, ou e direção do nada. Mortos cuja a morte permanece oculta aos outros, enganados, que não nos percebem.
    Amei divagar nesta!
    Elisabeth Lorena Alves

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    1. Gratíssimo, Elisabeth, por sua gentil leitura e pelas reflexões ampliando o poema; Parabéns por seu trabalho ai, cuja competêcia já conheço há tempo, Beth; bjos gratos!

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  4. Morrer é um ato impensado, que se materializa obrigatoriamente no desaparecimento do corpo, morrer é trágico, legal, ilegal, insano, inconcebível, algumas vezes é a saída, outras vezes a entrada, e morrer em vida talvez seja a mais dolorosa morte, aquela sensação de que não se sabe o que fazer da vida, um ""empurrar com a barriga"". Bela sua construção, uma morte pouco retratada.

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    1. Muitíssimo grato, Jane Eyre Uchôa, por sua leitura e colaboração com reflexão tão profunda. Muito bem vinda ao blog, amiga!

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  5. Meu amigo Eloi esse texto mexeu muito comigo,estou assim parada no tempo " empurrando com a barriga " kkk eu sinto que algo tem que mudar,as pessoas ao meu redor estão andando e eu estou parada, e eu me pergunto o que fazer ? ...e lendo esse texto eu tive mais certeza ainda que eu tenho que dar " Vida a minha Vida ", mas cadê a coragem !!!!! desculpe o desabafo amigo kkk,Parabéns pelo texo !!! Mil Besos.

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    1. Oi, querida Rosi, fico muito grato por sua leitura e por suas palavras tocantes, amiga; fico feliz por estar por aqui. Besos, querida!

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