sexta-feira, 19 de setembro de 2014

IMAGENS DA NOITE DE AUTÓGRAFOS DO LIVRO SOB UM CÉU CINZENTO

 Imagens da noite de autógrafo de Sob um céu cinzento,  novo livro do escritor Elói Alves, na praça Roosevelt, em São Paulo. O livro foi lançado na Bienal pela Editorial LP Books no dia 26 de agosto e o autor recebeu os amigos, que não puderam estar no Anhembi, neste dia 17, um dia com momentos especiais.

















segunda-feira, 15 de setembro de 2014

NOITE DE AUTÓGRAFO DO LIVRO SOB UM CÉU CINZENTO

      Para os amigos que não puderam ir ao lançamento de meu livro Sob um céu cinzento, na Bienal, estarei recebendo-os para uma noite amistosa de conversa e também para o autógrafo do livro. O encontro será nesta quarta feita, 17 de setembro, a partir das 19:30 h. na Praça Roosevelt, 118, no Restaurante e Bar do Doca, ao lado da Igreja da Consolação. A praça Roosevelt está a poucos minutos das estações Anhangabaú e República do metrô. Todos estão convidados.
Elói Alves

sábado, 13 de setembro de 2014

A DESOBEDIÊNCIA CIVIL E A ELEIÇÃO - Perguntero

      Relendo A desobediência Civil, de Henry David Thoreau, deparo-me com esta afirmação: "O melhor governo é o que absolutamente não governa", e me pergunto a própósito das eleições por aqui:
      Será por isso que os políticos se esforçam tanto para dizer que o governo de seu partido é sempre o melhor?
 
 

domingo, 24 de agosto de 2014

LANÇAMENTO DE SOB UM CÉU CINZENTO NA BIENAL


     A Editorial LP Books convida para o lançamento de Sob um céu cinzento, próximo livro de Elói Alves, na 23ª Bienal do Livro no Anhembi, SP, dia 26, terça feira, das 18:00 às 20:00 H.
     O Estande da LP Books estará na rua F250; os demais livros do autor também estarão à disposição dos leitores. Haverá ônibus grátis saindo da estação Tietê do metrô para a Bienal.
     Lembrando que profissionais do livro, da educação e estudantes devem fazer inscrição no site da 23 Bienal para obter gratuidade ou descontos na entrada e nas atividades culturais.
 
Segue a página da Bienal para outras informações: www.bienaldolivrosp.com.br/

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

POSFÁCIO DO LIVRO 'SOB UM CÉU CINZENTO', de Elói Alves

Trecho do posfácio de Romy Shinzare para Sob um céu cinzento,  lançado na 23ª Bienal do Livro, no Anhembi, São Paulo.


Posfácio por Romy Shinzare
      Sob um Céu cinzentoé um sólido conjunto de poemas que invadem a alma humana e dilaceram qualquer possibilidade de uma postura ingênua diante da vida moderna.
      Elói desafia as imposições da atualidade, que nos arrastam no turbilhão do tempo insano da megalópole, na vida cotidiana que sempre cobra seu quinhão, na diversidade e no caos que nos espreitam a cada esquina, a cada beco do submundo, deixando exposta aferida social da cidade dos contrastes, da velocidade, da mudança constante, do inacabado e das memórias rasuradas indefinidamente.
    Mostra-nos a falta de sentido de uma vida pautada exclusivamente em valores materiais em detrimento de valores humanos essenciais. Vê-se pelos olhos do poeta um mundo onde a felicidade está sufocada sob o manto da nostalgia de um futuro improvável, da fumaça a invadir os pulmões, a nos encobrir de fuligem as faces, até chegarmos ao ponto do aniquilamento do ser.
     Surge como triste personagem em seus poemas o sujeito desajustado, o “gauche” drummondiano, que não consegue manter o compasso com a vida nem com outros homens que há muito perderam a condição de humanos. Mesmo vergado diante do mundo será ele o responsável pela tão almejada liberdade, que virá com o enfrentamento às adversidades, com a lucidez da mente e a sensibilidade da alma.
      Este anti-herói quixotesco, que às vezes pode titubear diante dos desafios da existência, logo é resgatado pela sensibilidade e sensatez do ser que, ciente, sabe como enfrentar os moinhos de vento. Elói, autor urbano, recria a megalópole que corre nas veias das avenidas e esquinas e desvela o homem que cresce, perde a inocência da infância caindo no abissal pandemônio da modernidade, mas que eclode trazendo à superfície sua indignação e agudeza nos poemas, nos quais as palavras assumem dimensões bem maiores, apresentando-nos o máximo de sentido a cada expressão que compõe a “poesiaque cai da pena da vida”.
          Como no girar de um caleidoscópio, vamos desvelando várias facetas de situações comuns aos homens, que refletem sobre a práxis e lutam a cada noite, por dias melhores para si e para a humanidade. Neste trabalho, o leitor é conduzido de maneira prazerosa por caminhos que buscam a completude da alma humana... (...).
Romy Schinzare nasceu em Guariba, interior de São Paulo, foi supervisora e diretora de escola, é professora, Coordenadora Pedagógica da Secretaria de Educação do Município de São Paulo e contista.
 Romy Schinzare com o autor Elói Alves na 23ª Bienal do Livro, em São Paulo

terça-feira, 12 de agosto de 2014

O DESABAFO DE UM VELHO



Riem-se de mim por ser um velho corcunda e que rasteja-se


Talvez devessem se rir da máquina monstruosa e grotesca que assim me fez
Poderiam até chorar se não alcançassem senão o resultado imediato das coisas
A verdade é que estou cansado
Mas como explicarei este meu cansaço
Se nada fiz e já se põe este meu sol?
Não construí pontes nem estradas
Não plantei árvores, não escrevi livros
Não fiz discursos como os políticos e outros oradores
Não galanteei as mulheres
Nem as amei como poetas submissos às musas
Não vi os oceanos como os marinheiros
Nem a ressaca dos mares revoltos invadindo as praias
Não escalei as montanhas como os alpinistas
Nem vi as geleiras como os pinguins
Não tive filhos nem deixarei herança
Não fui órfão nem enviuvei
Não fiz voto de castidade ou de pobreza
Não cruzei as cidades com os pés descalços
Não lutei pelas ideias de liberdade
Pela fraternidade universal
Nem pela igualdade de todos os homens
Não me fiz protestante contra os tiranos
Não lancei pedras contra as vidraças dos opressores
Não blasfemei contra Deus
Nem maldisse o diabo ou lancei pragas contra os infernos
Não padeci as chagas nem as paixões
Não corri o mundo nas procissões
Nem jurei fidelidade a ninguém
Não pestanejei, debruçando-me sobre livros
Não guerreei pela pátria nem lutei por um governo
Não jurei acabar com a fome nem pregar a paz aos fratricidas
Não passei as noites em claro
Não velei ninguém na tenebrosa escuridão
Não me dediquei à caridade
Nem à contemplação do azul do céu
Não firmei os olhos para ver o poente
Nem saí a ver as cores do arco-íris
Não corri as matas perseguindo caças
Não enfrentei os lobos que infestam as cidades
Não jejuei nem comi o pão da dor
Não usei gravatas apertadas
Não embriaguei-me sob a ufania
Não corri às portas dos banqueiros
Nem roguei perdão aos céus e ao bispo
Não me enojei, não esbravejei
Não me indignei
Não transpirei
Não fumei senão essa fumaça intragável
Não torrei meus tostões de noite
Não persegui a noite em longos devaneios
Não devolvi à terra o que dela tirei sem precisão
Não esbravejei inutilmente
Não distingui o cheiro que vem da essência das coisas
.....
Mas estou cansado
Estou extremamente cansado

Estou cansado dos homens
Cansado das vozes dos homens
Estou cansado das obras dos homens
Do ir e vir dos homens
Do que dizem os homens
Do que dizem fazer os homens
Estou cansado da justiça dos homens
Estou cansado da ciência dos homens
Cansado do grito dos homens
Cansado das letras dos homens
Do parlatório dos homens
Estou cansado das virtudes dos homens
Estou cansado da honestidade dos homens
Cansado de seu comércio
Cansado de sua virilidade
Da bondade e das boas intenções dos homens
Da força, do poder dos homens
Da repetição dos homens
Da publicidade dos homens
Cansado das leis dos homens
Da suntuosidade dos homens
Dos templos dos homens
Da pequenez dos homens
Cansado da loucura dos homens
De homens e mais homens
Estou cansado de mim,
Homem
Elói Alves
Sob um céu cinzento

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O BISPO MACEDO, A SAÚDE DOS RINS E A CAIXA DE ÁGUA

        O bispo Macedo, o grande líder neo-pentecostal brasileiro, soube usar em sua liturgia, antes mesmo de se fazer bispo, algo maravilhosamente saudável que é a água, fazendo os fieis tomá-la imediatamente após suas rezas e orações. Não obstante aos protestos de muitas igrejas co-irmãs que julgam este ato diabólico, a água opera maravilhas. E, ainda que para muitos as curas religiosas sejam fruto de efeitos psicológicos, ou reações positivas às técnicas retóricas fantásticas e às excelentes oratórias de cujo uso nosso bispo é grande mestre, mesmo incomensurável, a introdução litúrgica da água é um ganho nunca antes tão bem utilizado neste país, sobretudo devido sua tropicalidade e ao nosso gosto de nos expormos ao sol.
         Essa prática é uma grande bênção de cuja graça deve haver amplo testemunho, inclusive por meio da mídia e da propaganda. Mais ainda: é medicinalmente recomendada uma boa ingestão de água ao longo do dia. Alguns recomendam sete ou oito copos por dia. Isso no entanto não é matemático, como não é unânime a crença e a fé. Com as mudanças climáticas, ou "el cambio climático", como dizia All Gore, ou com a prática de esportes isso pode variar para mais. Para o bom funcionamento dos rins, da circulação do sangue, do equilíbrio da temperatura do corpo etc, a água é vital, e seu uso contínuo pelos fieis (pelos infieis também) deve ser mesmo recomendado, até mesmo porque, no caso de o milagre não acontecer, a água ajudará na saúde do amigo fiel e pio, para que ele não pereça.
         Apenas um cuidado. Num pais, cujo saneamento básico ainda é precário, e cujos inúmeros esgotos não são tratados, mesmo em "regiões nobres", é sempre preciso tomar cuidado para não ingerir água contaminada por vírus, por bactérias e por outros organismos microscópicos, mesmo sabendo que a fé não costuma falhar, que a nossa reza é forte e que o “companhero Lula” acabará com a miséria e os esgotos “desse país”.
         No entanto, só acordei para essa maravilhosa maneira de se promover o saudável uso da água depois de um certo acontecimento com um amigo meu. Sendo ele ateu obstinado,daqueles que têm carteirinha para entrar no inferno, foi chamado, numa tarde chuvosa em que lia Swift sob os cobertores, pela vizinha crente para explicar a ela o que dizia um pastor gringo que lhe lia uma bíblia diferente. Era um mormo. Meu amigo, vendo o lugar em que se metia, piorou logo o seu inglês aprendido na Austrália, misturando-o com espanhol de sotaque argentino. Antes de sair, traduziu ainda o pedido da vizinha que vinha da cozinha com um galão de água nos braços “para ser orado”, e emendou à tradução também o seu pedido: “o senhor não podia orar logo pela caixa de água?”
Elói Alves
 
Sob um céu cinzento, novo livro do autor, será lançado na Bienal do livro, dia 26 de agosto das 18 às 20 horas pela Editorial LP Books

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