domingo, 10 de novembro de 2013

DO QUE MAIS GOSTO EM VOCÊ?

Do que mais gosto em você:
De seu olhar, sereno e calmo,
De suas palavras soando como salmo,
No seu singelo jeito de dizer?

Como se pode, então, priorizar,
Se se divide, diversa, sua beleza,
Numa amplitude de toda natureza,
Afastando-se e juntando-se de para em par?

Se seus pés são belos,
Seus olhos são singelos,
Formando tudo uma mesma inteireza.

Come se poderá assim escolher,
Se a parte eleita é a própria incerteza?
Porque a certeza é inteira: é você!
Elói  Alves


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

LANÇAMENTO DO LIVRO CONTOS HUMANOS, DE ELÓI ALVES

     A Editora Linear B e o escritor Elói Alves têm o prazer de convidar a todos para o lançamento do próximo livro do autor, Contos humanos, que terá o prefácio de Jácomo Fácio Neto e o posfácio do escritor Edu Moreira. O lançamento ocorrerá no próximo dia 27, quarta feira, na praça Roosevelt, 118, no Restaurante e bar do Doca, entre 19:00 e 22:00 h. A praça Roosevelt está localizada ao lado da Igreja da Consolação, entre as estações do metrô Anhangabaú e República. O livro custará R$ 30,00 (dinheiro ou cheque).

Prefácio do livro:

Link do convite no facebook com mapa do local:  https://www.facebook.com/events/1381244985429626/?fref=ts

sábado, 2 de novembro de 2013

A ÚLTIMA MORADA DA SABEDORIA


     É bom ter amigos. Principalmente amigos gentis. Eu guardo alguns e algumas em uma lista de coração, digo, de cor, que dá no mesmo, pelo latim, uma língua considerada morta por muitos. Lembrei-me disto a propósito de uma crônica onde um amigo achou algo que nomeou como: Sabedoria. Agradeci a gentileza, que julgo própria daquela alma pura que adoçou-me a vida no período da faculdade, corrido e extenuante. Não lhe pedi mais análises filosóficas ou semânticas, nem literárias. Infelizmente, hoje a Sabedoria não está assim tão à mão ou tão aos olhos - nesta era de miopia de alma.

     A Sabedoria era em outro tempo muito encontradiça. Houve quem lhe contou mil casas numa certa cidade antiga, onde repousava. Ali reunia-se com sua irmã mais próxima, que chamava-se Prudência, guardiã da Discrição. 
     Além de suas casas, vivia nas de seus amigos, onde era querida e sempre bem vinda. Em Somos, viveu um tempo grande com Pitágoras. A pesar de evitar uma ágora onde houvessem sofistas, gostava de deixar-se pelas praças e pelas ruas. Conta dessa época sua amizade com Diógenes – o cínico.
     Sua afinidade com tais homens fez surgir os filósofos – que eram os amigos da Sabedoria. Depois surgiram homens que não a conheciam e chamavam a si mesmos de sábios.
     Mas os impérios se fortaleceram. A Soberba e Impiedade foram então honradas nos palácios e nas praças, condecoradas com moedas de ouro. 
     E a Sabedoria exilou-se em lugares longínquos.
     Contam uns manuscritos históricos, resgatados por arqueólogos, que nos tempos da idade média, um ermitão que fugira para as grandes florestas da Escócia ali conviveu com ela. Era uma vida impar. Grandes cavaleiros o foram encontrar, perdendo-se pelas florestas e morrendo nelas. Dizem que eram assassinados pela Ganância. É dessa época o desaparecimento de muitos cavaleiros da távola redonda. Mas Ricardo Coração de Leão com seu grande amigo Ivanhoé, quando se refugiaram naquelas florestas, no exílio pela libertação de seu povo, encontraram o ermitão. Este lhes salvou a vida, com abundantes vinhos e carne de javali. Mas a sabedoria _ contou o ermitão aos nobres cavaleiros _ morrera antes de solidão e tristeza.
     Meu amigo deixou-me curioso de saber se há por ai ainda alguma pequena notícia da Sabedoria. Quereria saber ao menos onde está sua última casa, para passar por lá, com algumas flores, neste dia de finados.
Elói Alves

do livro Contos Humanos


Contos humanos,
 novo livro de Elói Alves, será lançado ao fim deste mês, no centro de São Paulo

Prefácio de Contos humanos:

 Leia o primeiro capítulo de As pílulas do Santo Cristo  romance de Elói Alves:
http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/10/as-pilulas-do-santo-cristo-1-capitulo.html

CAPA DO LIVRO "CONTOS HUMANOS"

Esta é a capa de meu novo livro, Contos humanos, que será lançado pela Linear B Editora ao final deste mês, no centro de São Paulo.

Leia o prefácio do livro:
http://realcomarte.blogspot.com.br/2013/10/prefacio-do-livro-contos-humanos-por.html

terça-feira, 29 de outubro de 2013

PREFÁCIO DO LIVRO CONTOS HUMANOS por Jácomo F. Neto

Trago uma especial alegria e o privilégio de ter, para o livro Contos Humanos, o prefácio de Jácomo Facio Neto. O livro terá ainda um posfácio, do escritor Edu Moreira



Prefácio:
      Humanos ou humanoides; como me sinto, mais para a direita, mais para a esquerda ou mureiro.
      Em uma passada pelo mundo literário, feito pelo autor, temos outros escritores, vários, e seus personagens em diferentes épocas e tempos, como testemunhas de um mundo que mudou, se globalizou e banalizou as relações humanas, criando maior distanciamento entre as pessoas; e a troca, o aperto de mão, como ficam as relações: fiapos, desconfianças ou deixa pra lá. Outras palavras; fazendo o ter mais valorizado que o ser.
     O autor escreve, cria e retrata, como pode ser lido na obra do Elói, verdades, mentiras, suposições, imaginações, absurdos que acontecem na realidade e acabam sendo confundidos com a ficção; realidade ou ficção, ficção ou verdade. Será que a voz do povo é a voz de Deus, quando jogam-se nos ombros de uma mulher viúva pestes e loucura?
       Roda ou gira o mundo, feito pião, nem tudo que ocorre no hemisfério norte é pecado no sul. Mas a sujeira é a mesma; fede lá, fede cá; fé de mais fé de menos, perfume é o remendão em várias sociedades.
      Nem tudo que acontece em Brasília é pecado, pois um coral de anjos canta em harmonia, fechando os olhos e sacudindo as penas ( balançando os ombros).
       -Povo, eu sou da comunidade, até ser eleito, depois sou elite, saindo do Bexiga, atravessando a Paulista e me fixando nos Jardins; brava gente brasileira.
  As verdades do Elói aqui contidas na forma de personagens, todos com a mesma importância, chegam a fazer rir muito, chorar também, e em determinados pontos ou capítulos nos confundimos como bêbados ou equilibristas, achando que o lido foi escrito e sempre pensado por nós leitores.
    Nem ele escapou; Macunaíma herói brasileiro, assim como outros personagens locais, regionais e universais são Luzivanios e Luzivanias, Clarianos ou Clarianas que clareiam nossas mentes para os jogos, sejam de poder ou de copas, que camuflam ou tentam fazê-lo com a realidade.
      Mostrando com seus personagens, suas vidas e ações o dia a dia de muitos de nós; espelhos do cotidiano; espelho de várias cidades, vilas ou guetos.
     Que valor seria dado a vida pois até um personagem, pra quem mora em São Paulo é muito real, vive nas ruas fazendo parte das franjas da sociedade, sujo, pouco falando o português compreensivo, ou inglês, mas também sujo andado de bicicletas, malandros. Comida até podem ganhar e manterem-se, mas existe o “dindin” para boas goladas de aguardente. Para quem doa é mais fácil dar de beber um convite e um tapinha nas costas.
   Elói não fica a beira ou margem do caminho jogando pedras ao além. As pedras são usadas para construir um texto forte onde a realidade aparece como ficção.
Seja em nome de bairro, rua ou mesmo referindo-se a fé, nos fica evidente a religiosidade do autor.
                                        Jácomo Facio Neto

Professor de matemática, ciências e biologia, pedagogo, Diretor de Escola Municipal em São Paulo, cronista e admirador do autor como pessoa e suas obras e lisonjeado pelo convite do amigo e irmão para escrever o presente Prefácio.

Contos humanos 
será lançado pela Linear B Editora ao final de novembro



(Repostei o presente texto para correção no link, reconduzindo os gentis comentários abaixo.)

sábado, 26 de outubro de 2013

O MINISTÉRIO DA SUPREMA FELICIDADE- Perguntero




   Escrevi por ai abaixo, em uma destas minhas colunas perguntadoras, que os políticos não morriam, encarnavam, antes, em seus afilhados. E veja que o enviado do defunto Chávez,  Nicolás Maduro, ainda que verde como presidente da Venezuela, surge agora com essa: criou o “vice ministério da suprema felicidade”, cuja função é cuidar dos sem-teto, dos desvalidos, dos idosos e das crianças. Não é magnífico um ministério de tamanho alcance, de tamanha pujança, um departamento político da suprema felicidade? Não será que esse país andino se tornará agora o destino de toda alma sensível e esperançosa?
     Apesar de ter sido eleito num pleito apertadíssimo e até questionado na justiça, que promoveu recontagem de votos, Maduro já tinha me encantado antes. Esse meu encantamento por ele se deu quando disse em comício ter se comunicado com o “comandante” Chaves através de uma passarinho. “O passarinho assobiou para mim- disse ele, eu assobiei para ele e vi que era o espírito do comandante”. Não digo que Chávez não possa aparecer de algum modo; a mim me parece que ele está todo aí, na pobre Venezuela de rico petróleo; está aí na figura de seu sucessor, não acham? Ou acham que Chávez não teria capacidade de criar um setor administrativo e burocrático com poder de propiciar a suprema felicidade?
      Sabe-se que a questão da felicidade da pessoa humana é algo complexo, sobretudo hoje em dia, quando suas carências são sucessivas e suas demandas contínuas, e uma suprema felicidade parece mais algo superior ao poder do Estado e de sua política que promove continuamente a infelicidade da pessoa humana por variados meios; no entanto, tudo agora será diferente.
    Essa criação canetiva da suprema felicidade me lembrou imediatamente de um filhote de deus, que, havendo iniciado há pouco no governo, dizia já ter feito mais que qualquer outro em toda a história de seu país e que, no fim, acabou com o seu governo atolado na infelicidade da sujeira da corrupção, igual ou até pior a tantos outros contra os quais roucamente havia gritado até a hora em que chegou ao poder. Mas vamos ao país da suprema felicidade, ou não vamos?
Zé Nefasto Perguntero


contos humanos
próximo livro do autor será lançado em novembro


Leia o prefácio do livro Contos humanos, escrito por Jácomo Facio Neto: 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

PREFÁCIO DO LIVRO CONTOS HUMANOS

Trago uma especial alegria e o privilégio de ter, para o livro Contos Humanos, o prefácio de Jácomo Facio Neto. O livro terá ainda um posfácio, do escritor Edu Moreira



Prefácio:
      Humanos ou humanoides; como me sinto, mais para a direita, mais para a esquerda ou mureiro.
      Em uma passada pelo mundo literário, feito pelo autor, temos outros escritores, vários, e seus personagens em diferentes épocas e tempos, como testemunhas de um mundo que mudou, se globalizou e banalizou as relações humanas, criando maior distanciamento entre as pessoas; e a troca, o aperto de mão, como ficam as relações: fiapos, desconfianças ou deixa pra lá. Outras palavras; fazendo o ter mais valorizado que o ser.
     O autor escreve, cria e retrata, como pode ser lido na obra do Elói, verdades, mentiras, suposições, imaginações, absurdos que acontecem na realidade e acabam sendo confundidos com a ficção; realidade ou ficção, ficção ou verdade. Será que a voz do povo é a voz de Deus, quando jogam-se nos ombros de uma mulher viúva pestes e loucura?
       Roda ou gira o mundo, feito pião, nem tudo que ocorre no hemisfério norte é pecado no sul. Mas a sujeira é a mesma; fede lá, fede cá; fé de mais fé de menos, perfume é o remendão em várias sociedades.
      Nem tudo que acontece em Brasília é pecado, pois um coral de anjos canta em harmonia, fechando os olhos e sacudindo as penas ( balançando os ombros).
       -Povo, eu sou da comunidade, até ser eleito, depois sou elite, saindo do Bexiga, atravessando a Paulista e me fixando nos Jardins; brava gente brasileira.
  As verdades do Elói aqui contidas na forma de personagens, todos com a mesma importância, chegam a fazer rir muito, chorar também, e em determinados pontos ou capítulos nos confundimos como bêbados ou equilibristas, achando que o lido foi escrito e sempre pensado por nós leitores.
    Nem ele escapou; Macunaíma herói brasileiro, assim como outros personagens locais, regionais e universais são Luzivanios e Luzivanias, Clarianos ou Clarianas que clareiam nossas mentes para os jogos, sejam de poder ou de copas, que camuflam ou tentam fazê-lo com a realidade.
      Mostrando com seus personagens, suas vidas e ações o dia a dia de muitos de nós; espelhos do cotidiano; espelho de várias cidades, vilas ou guetos.
     Que valor seria dado a vida pois até um personagem, pra quem mora em São Paulo é muito real, vive nas ruas fazendo parte das franjas da sociedade, sujo, pouco falando o português compreensivo, ou inglês, mas também sujo andado de bicicletas, malandros. Comida até podem ganhar e manterem-se, mas existe o “dindin” para boas goladas de aguardente. Para quem doa é mais fácil dar de beber um convite e um tapinha nas costas.
   Elói não fica a beira ou margem do caminho jogando pedras ao além. As pedras são usadas para construir um texto forte onde a realidade aparece como ficção.
Seja em nome de bairro, rua ou mesmo referindo-se a fé, nos fica evidente a religiosidade do autor.
                                        Jacomo Facio Neto

Professor de matemática, ciências e biologia, pedagogo, Diretor de Escola Municipal em São Paulo, cronista e admirador do autor como pessoa e suas obras e lisonjeado pelo convite do amigo e irmão para escrever o presente Prefácio.


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

RETRATO DE MULHER

Verso a verso pintava o seu retrato,
Olhos e nariz com todos os contornos
Lábios vivos como chamas de um forno
Tanta beleza não cabia só em quatro

Os movimentos (que magia!), a cintura,
O vai e vem que a custo se descreve,
Divina imagem que ao homem enlouquece,
Mais um quarteto para pintar essa feitura.

Os sons singelos lembram os seus beijos
Rosto, riso, calor num só encanto
A pele, a mão, ternura e toques meigos,

Suprema arte, faz tremer mais que o medo
Cujo Autor tem no ceu o seu recanto
E o poeta a retrata em seu soneto
Elói Alves


contos humanos
próximo livro do autor será lançado em novembro


Leia o prefácio do livro Contos humanos, escrito por Jácomo Facio Neto: 

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