domingo, 9 de junho de 2013

A MENTIRA DO DIREITO DE "IR E VIR" DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL"

        A lei maior que rege todas as demais leis brasileiras, a Constituição Federal, chamada também de Carta Magna e Constituição Democrática é um documento nulo, em muitas partes, cujo conteúdo é exaltado ufanisticamente por juristas e advogados constitucionalistas, como o último ministro do Supremo Tribunal Federal, Roberto Barroso, que acaba de ser nomeado pela Presidência da República e sabatinado pelo Congresso onde afirmou que "a constituição só não traz a pessoa amada". Uma das leis fundamentais para a real existência de um "Estado Democrático de Direitos" e que nunca funcionou no Brasil é o direito de "Ir e vir" do cidadão" em todo o território nacional".
              Em toda parte do Brasil há locais onde o cidadão não pode circular livremente, seja em São Paulo, no Rio ou em outras cidades. Desde décadas, as cidadades estão deliberadamente demarcadas e as pessoas não podem passar por certos perímetros urbanos sem autorização, sem o risco de serem baleadas, roubadas, sequestradas e mortas. No Rio de Janeiro, os próprios políticos pedem autorização aos "donos do pedaço" para poder buscar votos nos morros da cidade. Em Santos, em São Paulo e na própria cidade carioca pessoas foram baleadas e mortas nos últimos dias por errarem o caminho e entrarem numa região comandada por bandidos. Na Rocinha, nesta semana, um turista alemão se assutou ao ver um homem com fuzil e foi baleado. Além disso, há em todo espaço"urbanizado" locais pelos quais não ousamos passar por saber do perigo iminente.
        Mas essa limitação de mobilização espacial dos brasileiros não é nova. Há alguns anos, um torcedor santista que fora ao Maracanã foi morto no Rio de Janeiro ao errar a entrada da Avenida Brasil e foi alvejado por traficantes, "donos da área". Em São Paulo mesmo, que tem uma geografia diferente, as pessoas são orientadas como entrar em certos lugares, desligando as lanternas do carro, para não serem alvejadas.
           Mas o ufanismo e a exaltação apaixonada e cega das leis, a cegueira social e a resignação ao aceitar tudo, porque "é assim mesmo" também são coisas antigas. São novas apenas as formas de empurrrar o povo para a aceitação tranquila, as formas de perpetuar as antigas amarras com discursos emotivos, textos romÂnticos, inclusive nas leis e muita dinheiro gasto na propaganda televisiva para continuar o logro e a manuntenção do engano. Na verdade, para se ir e vir em muitísssimos locais do território brasileiro é preciso pagar pedágios a muitos e diversos tipos de bandidos e ter muita sorte para que eles não decidam que seja essa a última vez que a pessoa vá ou venha.
Elói Alves




Leia o prefácio do romance "As pílulas do Santo Cristo" de Elói Alves
Primeito capítulo:
Segundo Capítulo:

 

terça-feira, 28 de maio de 2013

DESILUDIDO COM A POLÍTICA, TIRIRICA É CONVENCIDO A FICAR NO PARTIDO

             Desiludido com a política, Tiririca - que obteve mais de um milhão de votos na eleição de 2010 - havia anunciado que não disputaria mais nenhuma vaga a cargo público após o final de seu mandato. O palhaço e humorista se viu ofuscado entre os políticos ao ter seus projetos impedidos de aprovação na Câmara.
             Sua retirada da vida política, no entanto, foi desestimulada pelo seu partido, o PR, antigo PL, que mudara de nome após o envolvimento nos escândalos do mensalão em 2006. Os líderes do partido, entre os quais Anthony Garotinho, o convenceram a continuar e a se candidatar nas próximas eleições.
              O argumento usado é que Tiririca é um "grande puxador de votos para a legenda" e por isso o partido conta  muito com ele para trazer eleitores para a sigla. Depois dos afagos, o palhaço e se disse feliz e firme de novo. Será que os que o elegeram estão firmes e felizes como ele e seus colegas de partido?
 
Elói Alves
 
Leia também a análise abaixo sobre Tirirca e outros "campeões de voto no Brasil:
http://realcomarte.blogspot.com.br/2011/11/quem-tiriricou-nas-eleicoes.html

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A REVOLUÇÃO EDUCACIONAL E CULTURAL, SEGUNDO O PT

      Quando o atual ministro da educação, o político petista Mercadante, colocou suas mãos na pasta da educação brasileira em substituição ao atual prefeito de São Paulo, que saíra para se candidatar a chefe municipal sob orientação de seu tutor político, o antecessor da atual mandatária do Planalto, o governo do PT publicou nota onde afirmava que o novo gestor educacional continuaria “a revolução promovida por seu governo na educação do país”. Mesma fala, mas em ministério diferente, se deu na posse da política petista Marta Suplicy na chefia da cultura nacional, que, segundo nota do governo, também assumia para continuar a “revolução” na área cultural.
       Não entendo o que os petistas conhecem por revolução, nem sei exatamente o que eles entendem por revolução educacional e cultural, mas o referido na nota era especificamente o programa do PROUNI que só-mente em algumas cabeças célebres poderia ser chamado de revolucionário, pois nada há aí com força de mudar estruturas, rever o tipo de educação oferecida à maioria da população, redefinir modelos ou reverter rumos equivocados da política nacional ou liberar a população das opressões históricas, gerar hábitos de reflexão filosóficas ou indicar a promoção de uma cultura crítica e civicamente participativa, que é o que indica algo revolucionário, sobretudo no panorama de nossa história onde ao povo coube e cabe noções grosseiras e utilitárias voltadas à produção básica e não especializada e mesmo alguma qualificação primária visa ao enquadramento às necessidades do capital industrial; isto é, há em alguns poucos casos um enquadramento de pessoas como peças para setores mais específicos do mercado.
          A propaganda rasa e rasteira pode gerar equívocos e até enganar, mas ela não esconde a evidência que mostra que a simples substituição de uma peça por outra, ou de um partido por outro, de um coronel por outro de tipo renovado, um neo-coronelismo, que é o que se deu com o advento do PT ao Planalto, não proporciona um só elemento revolucionário em hipótese alguma. Isto porque não houve redefinição do modelo histórico de exploração da ignorância popular ou substituição das classes opressoras, mas sim- e somente- deu-se a ascensão de um novo grupo de políticos, aglutinando-se com os antigos, sem eliminá-los, mas compondo com eles, com todos os antigos coroneis e donos do país, que - os novos ocupantes do poder - trouxeram consigo seus ajudantes que chamamos correligionários ou militantes, assumindo cargos de confiança, espoliando ainda mais os recursos públicos uma vez que, agora, é preciso sustentar uma estrutura partidária muita mais inchada e muitíssimo mais sedenta de recursos que os locupletem.
        O PROUNI e mesmo o FIES, anterior ao governo do PT, são financiamentos de cursos em faculdades privadas que não trazem qualquer índice revolucionário no que se refere à qualidade da educação. Ao contrário, o ingresso de amplo número de alunos nas faculdades particulares sem qualquer rigor na qualidade do ensino, sem um vestibular criterioso já aponta para a má qualidade dos cursos que fornecem diplomas sem uma formação razoável. O diploma por si só não é, obviamente, indicador de oportunidades de melhorias de vida, de melhores empregos e formação de uma sociedade mais preparada para decisões políticas e cívicas. No limite, além da rentabilidade e transferência de renda para as empresas educacionais privavas, esses programas promovem números e estatísticas de diplomados com a triste ampliação do analfabetismo funcional entre os que concluíram o ensino superior.
        A menos que haja muita pressão popular, a educação no Brasil nunca mudará efetivamente de rumo; ao revés disso, o engodo se perpetua com propagandas, discursos e programas que visam a gerar dependência e não liberar a sociedade rumo à ampliação cultural e educacional, que geraria independência política e aumento de controle do poder público pela sociedade, muito diferente do que há hoje no país.
         Com o governo do ex-ministro da educação petista na prefeitura de São Paulo, diferentemente do que muitos ingênuos achavam, a educação é tratada exatamente como instrumento de manutenção da ignorância, como ferramenta de promoção de subserviência política e eleitoral. A diferença é que o fazem com maior truculência e ironia que seus antigos rivais políicos, hoje aliados - como Maluf -, mandando para câmara municipal, como acabara de fazer, um projeto de reposição salarial de 0,01% para ser votado; desrespeito tamanho que os próprios vereadores se negaram a encarar, oferecendo outro ridículo aumento de 0,18% para votação. Isso gerou uma histórica união de sindicatos na decretação de uma greve que levou às ruas até mesmo muitos que ainda defendem o partido que ocupa o poder federal e municipal e aos gritos de milhares de pessoas que chamavam o prefeito do PT de malufista.
        Outra questão a verificar, e que os petistas não encaram, é o problema estrutural da educação no Brasil. Este fato a chamada revolução desses políticos não pode mudar, porque é ineficiente, míope e desinteressada. O Brasil tem importado engenheiros e agora o próprio governo federal importará médicos em massa, exatamente porque não consegue formá-los aqui, devido, entre outras, à deficiência de seus programas como o PROUNI. A educação e seus profissionais são ironizados e avacalhados em todo o país e os postos de comando das pastas educacionais são ocupadas por homens de partido e apadrinhados políticos e não por profissionais adequados e sensíveis à causa da educação.
          Esta ideia de revolução, tão audaciosa quando risível, não pode sequer ser elevada à categoria de conceito. Ela traz em si o fantástico equívoco de formulação em sua direção pelo fato de estar apontada para o topo e não para base, para a saída e não para a porta de entrada, que é aducação básica. Por isso, esse tipo de ideia seria muito mais justa se a apelidássemos de "estética do telhado". Algo inócuo mais fácil de se mostrar por sua posição no alto, posta de cima para baixo.  
         Por fim, o pensamento e modo de atuar dos políticos que se denominam “revolucionários” ao chegarem ao poder demonstram a mesma cultura das velhas classes políticas, das eternas oligarquias, desde os barões do açúcar e do café até os donos das concessões públicas de rádio e televisão de todo o país, inclusive com as práticas de corrupção que evidenciam que o que chamam de revolução cultural é, a efeito, um conjunto de práticas arcaicas e podres, algo tão nefasto e corrosivo como todos os males mais vis e mais condenáveis que, tragicamente, nunca conseguimos expelir do seio da sociedade brasileira.
Elói Alves

Leia o prefácio do romance "As pílulas do Santo Cristo" de Elói Alves




Primeito capítulo:

Segundo Capítulo:

SEGUNDA IMPRESSÃO DO ROMANCE AS PÍLULAS DO SANTO CRISTO

           A editora Linear B fará nos próximos dias a segunda tiragem do livro As pílulas do Santo Cristo. Os livros da edição de lançamento esgotaram-se poucas semanas depois. A editora informa que, sem os custos de edição, o livro custará ao leitor por volta de R$ 18,00.

 
 
 
 

domingo, 12 de maio de 2013

AZIRALDO, O AZARADO

        Chamam-me Aziraldo e estou em férias e de repouso. Desde agora meu descanso se estenderá para além dos meus dias de folga. Mas acham que estou sob meus planos? Pois que não. Se querem saber quais eram, já lhes digo: ia à praia, escrever uns sonetos na areia.
        Mas eis que choveu no primeiro dia. E choveu a tal ponto que recolhi as malas a um canto e fui à janela ver se passava. Porém as ruas foram se enchendo, mais e mais, e, depois, ainda mais. No segundo e no terceiro dia pouco mudou. Parava a chuva, vinha a garoa. Cessava o trovão, vinham os raios.
        -Que venha o dilúvio, seu São Noé!- bradei com com os punhos fechados. Resistirei do alto do meu ego!
       Refiz os planos: fui à estante e peguei de um livro. Mas..., hahhhh! Pensam que eu perco o pique? Fui atrás de umas redes que ganhei de uns índios quando fui anos atrás à Amazônia. Coisas boas e invejáveis! Todas trançadas artisticamente no cipó. Mas onde andavam? Os cipós ainda tinham pernas selvagens. 
      Não perdi tempo. Corri à cama e puxei do lençol, que me veio sorrindo, liso, malicioso. "Oh, terei minha rede, pensei!"
      Finquei-o entre a janela, dando-lhe um nó cego, e um gancho na parede oposta. Saquei do livrinho, e para que ler..., se eu podia comtemplar a chuva e me vingar dela, superiormente?
       Foi o que fiz. A tal ponto que relaxei e balancei.
       Vezes e vai                                                  
          Vezes e vem! 
      Já chego ao Japão,
        Já volto ao Brasil!

         Quando meu primo entrou pela sala, lancei-lhe as poesias levemente pelos ares e lhe gritei:
         -Oh, Luis, vais de Camôes?
         Ele não ia nem foi. Correu ao meu encontro, quando viu que o lençol se rompia, ralando na coluna da parede. Num instante, antes de qualquer outra coisa, fui eu imediatamente ao chão.
         Abrevio, caro amigo e simpática amiga. Escrevo-lhes do hospital. Estou de bruço e enfaixado por toda as costas, que é agora navegada por umas coceiras irritantes que não acabam nunca e que não posso coçar.
         Meu primo, pensando em amenizar meus dias sobre essa cama estreita e dura, trouxe-me as poesias de volta; porque, certamente, serviria agora mais a mim que a ele, que ia à praia, já que o sol saiu e já queima forte.
         Mas espera! Deixa fazer que estou dormindo, que a enfermeira lá vem com remédio amargo e sopa sem sal.

Elói Alves
 

Leia o prefácio do romance "As pílulas do Santo Cristo" de Elói Alves

Primeito capítulo:

Segundo Capítulo:


 
 

sexta-feira, 26 de abril de 2013

A PENA DE MORTE QUE VIGORA NO BRASIL

      A pena de morte já foi instituída no Brasil, embora muita gente cega ou hipócrita grite atrasadamente contra sua instituição, atribuindo-lhe um caráter desumano e anticristão ou caracterizando-a como um tipo penal que está na contra-mão do progresso da civilização ocidental.
          A pena de morte que vigora fortemente em âmbito nacional são principalmente de dois tipos:
         Aquela que os bandidos de alto grau de periculosidade aplicam impiedosamente às suas vítimas, comumente cidadãos trabalhadores desprotegidos pelo Estado e sem segurança particular. Suas vítimas são assassinadas cruel e friamente, quando não são antes torturadas ou estrupadas, além de todo tipo de violência, como tortura psicológica e terrível coação para entregar-lhes tudo o que querem. Nesse tipo de pena de morte, além das execuções aplicadas por bandidos de grupos pequenos como quadrilhas e outros, há as organizações criminosas que julgam em seus tribunais a quem lhes caiam em desagrado e o condenam à execução sumária, totalmente inapelável.
          O outro tipo de pena de morte é a que o Estado aplica aos trabalhadores e demais pessoas de bem, fazendo-as morrer, mas aos poucos, como uma vida indigna, de trabalho sufocante que lhe vai levando à morte certa e cruel, mas lentamente para que antes lhe sugam as energias produtivas.
         Mas nem todos no Brasil estão sujeitos a esses tipos de pena acima. Livres delas estão os bandidos - exceto quando eles se executam a si mesmos - ou os corruptos, porque deveriam ser condenados pela justiça como orgão do Estado – já que o cidadão de bem não pode fazer justiça com as próprias mãos, pois isso é muito primitivo e desusado na modernidade ocidental. No entanto, o Estado também não pode fazê-lo, uma vez que a pena de morte para criminosos não é aceita em nosso País. Ao contrário, está-se a criar gradativas faciliatações e reduções penais.
         Na verdade, a pena de morte jamais será instituída pelo Estado brasileiro porque as leis do país devem ser aprovadas por políticos que são em muitos casos criminosos comuns que se ocultam da justiça na sombra da imunidade parlamentar confundida com impunidade do parlamentar. Neste ponto, é citável a máxima latina de que "lupus no mordet lupum", lobo não morde, que é o espírito de corpo, onde corrupto não fará lei contra corrupto.
        Outro aspecto é que muitos teóricos juristas e operadores do Direito são advogados criminalistas e vivem de defender bandidos e todo tipo de criminosos. No Governo Lula, por exemplo, o próprio ministro da justiça era um criminalista renomado e tido como grande jurista, isto é, muito bom no que faz, que é defender criminosos. No Brasil, portanto, quem estará sempre condenado à morte, cruel, instantânea ou lenta, são as pessoas de bem, que trabalham para sustentar os políticos e a Estrutura do Estado falido e manter os bandidos gordos, que quando são presos logo saem para mais maldades praticar.
      No Brasil falta, na verdade, entendimento para distinguir e separar humanos de monstros.
Elói Alves



 
Leia o prefácio do romance "As pílulas do Santo Cristo" de Elói Alves

 
 

quinta-feira, 25 de abril de 2013

A POLÍTICA CORRUPTA ACIMA DAS DECISÕES DA JUSTIÇA

         Em Brasília, na Câmara dos Deputados, está em tramitação uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para tirar do STF- Supremo Tribunal Federal – o poder de decisão sobre leis que firam a Constituição Federal, dando a eles, deputados, o poder de derrubar decisões do STF, que é o guardião da Carta Magna e tem a obrigação de impedir atos políticos e jurídicos que vão contra a lei maior do país.
         Independentemente dos caminhos jurídicos e políticos aos quais os deputados recorram para implantar essas ideias de diminuição do poder da justiça, o que está claro é a vontade de estarem acima da lei, mais do que já atuam em muitos casos. Esse projeto vergonhoso é uma brecha para a ditadura política mascarada de democrática, que visa dar aos políticos, com aparência de legalidade democrática, a possibilidade de se livrarem de desaprovação pelo Supremo Tribunal. Isso tudo exatamente quando a sociedade, desprotegida largamente, conseguiu através da Justiça Federal condenar um ou outro político corrupto e mostrar os caminhos tortuosos do governo e de seus mandatários que são mestres em esconder sua sujeira e vender podridão por perfume cheiroso.
        Esse embate, apesar de ser decisivo para todos os brasileiros e por em jogo os destinos da vida jurídica e política do país, passa sob o silêncio das ruas, longe das conversas do povo, ainda que colabore para aprofundar suas mazelas e desgraças em todos os planos, seja cívica, seja econômica, seja social.
             

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O MENINO POBRE QUE MUDOU O BRASIL, SEGUNDO A TIME

       Uma recente publicação da revista norte-americana Time coloca entre os nomes que compõem sua lista dos cem mais influentes do mundo o presidente do Supremo Tribunal Federal – STF - Joaquim Barbosa. O jurista aparece entre personalidades da arte, da política e até da culinária, destacado como “a promessa de um novo Brasil comprometido com o multiculturalismo e a igualdade”. A revista diz ainda que ele é o "menino pobre que mudou o Brasil".
      Julgo positivo o papel que tem desenvolvido o notável presidente do STF, como é rara e notável sua carreira e o símbolo que se forma a partir de sua atuação, de seu engajamento em processar e punir corruptos tão bem protegidos como é público e notório. No entanto, acho um pouco exagerado se dizer que ele tenha mudado ou possa mudar o Brasil, mesmo com sua bravura e do alto de sua posição.
        Nossos problemas mais sérios, e que se multiplicam, estão infelizmente muito arraigados social, política e historicamente. Nosso país padece de doenças sociais e culturais profundas que foram e são politicamnete trabalhadas para ser o o que são. A perpetuação do status quo, das estruturas como são - excludentes, marginalizantes, pensadas e articuladas para a manunteção dos privilégios, das vantagens, dos favores - são muitíssimo difíceis de se mover. O próprio judiciário, e Barbosa o tem dito, está alicerçado sob caminhos que favorecem os poderosos e endinheirados, ainda que venham a ser condenados. Os políticos enganam, iludem com paliativos que são ampliados pela propaganda e o pouco que se projeta fazer é para gerar corrupção e lucro para empresas, empreiteiras, consultoras etc “amigas” do poder.
        O grandioso e brilhante trabalho desse nosso jurista é esperançoso, sem dúvida, mas não nos iludamos, nem com o que dizem e fazem os americanos do norte nem com o que há por aqui. É preciso ver, sentir, tatear e desmascarar a realidade do cotidiano de cada brasileiro, todos os dias, mas isso também não é fácil.
Elói Alves

Leia o prefácio do romance "As pílulas do Santo Cristo" de Elói Alves

Primeito capítulo:

Segundo Capítulo

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