segunda-feira, 15 de julho de 2013

QUANDO O PAI É O ESTADO – Perguntero

          Soube por rede social que o assassino do menino boliviano, que morrera por chorar durante assalto à casa de seus pais, também tem um filho. Esta informação me soa vazia e só me torna importante quando sacudida dialeticamente sob a indagação crítica, me fazendo pensar se algum dia esse menino, filho de delinqüente, terá por sua sorte algum pai?
        A resposta já está dada, mas igualmente oca: o Estado será o seu pai. A questão é que o estado-pai ou mãe, na formulação populista da política que insiste em não desgrudar-se da história do Brasil, tem sua grande eficiência, também histonicamente, na nutrição que dá a alguns poucos amigos - e não filhos - que mamam em seus fartos seios. É verdade que esses poucos se ampliaram bastante no arranjo dos novos cargos de (des) confiança dos a-filiados políticos, o que só faz a situação dos “filhos”, se já era crítica, piorar ainda mais na caótica situação dos (des)serviços públicos.
     O estado-pai quer ser bom, por isso deu indulto provisório ao pai delinquente, que pode sair da prisão, sem a vigilância do pai-estado, com a certeza de que não iria voltar, para roubar e matar tranquilamente. O pai-delinquente não pensou no filho do pai assaltado, nem no menino de cuja mãe ele enchera a barriga, inconsequentemente. A pergunta é, quem é o pai aí? Ou, quem é o pior dos pais neste caso? Bem, para mim, certas estão as meninas que diziam: “nós as putas insistimos que os políticos não são nosso filhos”.

Zé Nefasto Perguntero

    Leia o prefácio do romance "As pílulas do Santo Cristo" de Elói Alves

    Primeito capítulo:

    Segundo Capítulo:

3 comentários:

  1. É um paizão mesmo,o Estado!Pena que muitos estão órfãos(os que ganham(pouco)sua vida honestamente);Quisera ser ele pelo menos um bom padrasto dando-lhes o mínimo para a sobrevivência do povo.Adorável texto,Elói!!

    ResponderExcluir

Postagens populares (letrófilo 2 anos 22/6)