Soube
por rede social que o assassino do menino boliviano, que morrera por
chorar durante assalto à casa de seus pais, também tem
um filho. Esta informação me soa vazia e só me
torna importante quando sacudida dialeticamente sob a indagação
crítica, me fazendo pensar se algum dia esse menino, filho de
delinqüente, terá por sua sorte algum pai?
A
resposta já está dada, mas igualmente oca: o Estado
será o seu pai. A questão é que o estado-pai ou
mãe, na formulação populista da política
que insiste em não desgrudar-se da história do Brasil, tem sua grande eficiência, também histonicamente, na
nutrição que dá a alguns poucos amigos - e não
filhos - que mamam em seus fartos seios. É verdade que esses
poucos se ampliaram bastante no arranjo dos novos cargos de (des)
confiança dos a-filiados políticos, o que só faz
a situação dos “filhos”, se já era crítica, piorar
ainda mais na caótica situação dos (des)serviços
públicos.
O
estado-pai quer ser bom, por isso deu indulto provisório ao pai
delinquente, que pode sair da prisão, sem a vigilância do
pai-estado, com a certeza de que não iria voltar, para
roubar e matar tranquilamente. O pai-delinquente não
pensou no filho do pai assaltado, nem no menino de cuja mãe ele
enchera a barriga, inconsequentemente. A pergunta é, quem é o pai aí?
Ou, quem é o pior dos pais neste caso? Bem, para mim, certas
estão as meninas que diziam: “nós as putas insistimos que
os políticos não são nosso filhos”.
Zé
Nefasto Perguntero
Leia o prefácio do romance "As pílulas do Santo Cristo" de Elói Alves
Primeito capítulo:
Segundo Capítulo:
Melhor calar frente a estas verdades...
ResponderExcluirGrato, Beth, pela leitura
ResponderExcluirÉ um paizão mesmo,o Estado!Pena que muitos estão órfãos(os que ganham(pouco)sua vida honestamente);Quisera ser ele pelo menos um bom padrasto dando-lhes o mínimo para a sobrevivência do povo.Adorável texto,Elói!!
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