segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

LOUROS - 3º Capítulo de As pílulas do Santo Cristo

 
 
    
      N ão demorou nada e os três conseguiram quitar os alugueis atrasados, além de pagar as dívidas que mantinham com o condomínio e reatarem os laços de paz e amizade com o síndico, que agora lhes sorria simpático e com uma atenção amável, inclinando-se um pouco para cumprimentá-los. Havia também certa bonança e até mesmo uma pequena fartura. Suas reservas estavam agora robustas e com perceptível saúde. Concluíram que agora podiam sossegar e voltar à regularidade do curso, com o qual vinham falhando por acúmulo de tarefas no novo trabalho. Deviam largar aquele feliz, mas casual arranjo e voltarem-se à seriedade dos estudos e ao comprometimento com a futura e digna carreira, menos adventícia e nada aventureira.
       Contudo, agora emergia um dilema, que continuava robustecendo-se, sem ceder no ritmo e sem enxergar limites. A coisa chegara a tal ponto que não era fácil retornar ou largá-la simplesmente, como se nada houvesse ocorrido. Tinham alcançado a confiança e o respeito do povo, cuja presença era assídua e comprometida. Pedro, mais que os outros, crescera aos olhos de todos. Até os dois amigos mudaram a forma desleixada de lhe falar para por alguma formalidade e apreço no trato com ele.
       Teodoro estava mais prestativo e pronto a condescendências. Ia à lavanderia levar os aventais, escovava os sapatos, além dos seus, os de Pedro e de Silvano. Comprava os ingredientes para os tabletes de chocolate e estava ao dispor a tempo e a hora, abdicando-se dos estudos, das leituras e da profissão.
       Um dia, em que foram os três à faculdade para realização de provas semestrais, retornando exaustos, deixaram de ir à praça. Quando lá voltaram, no dia seguinte, havia muitas queixas devido à ausência. Uns diziam que tinham rezado muito pelos pobres médicos de Deus, outros que adoeceram muito devido à falta deles e da necessidade que tinham das pílulas.
        Neste dia, todas foram consumidas rapidamente e as doações aumentaram muito em comparação aos dias antecedentes. No retorno à casa, no balanço das últimas atividades, Pedro disse com graça ao Silvano:
         − Bendita seja nossa ausência!
         De fato, a ida à universidade que levou-os a se ausentarem foi um divisor nas atividades da praça. Depois desse dia, o número de adeptos e usuários da medicina de Deus aumentara bastante. Pedro, não dando mais conta de atender a todas as pessoas que lhe queriam falar ou lhe tomar algumas palavras ou mesmo apenas cumprimentá-lo, se viu obrigado a dividir as tarefas. Em casa, conversando com Silvano, chegou à conclusão de que o melhor era atender à parte.
          − O que pensa fazer − indagou Silvano − alugar um espaço fechado?  Para isso seria preciso um bom capital de giro. Principalmente aqui no centro.
          − A princípio, posso atender ao pé da escadaria da catedral.
         Delegaram a Teodoro a fabricação de umas senhas. A princípio, distribuiriam vinte por dia. Silvano atalhou logo que dessem apenas aos que contribuíssem mais. Também guardou consigo alguns números que repassaria em casos que julgasse especiais. Os demais que viessem no outro dia, sem faltar nuso das pílulas. Teodoro atendeu prontamente e satisfeito com sua missão.
 
Elói Alves
 

Prefácio:
Primeito capítulo:
Segundo Capítulo:
 
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sábado, 29 de dezembro de 2012

O GUIA E O CEGO

        -O Senhor esteja convosco- expressou-me um cego à beira do caminho, com uma voz sem cores!
        Propus-lhe seguir como guia.
        -A estrada da esquerda é caminho das mortes- disse-me magramente.
        Os tempos não andam bem. Era melhor entrar, convidou-me à sua porta.
        -Partilhemos meu pão e um copo d`água.
        Hoje estou às apalpadelas, como ele outrora. Arrancaram-me os olhos durante as passadas, mas não me deixaram parar.
        Os ventos passam e cumprimentam-me, agarrados a distantes e frias notícias. Meu guiado já está morto. A água trazia veneno e o pão não lhe susteve a vida.
Elói Alves

Leia o primeiro capítulo de As pílulas do Santo Cristo romance de Eloi Alves:
http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/10/as-pilulas-do-santo-cristo-1-capitulo.html

Abaixo, pode-se ler também o prefácio feito pelo escritor e mestre em Literautra Comparada pela FFLCH-USP prof. Edu Moreira: http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/11/prefacio-de-as-pilulas-do-santo-cristo.html

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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

OS POLÍTICOS PAPAI NOEL (Perguntero)

     
       No Brasil - e também em países chamados ricos, como os EUA, em que há muitíismos pobres e mendigos pela rua e milhões de imigrantes trabalhando em regime análogo a servidão antiga, pois correm o risco de serem presos e deportados sem direito a nada - os políticos, dos mais populares e lisongeados, têm cultivado e cultuado o hábito de visitar mendigos e comunidades “carentes” e exploradas durante o natal.
      Na verdade,  a prática é muito antiga. Contam-se muitas histórias do velho Jânio Quadros se fazendo ele mesmo de pobre, caindo de fome durante as campanhas políticas. O próprio Getúlio Vargas instituiu o culto a sua pessoa com seu populismo e intitulou-se de “pai dos pobres”, como ultimamente se faz por aqui.
       Será que é o espírito natalino que enche de bondade esses nossos políticos justamente nesse dia do menino Jesus que os faz visitar os abandonados por suas políticas, os roubados pela corrupção, descuidados pela fraudes e desvios da educação ao longo de todo o ano e anos - sem tocar na robustez de nosso SUS?
       Interessante que a tarefa dos políticos não seria fácil se estivessem dispostos a visitar a todos os mendigos dos centros brasileiros, pois o número vem sempre crescendo. Até os termos, agora sociológicos, vêm se cunhando continuadamente. “Moradores de rua”, "moradores em situação de rua", "população de rua", além de mendigos, andarilhos, pedintes etc. Até as associações de moradores de rua não têm se multiplicado?
      Ora, é preciso que apareçam novos políticos, porque os que ai estão não podem dar conta de visitar tantos mendigos numa única noite natalina;  aliás não será devido a essa árdua tarefa que precisam das segundas e sextas feiras livres, além dos recessos e das visitas às suas "bases", chamadas também de "curral eleitoral"? Acho importante e chego a propor ao menino da manjedoura que envie-lhes às ruas um político que lhes sejam “o pai dos mendigos”, “o pai dos sem teto” e que seja verdadeiro, do mesmo modo como já nos tem enviado "os veradeiros amigos do pobres" e que talvez por isso seja preciso que os mantenham pobres.  Não é bom se perpetuarem as veradeiras amizades e genuínas paternidades?
      Ma peço também que não gerem muito mais do que ai estão, porque senão poderei também ter novo pai e depois de velho já me acostumei a ser órfão desses pais natalinos. Alguém ai quer um pai Noel?  Que tal todo mundo sorridente - mesmo se dentes - para uma foto com o político Noel?
Zé Nesfasto Perguntero

Leia o primeiro capítulo de As pílulas do Santo Cristo romance de Eloi Alves:
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Abaixo, pode-se ler também o prefácio feito pelo escritor e mestre em Literautra Comparada pela FFLCH-USP prof. Edu Moreira: http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/11/prefacio-de-as-pilulas-do-santo-cristo.html

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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O FEIO NO SUPERLATIVO

     O superlativo não convém aplicar-se à feiúra, nem o analítico e tampouco o sintético, cuja compressão, neste caso, suprime a beleza que configura-se em massa, disforme e densa. Mesmo que vista-se com o disfarce eufêmico e colorido da fealdade, torna-se desumana ou no mínimo deselegante.
     Para que classificar a feiúra em graus e degraus que a intensificam mais e mais, como se ser feio estritamente já não bastasse? Para que dizer que alguém é muito feio, ou muitíssimo feio, feiíssimo?
     O superlativo tem seu assento assente nos meios denominados cultos e atribuem-se belezas e elegâncias diversas. No entanto, seu uso pode andar por via reversa. O cruel tem se tornado cruelíssimo e até de modo cru vestido-se de crudelíssimo, mas vem sempre triste, choroso e mal vestido, andarilho de via obscura.
     O nazismo, na Alemanha, o fascismo, na Itália e para onde correu depois e perambula hoje, são dessas molduras. A intensificação do adjetivo leva sempre a eterna pergunta: para que? Para que romper-se mortífero, já no desumano e em si extremado, dos venenos atômicos que emudecem a história?
     “Os pobres sempre estarão convosco”, diz Cristo aos discípulos- mas para que se fazem paupérrimos? Para que as as distâncias econômicas se agigantam tornando os miseráveis miserabilíssimos?
       A questão lingüística torna-se mera capa da essência atrofiada pela hipertrofia. Esticam-se superlativamente os mentirosos, os ratoneiros- lábio-disfarçantes- em crudelíssimos enganadores, em ancestrais do pai da mentira que incham em grau extremo as casas parlamentares e executivas, carcomidas por todos os vícios.
      A metáfora da miséria são os ossos secos que insistem em por-se de pé. Sua insistência é a pregação muda e corrosiva que penetra pela história, que tentam maquiar inutilmente os políticos com seus discursos e propagandas de “paz e amor” e promessas salvadoras. A história tem seu subsolo descolorido, impermeável às tinturarias da propaganda. Suas tintas perecem com sua passagem fétida.
     Para que roubar superlativamente um país inteiro? Infectar todo um organismo com mazelas apadrinhadas, de bocas roedoras? Por que não contentar-se com ações apenas feias? É preciso levá-las a semântica do horrendo sem abrir mão do radical?
     Sou pelo meio-termo, uma posição mediana entre o santo e o pecador: para que se vestir de deuses se sabemos- até pelo cheiro- que os diabos perfumam-se com enxofre e trazem a cara horribilíssima, maquiada superlativamente com as cores da incoerência?
Elói Alves

Leia o primeiro capítulo de As pílulas do Santo Cristo romance de Eloi Alves:
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

TRAGÉDIA NO NATAL

       Era natal. A cidade reluzia na beleza de todos os seus enfeites. O principal viaduto da cidade fora adornado com luzes e flores natalinas. Do fundo do vale, sob o qual passavam os carros, eregiam-se enormes eucaliptos esplendidamente iluminados, indo competir, em seu ápice, com os postes do charmoso viaduto.
       À frente do moderno edifício da Prefeitura, papai noel agigantado recebia as crianças que subiam nos trenós, onde os pais as fotografavam com as renas. As moças faziam pose para as fotos e os namorados beijavam-se embebidos da paixão e da alegria. Do outro lado do viaduto, o enorme shopping, de frente para o enorme templo da música clássica em cujo lado estava o teatro, explendoroso em sua bela arquitetura barroca, enfeitava a cidade com suas cortinas vermelhas envoltas em fitas verdes, perfiladas em suas infindáveis janelas.
       De repente, ouviu-se um barulho estranho. Algumas pessoas olhavam para baixo do viaduto. Era um infeliz que dera cabo à sua vida. Havia pouco estava absorto, perto da enorme árvore de natal. Uma criança, que corria, tropeçou em suas pernas, frias e duras, sem que o homem desse com nada. Apenas continuou parado. 
Estava ali há algum tempo e na verdade andava já em outro mundo.
        Havia saído de casa fazia dias, quando leu no celular da mulher as mensagens do amante. Pegou algumas vezes na faca, mas seu filho estava sempre por perto. Saiu, então, para rua e instalou-se em um hotel no centro. Nesses dias pouco comeu e nada trabalhou. Passara horas no quarto do hotel e às vezes saia à rua, como agora, olhando o nada.
        Da árvore de natal foi caminhando em direção ao shopping. Sempre lento, como se não houvesse se movido, olhando para o infinito de si mesmo. Estacou-se, de repente, no meio do viaduto. Apaupou a mureta e mirou o longe, como se olhasse ao alto, onde a bandeira, hasteada na escuridão, dizia-lhe: "ORDEM E PROGRESSO".
         Logo voltou de si, como se tivesse saído da amargura. Levou a mão direita à camisa amassada e tirou do bolso uma foto. Beijou-a com um beijo gélido: era um menino loiro. Depois subiu a mureta e saltou para encontrar o fundo do vale.
         No mesmo instante, das janelas do shopping, um coral de crianças órfãs encheu a cidade com seu lindo canto natalino
Elói Alves


Leia o primeiro capítulo de As pílulas do Santo Cristo romance de minha autoria:
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Abaixo, pode-se ler também o prefácio feito pelo escritor e doutor em Literautra Comparada pela FFLCH-USP Edu Moreira: http://realcomarte.blogspot.com.br/2012/11/prefacio-de-as-pilulas-do-santo-cristo.html
 
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sábado, 15 de dezembro de 2012

O PESO DO MUNDO SOBRE OS INDIVÍDUOS: Algumas palavras sobre o "longânimo"

        Eu estava a toa quando me veio essa palavra: longânimo. Anoitecia, eu havia saído do trabalho e vagueava como quem descansa a um só tempo o corpo e as ideias. Meio estranha a palavra longânimo. Há tempos que não a ouvia nem de mim mesmo. Não condiz com as palavras que tenho ouvido. Certamente está desatualizada, seja o que for o que queira dizer ser atualizado. Assim, fui indo para outros tempos, retrocedendo. Em pequeno foi que ouvi esta palavra pela primeira vez, recordei-me.
        Morei longe de tudo em minha primeira infância. Nem nada havia às vezes. Matos, cabras, gentes dali, bem dali. E uns poucos rapazes já avançados, se atualizando no que diziam moderno, nos bailes, nas roupas, nas bebidas e brigas de bailes, que chamavam de “tretas”. Foi ali que ouvi de uns velhos essa palavra. Eu sabia que não podia ouvir as conversas dos velhos, mas ficava por ali como quem não quer nada. Esticava os ouvidos e ia guardando as palavras. Muita coisa não entrava, outras entravam e saiam, algumas sumiam com o tempo dando-se por mortas, para ressuscitar, toda empoeirada, em um dia longínquo ao findar de uma tarde: “longânimo”.
         Certamente alguns velhos me influenciaram bem mais que os jovens modernos que “tretavam” nos bailes naquele tempo. Sendo assim, devo a qualquer velhinho minhas leituras de ainda criança dos provérbios de Salomão. Se não foi este, deve ter sido um outro - Paulo, Pedro, Davi - que me deu o derivado longanimidade. Devo dizer, de passagem, que não havia gibi da Mônica ao alcance de meus olhos. Mesmo num vilarejo do antigo entorno de São Paulo havia uma bíblia. Não havia gibis, nem bibliotecas, mas havia uma bíblia, um Bradesco, um pouquinho mais para o centro, uma assembleia de Deus, a igrejinha católica no alto da praça e terras, muita terra com campos de futebol, onde corríamos descalços, contentes da vida. E havia principalmente todo o tempo infinito e possível para viver aquela vida nos momentos mágicos de sua inocência e daquela liberdade.
         A palavra longânimo é antiquada hoje, é desusada e estranha. Sobretudo longanimidade é mais incomum. Essas palavras significam ter um ânimo longo, que não se esgota rapidamente, algo flexível e duradouro. Lembra paciência, que é numa frase conhecida de Cícero a capacidade de suportar, “corpus patiens".
Não é apenas em relação aos outros que não se tem paciência e longanimidade hoje. É também em relação a si próprio, com seus projetos, com suas tarefas; uma ausência de consciência de uma constante auto-mutação. Há sim um comprometimento da relação com os outros, no trabalho, em casa, na escola, na rua, nas redes sociais; mas sua origem está por vezes em si próprio, no elo mínimo do todo. É uma questão de saúde em boa medida, psicológica ou de outras patologias; mais ainda, é já ao mesmo tempo algo mais complexo: uma doença da sociedade atual.
Há forças positivas e negativas em todas as direções no mundo de hoje, o que mostra a complexidade dos fenômenos. E as coisas não são gratuitas, existem interesses poderosos envolvidos. Mas para além de uma dualidade, há também dialética. Como se essas coisas estivessem misturadas no mesmo pote. Assim, como distinguir o bem e o mal?
        O mundo de hoje parece pesado demais para os indivíduos. Tanto maior o é quando a sociedade sucumbe toda ela diante de seus problemas. Quando as instituições são mais fortes que os indivíduos e seus interesses tomam rumos opostos. O indivíduo de início fraqueja, depois aceita apenas “empurrar com abarriga”, rejeitando os grandes embates e destratando a si e ao próximo. E torna-se um reflexo dessa sua vida em quase tudo que faz.
        Mas quero esperar que haja arte, haja audível música, haja alguma inocência, sobretudo haja indivíduos que se façam distintos, que se façam melhores. Que a paciência, fruto do cuidado de si, da projeção de si para com os outros imediatamente a sua volta ainda se renove. E que o prazer para si não seja o mal para o outro. Que a estranha palavra longânimo traga sua irmã: a longevidade, ainda que estejam fora de moda.
Elói Alves
 Leia o primeiro capítulo de As pílulas do Santo Cristo romance de minha autoria
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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

LANÇAMENTO DE AS PÍLULAS DO SANTO CRISTO -


 

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Prefácio:
Primeito capítulo:
Segundo Capítulo:
 




 

domingo, 25 de novembro de 2012

ORAI PELA PALESTINA E POR TODA CIDADE

       Orai pela Palestina. Infelizmente este salmo não existe. Está por escrever-se, mas oxalá fosse escrito - por inspiração de Jeová, ou Alá, de Zeus ou Júpiter ou por Tupã e por nosso singelo anseio de harmonia - não em pedras desérticas ou papiros carcomidos e sim em mentes sãs, quais já poucas temos no seio enfermado do interesse econômico que se serve do belicismo industrial, do fanatismo, do desespero e tantos outros meios. Quem nos dera fosse escrito nos corações sensíveis ao bem comum, à convivência pacífica.
      Mas do lado de cá do heminsfério não estamos tão tranquilos. No Brasil mata-se mais que em muitas guerras. No recente conflito entre Israel e Palestina, mísseis foram disparados em direção a Jerusalem sem ferir um só pessoa, felizmente. Uma criança palestina morreu nesta quarta-feira, (21/11) em um novo ataque israelense contra o edifício que abriga o escritório da Agência France Presse (AFP) na Faixa de Gaza.
       Por aqui, mesmo não havendo guerras declaradas, os enfrentamentos entre policiais e criminosos e os ataques a civis, seja em assaltos ou em execuções têm levado a números de vítimas que assustam, embora o Estado em todos os seus níveis pouco sempre fez (e faz e pouco fará) para combater o crime organizado, a circulação de armas, inclusive as de grande porte e as de uso exclusivo das forças armadas.
     A mesma esperança e sonho do “dreamer” de Imagene dos Betles resta, no entanto. Imaginar “um mundo sem fronteiras”, imaginar “todas as pessoas vivendo seus dias em paz”. Para que haja paz em Jersalem, porém, como diz no salmo, tão belo e esperançoso, é preciso que haja paz na Palestina.
     Igualmente para que as pessoas vivam em paz pelas ruas de nossas cidades brasileiras será preciso que a perversa situação social se altere, que a corrupção estatal seja combatida, que juristas e operadores do Direto conheçam, amplamente, a realidade social, que o pensamento, já muito enraizado na sociedade, que indica que o crime e a irregularidade compensam seja alterado por meios legítimos e justos, que os espírito ou pensamento dos homens se altere, para recepção do bem dos que querem realmente a paz.

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