Por: Germano Gonçalves, historiador, professor e poeta
Ao passar as vistas nessa obra de Alves, senti que não poderia deixar de mencionar que este é um livro aula, quem tiver a oportunidade, e espero que tenham, pois este é um livro imprescindível para o ser humano, uma obra que vai causar muitas reflexões, e ao mesmo tempo, fazer com que entendamos o nosso presente, para que possamos fazer um futuro melhor para se viver.
Aqui vamos olhar,
para uma direção humana, vamos dizer assim, Alves nos faz transcorrer em um
mundo onde o assunto é o homem. Desde o seu principio. Podemos observar logo no
inicio desta obra, poderíamos ter uma cultura diferenciada, mas a chegada dos
portugueses, europeus no geral, mudou o rumo da história como podemos observar
em O canhão e a flecha (p. 11). Por
este lado vamos caminhar, ou melhor, passar as vistas em uma obra que desde já,
eu vou adiantar, e alertar para que a sociedade em geral precise ler este livro.
Como aqui é uma
abordagem rápida que se limita a resumir o conteúdo desse livro, não poderia
deixar de dizer que não vai ser fácil, e nem foi, pois a cada página que eu passava
o olho me deparava com uma carga rica de elementos literários e históricos, que
o autor soube aproximar o livro do leitor, por tanto, poderia descrever aqui
página por página, para que nenhum assunto desta obra ficasse sem o devido
valor, mas isso é para você leitor, ler está obra com admiração, e procurar
entrar no pensamento que o autor quer nos passar.
Observaremos quando
passamos as vistas em seu texto intitulado número
2 (p.17), às perplexidades do homem, eu vejo assim, coloca que a vida é
curta, para fazermos as coisas, e as coisas vão ficando, e o pior que o ser
humano com a modernidade, começa a pensar cada vez mais em si, e vão
atropelando, os afazeres para o bem social, e se preocupando com o próprio ego,
como se diz: “com seu umbigo”, e fazem tudo para se der bem na vida, tipo:
“antes ele do que eu”.
Essa passagem na obra,
caros leitores, como todas vocês devem ler, e assim Alves segue sua obra, e nos
traz com certa sabedoria, do que aprendeu e observou em toda a sua vivência,
pois como ser humano também passa pelos percalços que escreve, e nos relata
aquilo que está entre todos os seres vivos dessa terra, a ciência ou estudo que
se apodera de Deus, de sua natureza, o que é particular de um ser e de suas
relações com o homem e com o universo.
O que vamos perceber
na obra de Alves, não sabe que se de suas características ao escrever, ou para
nos ater aos homens que de uma forma ou de outra, tentaram e tentam se
consagrarem no poder, ou nos alertar a favor ou contra esses homens em que é
destaque na humanidade, Alves se faz notar alguns deles:
(George
Walker Bush e o pensador inglês Wilston Churchil (p. 21), notem ao menos eu
notei um homem em busca de manter um poder, outro um pensador pela a paz, eu
vejo que quem busca a paz, não pode querer o poder, opinião minha, como você
leitor ao passar as vistas na obra de Alves terá a sua.
E eu espero que seja
breve, pois é realmente uma obra digna de literatura e história, no entender
Alves sabe muito bem usar a estratégia de ações Integradas em literatura e
história tem no seu cerne o processo de docência acerca do processo letras e história
através de vivências do estudo de história em seus futuros campos de prática e
em serviços ou instituições que puderam ajudar a aprimorar estas experiências.
Estas práticas se encontram imersas principalmente no âmbito da história
coletiva e do que acerca o ser humano.
E assim seguimos, com
os olhares de Alves, uma observação muito importante, ele nos traz aquilo que
realmente devemos pensar, em se tratando de política mundialmente, os regimes
totalitaristas, que estão aquém da cultura, o pensamento sempre é o poder, lembramo-nos
da ditadura que de cultura não se tinha nada, era praticamente nulo em termos
de cultura, e principalmente a cultura popular, os regimes que Alves coloca em
sua obra, me fez entender que ele mostra com a sua categoria de escritor que é
uma agressividade nos textos, mas digo isso por que não é nada fácil, lidar com
assuntos que oprime a humanidade sem agredir, e sim com o dom da palavra, isso
Alves sabe fazer e pelo que li, muito bem feito.
Caro leitor percebera
que esta obra lhe faz uma alerta, não em busca de uma verdade absoluta, mas do
que esta em luta, do que não queremos mais, dar um basta nas injustiças
sociais, na dominação seja ela qual for como podemos notar onde o autor coloca
em: “... fenômeno sobre o qual refletiu muito
apropriadamente Pierre Bourdier em seu livro: A Dominação Masculina” (p.28),
essa passagem nos mostra que onde há dominação existe discriminação, ao ler
está obra você vai deparar após este relato de dominação, com assuntos ligados
a violência infantil, ou contra a mulher, e a violência do país perante a
educação do filho, como tratar de tudo isso sem ser agressivo? Só mesmo Alves
para descrever tudo isso, apenas para nos alertar, pois ele pede sim em sua
obra, que fiquemos mais antenados, e temos que ter uma coletividade para com a
educação, para que Estado, família e educação andem juntos.
Vamos leitor ler essa
obra, e em seus capítulos que Alves, denomina por números vamos encontrando um
pouco da nossa história, nos remete a pensarmos em vários contextos do nosso
dia-a-dia, a política, a religião e as etnias, que livro!
Entra a música na
qualidade de algo singelo, digno da humanidade em “Imagine” do Beatles (p.35), é do saber que a música vem desde os
tempos da antiguidade, mas que se aprofundou principalmente o rock, dos quatros
garotos de Liverpool, em que se fez um pensar na humanidade como o autor coloca
Alves, ainda nos remete aos clássicos da literatura e o pensar de educadores e
nos fala da cultura popular.
Antes de finalizar essa
minha descrição feita com detalhe, tem que lhes falarem, meus caros leitores,
da estética do autor, na obra de Alves notei que em seus escritos a maneira de
escrever sobre a história e a literatura é – como elemento discursivo na
meta-narrativa do ser humano – um dos principais veículos divulgadores e
fomentadores da discussão sobre identidade humana e sobre a própria ideia da
civilização humana em nossa história.
E falando sobre
estética apreciei muito o estilo usado no índice de sua obra, o sumário
diferenciado com capítulos sem títulos, até certo ponto e depois alguns
títulos, e retoma aos sem título, vocês leitores perceberam, muito bem
trabalhado, e também as menções que ele faz, achei bem colocadas.
Pois bem, esses meus
escritos servem pra você leitor, que precisa ler este livro, afinal de conta és
um ser humano, e tornará ainda mais humano após ler essa obra.
Aqui temos arte,
politica, economia, religião e vários contextos em torno da humanidade que
torna a obra preciosa assim eu acho, pois temos Bezerra da Silva, esquecido
pela mídia, o autor nos leva a corrupção contemporânea fruto de uma corrupção
histórica, isso tudo se pode observar com magnifica expressão. Ao ler esta obra
fiquem atentos em:
“... os jornais
vêm logo dizendo que aqui no morro só mora ladrão”. Vejam agora todos os
contextos, sócias. – As letras de Bezerra da Silva falavam de uma conduta de
uma postura do homem, condenava o mau padre, o pastor que trocou o espiritismo
pela igreja para se beneficiar em dinheiro, o pai-de-santo sem caráter, o
presidente caô-caô, nos tempo de Collor de Melo, e o próprio malandro que “com
um revolver na mão é um bicho feroz, sem ele anda rebolando e até muda de voz”,
(p. 44),
percebam ao ler!
Sem contar a
filosofia implantada por Alves, em seus escritos que colocam desde Descarte a
Marx se assim posso dizer, passando por Freud, e que tudo ficou sem
explicações, e por simples atenção ao pensamento. Nesta obra percebi que o
caminho é se pensar, for formador de opiniões, analisarmos toda uma mudança do
capitalismo empresarial de pequeno porte e a dimensão para o capitalismo
monopolista e o imperialismo, dos movimentos socialistas, tornando-se
reformista e as emergências do estado de bem-estar social, as revoluções pelo
mundo e claro a ascensão do comunismo, e atermos a emergência da mídia de massa
e, que não nos enganemos com a frase, “o gigante acordou...” ou como posso
observar eu um dos mais belos textos que li nessa obra de Alves, “A moeda e a língua”, (p. 53). “Aquele
que não conhece a sua própria história estão fadados a repeti-la”. O governo
Collor, o plano real, o impeachment desse mesmo Collor, os caras pintadas, e
tudo o mais sobre o olhar de lanceta como o autor nos mostra em, “O vagabundo e o olhar de lanceta”, (p.59),
é indispensável meu caro leitor essa obra, podemos entrar com essa obra, nas
escolas, faculdades e universidades sim, pois serve para todos os estudantes e
ir além de um simples olhar, e ser visto por advogados, economistas e por que
não criminalistas, pois é um crime contra a humanidade, aniquilar os
pensamentos, “... uma maquinização do
homem – uma coisificação, portanto – em função da engrenagem do sistema,
primeiramente dos escravos, depois de todos os trabalhadores, como migrantes e
imigrantes...” (p. 59).
Ufa! Que obra, olha
só o autor nos faz pensar no homem, com Quixote de Cervantes, onde a loucura
nos mostra o caminha para o bem da humanidade, o autor nos atenta para Braz
Cubas, mas não lhe contradizendo e sim somando, eu percebo um “Alienista” de
Machado de Assis, não sei se Alves me faz entender, mas de certo que
concordará, pois temos, “... O Alienista
é talvez sua obra máxima no espaço dado ao tratamento literário reservado à
psiquiatria”, (p.71) e você leitor verás toda filosofia implantada nessa
obra a respeito do ser humano, suas indefinições, medos, fantasias, coragens e
ilusionismo.
Acho que posso
finalizar esses escritos com gosto de missão cumprida, mas que essa missão
ainda poderia ser mais longa e mais detalhada, mas tenho que respeitar o autor,
deixar que o próprio leitor, faça uma analise de sua obra, e que tomem o gosto
não só pela leitura da obra, como também passem a obra pra frente, indique, comente
e divulgue, sempre com um olhar observador sobre a nossa história e nossa
literatura, pelo bem de nossa humanidade.
Esse olhar de lanceta
que nos traz uma diversidade de textos, misturando realidade com ficção, por
causa do teor literário, nos deixa claro um olhar de uma visão de mundo
centrada no homem, o olhar do homem sobre si mesmo e, o que esta por sua volta,
o homem pelo homem, por tanto, a visão tem que ter um olhar de observação.
- ALVES, Elói, Olhar de lanceta - Ensaio crítico sobre literatura e sociedade, editora APMC, São Paulo, 2015.