sábado, 18 de junho de 2011

O SEXO, A POLÍTICA E A ETERNIDADE



À minha meiga amiga,
Ontem à noite após receber e comer teus bombons, tive um sono adocicado.
Hoje cedo, levantei-me crendo de mais. Já viste um ateu querendo reencarnar?
Sim, este sou eu hoje.
Os antigos queriam também ampliar suas vidas. Estica-las até não poderem mais.
Teve um que tomou todas as mulheres do seu reino, certamente para ampliar sua geração e com ela, fazer prolongar seu nome. Depois de mulheres e concubinas, foi fazer aliança com outros reis, para poder por preciosas alianças nas mãos de suas filhas. Ao menos nas mãos daquelas que faziam jus ao título de princesa. Veja você, amiga dos meus docinhos, que as guerras do sexo estão juntas também à política e à economia. (não falarei dos áureos tempos de hoje) A coisa tomou tal proporção que foi até o Egito. Um irmão seu, a que não podia tornar mães as mulheres, ergueu para si um monumento. Seu pai já tinha iniciado o caminho, acrescendo às suas a mulher de um seu soldado; insubmisso na hora incerta, de excessivo zelo e tonto em outras, e certamente inconstante nos deveres de casa.
Bom, seja como for. Nesse mundo de abandono da vida, que é o de nossa atualidade, onde a vida não vem valendo nada, como uma moeda furada de poucos centavos que nem me abaixo para pegá-la na rua, esperar a imortalidade parece interessante, mesmo como contraponto. E ainda que a eternidade seja cansativa, com a nossa atual tecnologia faremos que ela passe de pressa. Também com o atual nível de nossa industria de entretenimento, essa eternidade nos cansará menos. Depois, com os programas de tv no domingo, com algumas piadas que tem um pouco de graça, vamos temperando o molho.
E há ainda um outro recurso. Se a fé não estiver ao alcance das minhas pobres mãos mirradas, recorrerei a algo mais natural, acatando os preceitos anti-químicos e anti industriais: irei procurar o Elixir do Pajé: aquela planta cabalística, que segundo os ensinos da antiga sabedoria silvestre do mestre Bernardo Guimarães, levanta até defunto enterrado.
Bem, veremos então, minha boa amiga, porque tua amizade merece uma boa esticada e enrijecida nessa minha mesquinha vida, que é para apreciá-la sempre no próximo dia. Assim, que amanhã eu esteja de pé. Até. Beijos.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A PRIMEIRA GRANDEZA DO GOVERNO DE DILMA

Acabo de ler com contentamento um ato de grandeza que não esperava. Falo da carta da atual presidente ao agora octogenário Fernando Henrique Cardoso que li na íntegra. Carta gentil, que engrandece a emissora pelo seu ato e pelo que nela vai. Falo do reconhecimento do papel histórico do cidadão, do professor, do acadêmico e do ex-presidente.
Sinto-me surpreso porque atitude de tal grandeza o partido da presidente foi incapaz de fazer e ainda o é. Igualmente o antecessor de Dilma, o ex-presidente Lula. Este preferiu homenagear e abraçar Hugo Chaves. Sem falar no assassino e condenado italiano Cesare Battisti o qual Lula resolveu proteger e acobertar, não sendo para ele poucos os bandidos e assassinos que por aqui estão matando e roubando impunemente.
O pior era negar a historicidade do plano real. O governo do PT de Lula negou de todos os modos a feitura histórica da estabilidade monetária, a força da nova moeda, a liquidação benfazeja da hiper inflação de cujo mal sofremos terrivelmente por décadas, como se sofrêssemos de um câncer. Lula fez inclusive declarações raivosas, duma pequenez tamanha, destratando seu ex-companheiro de lutas democráticas nos anos oitenta.
Em fim, deveria ser uma coisa natural na importância do cargo; mas como não é, faço aqui este registro, como um fato notório. E espero que ela continue surpreendendo ao contrário de seus correligionários.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

"O ADVOGADO DO DIABO", DE AL PACINO E O DEFENSOR DOS ASSASSINOS NA USP

O filme “O advogado do diabo", com Al Pacino, voltou à minha cabeça depois que ouvi as declarações do criminalista defendendo o que ele chamou de “ética da profissão” dos bandidos da USP, que são seus clientes. No filme o diabo que é dono de escritório de advocacia faz seu criminalista predileto ganhar causas de crimes pavorosos. A certa altura ele diz que com o número crescente de advogados o “cheiro ia chegar no ceu”. Era um meio de atacar a Deus, que podemos traduzir na sociedade como o bem.
O Brasil está cada vez pior no sentido de valorizar o bem, do trabalho honesto, do estudo, da dicação pessoal para vencer, do bem comum. Só quem deu seu suor dia e noite numa dedicação extrema para passar no maior e mais concorrido vestibular como da USP, onde eu também estudei, sabe o que é uma luta de superação extrema. Ai vem um bandido, um criminoso, assassino frio e articulado e sai pelas portas da frente da delegacia e seu defensor ridiculariza o sentimento de dor que é já de grande parte das pessoas de bem e não mais restrito à família enlutada e esmagada em todos seus sonhos. Eu tive que lutar em condições extremas para estudar e trabalhar. Fiz suplência e estudei na USP. Tenho de continuar estudando e trabalhando e dizendo ao meus alunos na escola pública que o bem compensa, que devem lutar para mudar suas vidas, que o maior esforço deve partir de cada um. E isso é muito difícil numa sociedade cujas instituições são precárias e o sistema jurídico permite que bandidos e assassinos se deem bem. O próprio Pimenta Neves pôde ficar solto vários anos, como os bandidos assassinos do meu colega de USP estudante da FEA.
Dos altos cargos do governo vem o pior exemplo onde pessoas como Palocci que voltou ao governo no principal cargo como ministro mesmo tendo saído do governo de Lula por violar o sigilo de um caseiro. O próprio ex presidente o tem na conta de grande homem e tal vez de bom exemplo. O governo não se preocupou em passar uma imagem exemplar para as pessoas e é impossível se viver em sociedade sem bons valores e, mais ainda, sem a sensação de que o bem compensa e vale a pena lutar por ele e de que deve existir para seu próprio bem e auto-sustentação, para que não se degrade de vez. Mas quando o governo importa assassinos, como no caso do italiano Battisti, condenado por uma justiça soberana na Itália, essa sensação é jogada para baixo, para o zero. A OAB que tem prestado bons serviços em várias oportunidades para sociedade não pode ser corporativista no caso de advogados que manchem a classe, que não corroborem com a boa imagem para o bem comum e deve contradizer a máxima de que “lupus non mordet lupum”. Além disso, deve-se investigar com qual dinheiro os bandidos pagam seus advogados, seria dinheiro limpo? Do jeito que vai a coisa, o cheiro vai mesmo chegar no céu e o diabo acaba tendo razão, por que no filme isso é crítica contundente. Para quem prefere ainda o bem e pode fugir antes que tudo piore, um outro lugar para se viver é uma boa saída.

domingo, 12 de junho de 2011

SONHO (para os namorados)


Era já noite e experimentei um sonho
Quase tal qual um sonho de princesa,
Que a magia dos contos nos enseja
Ao despertar a infância de seu sono.

Sobre a cama e sob cobertores,
Um frio atípico e vento à janela
Ainda desperto via clara e bela
Você chegando, meiga de amores .

Veio o calor contraposto ao que sentia
Rapidamente também amolecia,
Vindo a proposito tudo levemente;

Ao leve sol despertei na antemanhã
Ainda o rum sentindo o corpo dormente
Mas sem o açúcar da fria noite vã

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