segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

LIVRO GRÁTIS - disponibilizado pelo escritor Elói Alves em PDF

          Em agradecimento aos preciosos amigos leitores por mais um ano em que me honram com a leitura de meus textos,  estou disponibilizando o arquivo completo do meu livro As pílulas do santo Cristo. Para recebê-lo gratuitamente basta enviar um email com o pedido para:  eloialves75@hotmail.com 
 
       Para quem não conhece a narrativa, abaixo postei o prefácio do romance, escrito por Edu Moreira, escritor, professor de literatura, e mestre pela USP.
   
       "Elói Alves nos leva a uma praça pública para experimentar as Pílulas de Cristo. Para os que têm fé, ou para os que acham que a têm, o autor oferece um pedaço de chocolate que curaria os males da humanidade. Um emplasto aos ignorantes, para lembrar o Bruxo do Cosme Velho epigrafado. Em tom irônico, o autor traça um panorama da modernidade das grandes metrópoles. A escolhida, com não podia deixar de ser, é São Paulo – seu centro, seu cerne, seu útero que pari violência, o estômago que digere a hóstia feita por mãos impuras. Uma organi-cidade onde o jeitinho, a corrupção, a apatia social, o estelionato são potencializados por uma população cansada, pobre e acima de tudo complexada.
      Placeborréia.
     Fé e ciência na verdade são dois lados de uma mesma moeda quando o objetivo é se dar bem. Em seu processo narrativo, Elói mostra a criação de um mito, de um mártir (ou mártires), o que para nosso país não é de fato difícil. Basta boa retórica, olhar carismático: pronto, criam-se mitos e organizações, assim como o PCC, o Comando Vermelho e a Universal do Reino de Deus.
      É mostrada a cidade visceral, repleta de gritos num tumulto amorfo. As ruas do centro tornam-se centopeias e perambulam por si mesmas, em círculos, quadrados, quarteirões e desenhos geométricos vistos de cima, de baixo e do subsolo. Tipos das mais variadas estirpes urbanas são explorados pelo autor. Transeuntes que habitam às margens da lei e da cidade. - Se queres um relógio, terás facilmente, se queres uma carteira do exame da Ordem, terás, se queres um atestado médico terás, se queres o CRM, terás, e tudo isso limpo, limpo. – Porém nada é limpo na literatura de Elói; as relações humanas são rebaixadas ao nível da cordialidade falsa, da educação contraditória, da ajuda traidora e da atenção conveniente.
     (...)"

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

EVENTOS LITERÁRIOS NO FIM DO ANO

 
                                 Lançamento da Trilogia Eupuia, composta por  livros de poemas, crônicas e contos. organizada pela escritora e editora Ana Moraes, com textos meus e de diversos outros autores. O lançamento ocorreu na Biblioteca Rachel de Queirós, no CEU Alvarenga, zona sul de SP
                                Exposição  de meus livros e de outros autores na Biblioteca Rachel de Queirós


                              Evento de fim de ano na Herós processamento de dados, em comemoração de projetos na área de comunicação pelos quais fui responsável.

                                Integrantes da equipe da Héros processamento de dados que participaram do projeto dirigido pelo escritor
                      Participação no último programa do ano da Rádio Tambor, dirigido pelo jornalista e escritor Oswaldo Faustino, no auditório do CEU Alvarenga, zona sul de SP

                                          Lançamento da Trilogia Eupuia
                       Com o músico e poeta Dandy, no lançamento da Trilogia Eupuia, que traz textos dos dois autores e diversos outros, na Biblioteca Rachel de Queirós, SP
                          Bate-papo em SP com o jornalista Paulo Eduardo Martins do SBT sobre literatura e política

Escritor Elói Alves entrevista o poeta e músico Dandy, no lançamento da Trilogia Eupuia



 
A Trilogia Eupuia foi organizada pela escritora Ana Moraes, da Editora APCM e foi lançada no último dia 07, na Biblioteca Rachel de Queirós, no CEU Alvarenga, na zona sul de São Paulo. A trilogia foi dividida em três gêneros: poemas, contos e crônicas para qual escreveram vários autores, entre eles estão o músico e poeta Dandy e Elói Alves, que figura nos três livros.

domingo, 14 de dezembro de 2014

O DEPOIMENTO DO EX-PRESIDENTE LULA NA PF E SEU JULGAMENTO PELA HISTÓRIA

 
     No dia 09, o ex-presidente Lula depôs na Polícia Federal, como testemunha no caso Mensalão, cujo processo levou aliados estratégicos e colegas de partido à condenação. Segundo a Revista Época, Lula foi intimado. Ele teria recebido carta precatória na quinta-feira retrasada (dia 3) e comparecido à sede da Polícia Federal em Brasília na última terça (dia 9). Em setembro, a imprensa noticiou que a PF tentava localizá-lo para depor a sete meses, sem sucesso.
       Outros casos de corrupção que remetem a esquemas de desvios de dinheiro em seus governos, como a corrupção na Petrobras vão deixando o ex-presidente em uma situação delicada. No mensalão, o Procurador Geral fez preferência por não citá-lo, sequer como testemunha, ainda que seu principal ministro tenha sido responsabilizado e depois condenado como chefe do esquema. Agora, a destinação do dinheiro da Estatal compromete vários setores do governo, agentes públicos, executivos de empresas privadas, além de prejudicar acionistas no pais e nos exterior, com consequências judiciais e econômicas para o pais no plano internacional.
         A questão é como ficará a imagem do ex-presidente Lula diante dos fatos que vão aparecendo? Lula perdeu o tom altivo de seu discurso "que tinha mudado o Brasil".Isso foi exatamente em junho de 2003 quando milhões de pessoas foram às ruas do país questionando o governo e os políticos de forma geral. Na ocasião, todos, inclusive Lula, sumiram por algumas semanas, quando a única voz que saia na imprensa era a das ruas. A imprensa não pode escondê-lo nem defender os políticos, como faz muitas vezes. Desde então, Lula vem perdendo claramente muito de sua influência, Prova disso é que foi depor agora, num processo já praticamente encerrado - muita gente não noticiou isso.
            A pergunta mais importante agora é, como Lula se sairá diante das revelações dos novos escândalos, que apontam para o maior caso de corrupção da história? Terá influência suficiente para sequer ser citado como responsável, ao menos político, já que era o chefe do executivo federal, responsável pelas nomeações? Terá ainda outras implicações? Qual o nome com que ele ficará para história como presidente e como chefe político mais importante neste período? Qual será sua imagem para as novas gerações, qual será a interpretação de sua fala mais famosa reiterada amplamente por ele em seus governo: "nunca antes nesse país"?
Elói Alves

 
         

O SILÊNCIO DA OAB NO CASO PETROLÃO- Perguntero

Qual a razão do silêncio da OAB, Ordem dos advogados do Brasil, sobre o maior caso de corrupção em um país em toda a história? Não teve esta instituição outro papel em outras crises históricas pelas quais passou o país?  Será que agora são todos criminalistas e advogados de criminosos bilionários? Será que a cegueira da justiça é que faz se fechar os olhos para origem dos milhões que recebem como pagamento de seus clientes corruptos e outros agentes de crimes com tipificação diversa?
 
 

sábado, 13 de dezembro de 2014

PROGRAMA 'PROPINA EM CASA': ENTREGADOR QUER ACORDO DE DELAÇÃO

       Uma história espantosa que resolvi chamar de Propina em casa é objeto de reportagem de capa da Revista Veja deste fim de semana. A matéria fala de Rafael  Ângulo Cortez, um senhor discreto, de cabelos grisalhos e aparência frágil, auxiliar do doleiro Alberto Youssef e que era responsável por entregar no domicílio de políticos partes do dinheiro desviado da estatal Petrobras, dinheiro que levava atados ao corpo, sem jamais causar desconfiança à Polícia Federal. Além de endereços em vários locais do país, ele viajou por países da América do Sul, entregando a parte cabida ao corrupto da vez.
      Muito organizado, tendo anotações dos envolvidos que recebiam o dinheiro, da quantidade deixada, Rafael, que tem cidadania brasileira e espanhola, era homem que levava alegria aos que o esperavam. No entanto, a pior notícia para os mesmos, é que ele quer dizer o que sabe à Justiça, em acordo para reduzir suas penas, e, assim, passa a ser um uma peça chave para revelar uma outra ponta do esquema. Esta é a má notícia para muitos políticos conhecidos.

Elói Alves

O CAOS NA GESTÃO PETISTA NO DISTRITO FEDERAL

       Governo do PT no Distrito Federal levou a Capital do país a uma situação de caos histórico; nesta semana vários serviços públicos foram suspensos e faltou até gasolina para a circulação de ambulâncias cujo serviço foi interrompido. Notícias da CBN informam que viaturas da polícia, quebradas, não estão sendo reparadas. Ao longo desta semana, houve greve de servidores que estão sem receber salários.
       Apesar de os eleitores terem aplicado um...a vergonhosa derrota ao governado Agnelo Queiroz, que perdeu a reeleição sem passar sequer para o 2º turno, o caos petista instalado na capital trará ainda muito sofrimento à população, sobretudo aos mais pobres, em cujas ideologia e mentira eles dizem defender.
        O PT, que também perdeu a reeleição em outros lugares, como no Sul, tem mostrado que suas principais marcas são a ineficiência na gestão pública, a incomPeTência e a corrupção, numa escala, como diz seu líder máximo, "NUNCA ANTES NESSE PAÍS"
 

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

ESTAREI AMANHÃ NO CEU ALVARENGA COM A RÁDIO TAMBOR

Amanhã, estarei no CEU Alvarenga com a Rádio Tambor, às 20 h, lendo textos de meus livros e falando sobre a escrita literária. Todos estão convidados.
Elói Alves

domingo, 23 de novembro de 2014

O MALÉFICO E TENDENCIOSO DISCURSO DA CORRUPÇÃO CULTURAL

              Com a deflagração da sétima etapa da Operação Lava Jato e a consequente prisão de dezenas de empresários das maiores empreiteiras do país, incluindo-se entre eles mais um ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, indicado pelo ex-ministro José Dirceu, do PT, cujo auxiliar, sob cargo de gerente na Estatal,  concordou em devolver aos cofres públicos, apenas ele, mais de duzentos e cinquenta milhões de reais, além de uma peça-chave, Fernando Soares, o Baiano, que se entregou depois, acusado de ser operador do PMDB, explodiram na mídia um série de discursos, tanto de advogados de empreiteiras, como de membros do governo,  como o próprio ministro da Justiça, que expressavam a opinião de que a corrupção é geral, é comum e banal, e, portanto, aceitável e até imprescindível.
               Após seu cliente Fernando Soares que estava foragido se entregar à Polícia Federal do Paraná, seu defensor, advogado Mário de Oliveira Filho, disse à imprensa que “não se faz obra pública sem “acerto”, e quem nega isto desconhece a história do país. Outra fala no mesmo sento foi do ministro da Justiça Eduardo Cardozo, que havia afirmado que não se pode punir as empreiteiras, “torná-las inidôneas”, sem prejudicar a economia, afirmando também que a culpa pela corrupção no país é dos “eleitores que elegem os políticos e depois reclamam”. Para ele, a corrupção é social e cultural e, diz ele, “que até o síndico age de má fé quando “superfatura”. Ambas as falas mostram uma tentativa maliciosa e desesperada de diminuir feitos criminosos de ampla gravidade e, no caso do ministro, mostra uma confusão de papéis, onde um ministro de Estado torna-se advogado de bandidos ao tentar, ridiculamente, defende-los.
                Ambas as falas estão totalmente equivocadas no sentido jurídico, pois um crime, algo portanto previsto e tipificado como ilícito em lei e passivo de pena, não pode ser menos grave se outros o fazem igualmente. Mesmo se o povo brasileiro, em geral, aceitasse como “normal” a corrupção, essa conivência não seria causa atenuante dos atos ilícitos cometidos por agentes públicos, pois o Direito Público os obriga a cumprirem estritamente a lei sob pena das reprimendas previstas em lei. Mas essa generalização capciosa e malévola é, historicamente evidente, negada pelo trabalho árduo de um povo que se submete ao sacrifício constante e pouco recompensado, diariamente, sustentando com seus impostos a classe política com sua incompetência e desmando- juntamente com seus "companheiros" e aliados nomeados- classe cujo exemplo negativo de indignidade e desonestidade em nada espelha os que os elegem, amarrados por uma legislação eleitoral que fortalece a máquina dos partidos políticos e enfraquece o poder de cobrança do leitor.
              A fala do ministro da Justiça petista é mais que infeliz; é uma peça de declaração do negativo, do que há de mais ruim na fala de uma autoridade na altura daquele cargo. Declaração que chega a ser dúbia e até comprometedora para o governo. Se, para o ministro, a culpa pela corrupção é dos eleitores que elegem os políticos corruptos, estaria ele admitindo que há corrupção no governo de seu partido, o PT, agora reeleito? Estaria ele dizendo que a corrupção, no governo de seu partido, é tolerável, o que por si só já configura crime? O discurso parece mais uma fala desesperada e sem conotação com a realidade sociocultural. Aliás, milhões de cidadãos de bem disseram nas urnas precisamente o contrário; mesmo numa eleição sob suspeição e várias denúncias de fraude ignoradas ou minimizadas, disseram que não compactuam com um governo mentiroso, incompetente e corrupto. Aliás, o próprio governo dizia-se fazer uma campanha pela mudança, isto é, confessavam que estavam no caminho errado. Pena que muitos eleitores, que votaram neles, não entenderam ou não quiseram entender o evidente: o que eles às vezes negam, às vezes dizem que irão arrumar.
Elói Alves

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A MORTE DE THOMAZ BASTOS E O DINHEIRO SUSPEITO DOS CRIMINALISTAS

 
     Hoje morreu num hospital de São Paulo o criminalista e ex-ministro da Justiça de Lula, Márcio Thomaz Bastos, que foi advogado de mensaleiros condenados por corrupção e de muitos criminosos conhecidos; Bastos, que tinha 79 anos, era um  defensor considerado um dos criminalistas mais caros. Lula e Dilma Lamentaram sua morte.
     Quem, além desses políticos, será que sentirá falta dele? Fará alguma falta para o cidadão de bem ou para o país, para o bem das Instituições republicanas, para o bem da causa pública, para aqueles cujos impostos, com preço de sangue, sustentam toda a corja política manchada por todos os desmandos criminosos?
      Só uma dúvida: seriam lícitos os milhões que os criminalistas recebem de seus clientes corruptos e bandidos chamados "criminosos comuns"? Não estariam todos esses milhões e bilhões com que os bandidos e corruptos pagam seus defensores sob suspeição? Não seria, no mínimo, algo para se investigar criteriosamente? Por que a OAB e a promotoria nunca dizem nada sobre isso?
 

sábado, 15 de novembro de 2014

A OPERAÇÃO LAVA JATO E A BLINDAGEM DA PRESIDÊNCIA

 
Nova estratégia do governo do PT para proteger Dilma é dizer que ela mandou investigar Petrobras e demitiu os corruptos. Será que pega esse discurso? Será crível, pra quem? Se a PF conseguir chegar até ela qual será a estratégia petista? Será que ela defenderia também seu padrinho em cujo governo estava o ex-diretor Renato Duque que está preso na Polícia Federal e é responsável por mais 100 milhões de dólares desviados da Estatal brasileira?
Perguntero

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O PAÍS DO ENGANO


          O Brasil é o país do engano.
       Tem, historicamente, uma economia que sempre gerou muito dinheiro com exportação primária, desde o açúcar e o café, e, ao mesmo tempo, um dos mais vergonhosos níveis de baixo desenvolvimento humano; com constante guerra civil entre bandidos no Rio e na periferia de grandes cidades, traficantes e polícia, problema ignorado propositadamente pelo Estado, enorme estatística de assassinatos, ridícula qualidade dos serviços públicos, incluindo aí a qualidade da educação da creche ao superior, o subemprego mascarado, os desmandos na saúde pública e até mesmo nos planos privados; com verbas não devolvidas da enorme taxa de impostos, das mais elevadas do mundo; da corrupção que sempre se amplia, das Instituições da Justiça dominadas por nomeados que protegem os políticos corruptos, e da incapacidade do povo de alçar-se à consciência política, incluindo a religião partidária fanatizada e, portanto, cega.
      O Brasil permanece, assim, o país do engano. Um país rico, mas absolutamente falido no que toca ao desenvolvimento amplo de seu povo, um povo que gatinha, dominado pelas práticas mais vergonhosas, minúsculas no sentido de uma consciência de seu próprio destino. Um povo incapaz de se fazer autonomamente.
Elói Alves

terça-feira, 4 de novembro de 2014

A INFÂNCIA POLÍTICA DO PAÍS E O REMÉDIO PARA O BEM PÚBLICO

         O Brasil vive ainda em nossos dias a fase de sua infância política, a fase da inconsciência política, permeada pelo emocional e  pelo sectarismo partidário, irracional, portanto.
      Quando se dispuser, se se chegar a isso, quando se chegar à compreensão de que os partidos devem trabalhar para o povo, de que os políticos devem servir ao público, e não se servir dele, e eliminá-los logo que forem inúteis ao bem do país, logo que se mostrarem incapaz de ser útil, de servir bem ao público, então entraremos numa outra fase, de amadurecimento e bem estar público geral.
     Hoje resta-nos lamentar a falta de consciência do coletivo, da coisa pública e resta a religião partidária, a inconsciência do perigo da incompetência dos políticos e da consequente falência dos serviços públicos e a fragilidade das Instituições do País, entregue a grupos cujo interesse é o poder e o dinheiro, pelo qual sujam sua própria alma, quando ainda a tem.
     O remédio único é povo lutar coletiva e conscientemente pelo seu próprio bem. É por o país acima de qualquer outra questão que não sejam o bem estar geral, das pessoas e não de grupos políticos. O remédio é o povo tomar par si o trabalho apaixonado, vital, de se opor constantemente aos interesses dos grupos políticos que, se deixar, acabam com os bens que são públicos, fruto do trabalho dos cidadãos de bem.
Elói Alves

terça-feira, 28 de outubro de 2014

O DISCURSO MÍSTICO DE UNIFICAÇÃO DO PAÍS E A MUDANÇA ESPERADA

     Os partidos de oposição se mostram incompetentes e fracos há muito tempo, na verdade nunca foram oposição de verdade. A oposição de fato que tem surgido no Brasil é do povo, de sua indignação. A opção por Marina, e depois por Aécio, foi uma porta para essa indignação concentrada contra o MAL MAIOR que o país tem, entre outros: o mal moral, a pactuação com todo tipo de crime, que penetrou nas instituições e as vem destruindo por dentro, inclusive a Justiça, nem falando das políticas.
       Agora a tática para manobrar e manipular é esse discurso místico de "'reconciliação". Os partidos poderão fazer seus acordos; quem não pode compactuar é o povo de bem; é preciso reunir forças e estratégias e combater, exigir, denunciar, multiplicar as ações de protestos na rede e na rua. 
        O Brasil só mudará de verdade quando o povo decidir fazê-lo, sem esperar por uma sigla salvadora. Conformar-se, compactuar, curvar-se, é entregar ao diabo, é entregar-se.
Elói Alves

terça-feira, 21 de outubro de 2014

CHICO BUARQUE E A ELEIÇÃO NO PAÍS DO FUTURO - Perguntero


        O horário eleitoral que pagamos é mesmo um desserviço à reflexão na sociedade. Além da lição de deseducação mútua, indigna de uma plateia razoável, aparece nele Chico Buarque dizendo que votou numa pessoa porque um terceiro, seu padrinho político, mandou.
         Em que ponto antiquado e incômodo ainda estamos. Um país imenso, na diversidade de seu potencial, mas incapaz de enfrentar racionalmente os seus problemas, mesmo entre aqueles de quem se espera que ajude a raciocinar, cujo pensar deve se por acima das intrigas medianas e midiáticas.
           É lugar comum dizer que o Brasil é o “país do futuro”. Será que, para esse tempo vindouro, podemos esperar que a sociedade discuta séria e racionalmente os seus destinos ou agirá, como agora, sempre como as desorganizadas torcidas chamadas organizadas?
       Ou será que, para essa nossa sociedade, o parâmetro de organizado continuará sendo esses grupos bestiais de criminosos hediondos para quem esse triste Estado em todo seu território sempre perde e com os quais, para infelicidade de todo o país, seus políticos constantemente se igualam quando se associam a eles?
Perguntero

domingo, 5 de outubro de 2014

OUTROS MARES

Quando me sinto muito sufocado
Navego escapando em outros mares
Que é duro conviver com a vida morta

Nada é bom em acostumar-se insensível
Mas o sentir também esconde-se no seu medo
Esconderijo construído contra os seres

É preciso liberar-se, mas deixarei isso a meu tempo
Por enquanto me calarei entre os meus mortos
Elói Alves

sábado, 4 de outubro de 2014

MÃOS FRIAS E CORAÇÃO QUENTE - 5º cap. de As pílulas do santo Cristo

       Elói Alves
 

        Pedro um dia riu-se com graça de uma senhora, muito idosa, que vinha vê-los na volta das consultas e dos exames médicos. Terminado o encontro, muito contente e emocionada, foi despedir-se deles, mas não achava as palavras que procurava, para as empregar:

       − Muito agradecida, bispo, quer dizer, pastor, perdão, dou...

      − Doutor, completou Teodoro, ajudando-a.
     − Isso, doutores de Nosso Senhor! Muito agradecida, filhinhos! Que Nossa Senhora vos proteja!
       Em uma outra semana, esta mesma senhora, vindo do médico, aproximou-se de Teodoro e pediu uma senha para falar a sós com o doutor Pedro. Ele lhe pediu que fi casse para o fi nal, que as senhas tinham acabado, mas Deus era grande. Silvano, informado por Teodoro, pediu a este que a trouxesse até ele. Com imenso cuidado, Silvano, vendo que estava nervosa, acalmou-a, conversando carinhosamente com ela e pedindo-lhe que ficasse tranqüila, que havia uma senha guardada, porque pressentira que uma necessidade especial surgiria e era certamente o caso dela. A senhora segurou as mãos dele e as beijou chorando.
       − Acalme-se, por favor! O doutor atenderá a senhora! Não há necessidade de choro. Traz as mãos geladas, querida! Mas o coração está quente, tenho certeza − disse-lhe Silvano, procurando tranqüilizá-la.
       A sós com Pedro, ela sentou-se em um banquinho que eles improvisavam e beijou as mãos dele comovida:

       − Meu doutor de Deus!

       − Fale, minha querida!

       − Sabe que tenho muitas feridas aqui dentro.

       − Sim...

       − Muitas, doutor, por Deus!

       − Não jure, não é preciso! Suas palavras são o bastante. Só é preciso que fale.
       A velha senhora pôs-se a chorar sem parar. Pedro pegou uma caixa de lenços de papel, que trazia a propósito e, tirando uma porção deles, pediu que os usasse. Ela quis recusar, mas ele insistiu:

       − Tome, querida! Não precisa mais chorar, hoje estou para escutá-la.
       Pedro vendo que o tempo ia passando e que os outros dois o olhavam de lá à espera, para que lhe enviassem uma outra pessoa que aguardava, fez sinal a Silvano que esperasse.
       − Continue, por favor! Fale para que eu possa ajudá-la.
 
      Ela contou suas desilusões com a medicina e com os homens. Havia sofrido muitos anos com o marido doente. Corrido para todos os lugares, sem remédio, até que Deus o recolheu para si. Depois foi ela quem adoeceu. Não sabia há quanto tempo se tratava com médicos, sem, no entanto, curar-se.
      Tinha freqüentado diversas religiões, nunca obtendo resposta alguma que a socorresse. Contou-lhe que tinha viajado aos Estado unidos e à Europa em busca de saúde e que os remédio de lá, como os de cá, foram tão frágeis como impotentes e que a deixaram apenas mais pobre e ainda mais desiludida, ao ponto de desanimar da vida. Passara-se quase meia hora. Pedro pegou em suas mãos delicadamente e, sentindo-lhe o pulso, disse de modo dócil:

     − Eita, danada, mãos frias e coração quente!

     − Graças a Deus, doutor!

     − Olha bem, querida − retomou Pedro. Não se esqueça, estamos na Europa, guarda bem e com carinho este momento. Amanhã continuamos exatamente daqui. Dá um abraço aqui no doutor.
     Pedro levantou-se devagar e estendeu as mãos para ajudá-la. Ao mesmo instante, fez sinal para que Silvano viesse levá-la.

QUESTÃO DE OUVIDO, 4ª cap. de As pílulas do santo Cristo

      

        
         Às dez horas, terminada a reunião na praça, Teodoro ajuntava os que tinham adquirido senha e os conduzia para frente da catedral, próximo à escadaria. Silvano era aí o mediador. Chamada por Teodoro a pessoa com o número da vez, era conduzida por Silvano até Pedro, onde ficavam a sós. Com o tempo, Silvano foi notando a ansiedade que as pessoas guardavam no meio do caminho. Havia alguns que tremiam as mãos, outros traziam o rosto em satisfação visível, embora alguns, mesmo contentes, não disfarçassem as marcas do sofrimento que lhes impregnara na face. Silvano não dizia nada aí, a não ser alguns monossílabos e preservava o clima que ia se criando naquele pequeno intervalo, como um espaço especial de preparação.
       Logo nos primeiros momentos, Pedro foi percebendo que a maioria das pessoas apenas queriam ser ouvidas. Diante disso, ele se inclinou inteiro à tarefa, ofertando lhes o que elas pediam ou aquilo de que necessitavam. Ouvia-as sempre, olhando-lhes o rosto, com paciência e simpatia, talvez com ternura. Contornava as palavras, completava-as quando o pouco conhecimento ou a emoção das pessoas as interrompia. Ele reanimava a fala, por algum fio que ficara solto entre as palavras, e reconduzia-as para algum ponto de sofrimento e de dor, que as tocasse, garantindo, assim, a fluidez da emoção. 
        Como calculava o tempo para atender os outros, pedia com jeito e leveza que o restante não fosse esquecido, mas que o guardasse com muito carinho na memória, para lhe dizer, sem falta e sem tardar, na manhã seguinte. De fato, não esqueciam o ponto onde tinham parado e os reatavam com vivacidade, interrompendo e continuando sempre, entre alegrias e lágrimas, entre choros e sorrisos francos, sem perder e sem faltar, uma manhã após a outra.
        Algo de afetuoso nascia e crescia nas relações entre eles. Todos os três agora eram singelamente saudados pelas pessoas com gestos, com palavras, com afetos e com presentes. Teodoro, que estava, por sua função, mais próximo do povo, organizando as filas e distribuindo as pílulas, além das senhas, era sempre abraçado e beijado por muitos dos que vinham até ele. Tinham-lhe um carinho especial os idosos, dando e recebendo dele palavras carinhosas e cercando-o, constantemente, de um amor filial. Alguns vinham agora com as crianças, que ele levava carinhosamente ao colo, no fim das reuniões, e com as quais era fotografado, sempre gentil e atencioso, com uma naturalidade franca e risonha.
Leia o capítulo 3ª:  
 
Primeiro capítulo:
 

terça-feira, 30 de setembro de 2014

A CONFIANÇA DO CIDADÃO E OS POLÍTICOS - Pereguntero

 
Alguns indivíduos pedem-me a confiança neles para governarem a terra onde vivo, onde risco e arisco todos os dias essa minha efêmera existência. Mas como posso dar algo de mim tão caro a alguém que se me mostra confuso, chamando mentira de verdade, doença de saúde, bandidagem de honestidade, sujeira de limpidez, miséria de prosperidade? Se seus inimigos, que lhes eram o diabo ontem à noite, almoçam em suas casas mal rompe a manhã e riem-se com eles ao dividirem o que ajuntam sem o suor de Adão? Como posso dar algo que implica a própria história de minha vida se os senhores não tem uma história que me cheire a coisa razoável? Se para conquistar o poder detratam, maldizem, amaldiçoam, perseguem todos que não beijam suas mãos e não se curvam às suas vontades? Como posso confiar assim? Será que entendemos a mesma coisa por 'CONFIANÇA'? Será que vocês têm um tempo para sentarmos e estudar o que realmente significa esse substantivo? Ou será que a confiança que me pedem está na pouca gordura que me resta na parte de trás?
Perguntero

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O ANTICRISTO NA FILA DO BANCO

      Hoje cedo, na fila de um banco, onde fui pagar uma conta, que só se recebia ali, fui vítima de uma situação inacreditável ou ao menos inverossímil e que me atrevo, todavia, a contar.
    Sendo eu o último de uma fila que contava uns dez, com apenas um caixa, lia, sossegadamente, um livrinho antigo de Petrônio, escrito na Roma decadente, que saquei do bolso. De repente, um sujeito, que me pareceu estranho, beliscou o meu ombro. Olhei e ele indagou:
      -A fila está demorando?
   Respondi com um gesto que podia ser qualquer coisa e ia voltando ao livro quando o homem continuou.
    -Isso aqui ta um caos, para pagarmos temos problemas, se não pagamos temos dobrado. O que não temos nunca é um pouco de respeito.
    Respondi de novo qualquer coisa que parecesse uma amistosa concordância, fitando-o de lado e voltando para o livro, como se tivesse um olho no gato e o outro na carne. Mas o sujeito fez um sinal que achei estranho e me intimou em seguida à exclusividade:
     -Olho no olho!
   Olhei-o, como ele pedia, e comecei a estudá-lo, vagarosamente. Que tipo seria aquele? Seria alguma daquelas curiosas figuras estudadas pelo nosso alienista em sua Casa verde, aquela inacabável habitação onde não entrava o juízo e que parecia tão real e insana quanto este nosso mundo? Mas como, se ainda andava acertando as contas com este mesmo mundo? Antes que eu o sondasse mais a fundo, ele iniciou um discurso embaralhado e espantoso, sempre disputando se me falava mais com os braços ou com a boca.
    -Eu não pertenço ao anticristo. Não tenho pacto com o tinhoso, é o mundo que não me entende. Minha família também não me entende. Se eu fosse o anticristo já tinha arrumado esse mundo, porque ele deve ter muito poder. Começava por essa corja de políticos vadios, obrigava todos a trabalhar, e na risca. Porque o anticristo deve ter poder nos infernos e não deve deixar seus demônios chupando sangue sem fazer nada
     Nessa altura, chegou a minha vez e eu corri ao caixa como quem foge de uma encrenca das grandes, paguei a conta rapidamente e saí do banco sem olhar para trás.
Elói Alves

domingo, 28 de setembro de 2014

POESIA CINZA - ANÁLISE DE SOB UM CÉU CINZENTO, POR PAULA NOGUEIRA

       Abaixo postei a análise do livro Sob um céu cinzento feita pela  professora de literatura brasileira e escritora Paula Nogueira

     A propósito de seus textos, em Sob um céu cinzento: haveria palavras para mensurar a sensibilidade neles? Diante dessa pergunta, serei bem simplória em relação ao que eu não consigo expressar. Adoro a forma como você trabalha o cotidiano urbano, cheio de lirismo, cheio de poesia. Poderia classificar, se me permite, como poesia cinza, poesia de pedra, pois embora sendo plenamente sensível, sua poesia traz o cotidiano pesado a que nos submetemos sem alternativa. O resultado para nós, obviamente, é como essa voz grita: “Perdido, disforme, no contra-fluxo / Sem arranjo possível” (Enigma e angústias).
       Aliás, não poderia deixar de compartilhar o que leio: a poesia nasce em suas palavras, pois já nasceu antes em você, em mim, ao redor, no deixar-se sentir, no que esparge “do sangue que cai da pena da vida” (Onde se faz a poesia). Dói como se fosse física, nascendo como flores delicadas na paisagem feita de cimento, rompendo pele e quebrando pedra vão colorindo com cores que não podemos ver; sua composição nos invade, florescendo no preto e branco aos olhos de dentro e de fora, conforme visita-nos – admito que seu texto foi quem me visitou e não o contrário – a obra composta por 68 poemas que integram esse sentimento urbano impresso. Dói. E é na linguagem ora impregnada de formalismo, sem pedantismo, ora desconsolada informalidade que confirmamos esses aspectos conflitantes que só quem está sob o céu cinzento poderia compreender.
       Há de se considerar que as vozes transeuntes desses poemas, não deixam de nos caracterizar enquanto indivíduos citadinos petrificados nas ruas geladas, confundidos com os espaços. São vozes que guardam a denúncia da nossa metamorfose que ainda não podemos, nem sabemos nomear. Eu lírico é uma denominação limitada e corajosa pra tais vozes, vai além. Afirmo que é a representação de todas as vozes ocas, da periferia ao centro, misturadas murmurando perdidas no tempo e no espaço. É por meio dessa – ou dessas vozes - que respiramos impregnado de uma fumaça densa o lirismo a que nos leva seu texto, acabamos por mergulhar nessa imensa petrificação, sentindo o peso das antíteses que emerge dos conflitos da nossa era.
   Muitos mereceriam, mas necessito destacar aqui Nômade, de uma subjetividade acentuada, mas representante do coletivo abrigado nas tendas frágeis da geada e do vento frio. No tocante ao deslocamento, asseguro que somos todos nômades em nós mesmos. Em A Morte da Vidente, a banalidade da morte, que assombra cotidianamente escondida em cada esquina das perspectivas que carregamos. Enigma e Angústias, Pães e Tempos, Casa de Relógios e Música Monótona – o tempo. Cada indivíduo busca, inventa, aumenta, seleciona, perde-se em função do tempo. Facetas do tempo de correr atrás do tempo que continua nos escapando, perdido neste exato instante e que continuamos a perder. E perdemos para o tempo sob o manto invisível do vazio – Vazio oposto. Não poderia deixar de citar, ainda, Coragem de Menino e o medo de não saber o que é a cidade sem tristeza. Um eu lírico com tal inocência que não conhece outra paisagem, apenas a da cidade com o seu sofrimento. Estas suas pinceladas poéticas estão entre muitas outras belíssimas e únicas integrantes do cenário que você remata com sucesso memorável.
    Para selar, diante da imensidão dessa questão urbana, eu deixo uma pergunta ao leitor mais questionador: Estamos nos transformando em homens feitos de cimento ou o ambiente está tomando a forma que alimentamos dentro de nós? Após Sob um céu cinzento, não consegui ainda respondê-la.
Paula Nogueira
O autor Elói Alves com a professora de literatura  e escritora Paula Nogueira em noite de autógrafo do livro Sob um céu cinzento, em São Paulo


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

IMAGENS DA NOITE DE AUTÓGRAFOS DO LIVRO SOB UM CÉU CINZENTO

 Imagens da noite de autógrafo de Sob um céu cinzento,  novo livro do escritor Elói Alves, na praça Roosevelt, em São Paulo. O livro foi lançado na Bienal pela Editorial LP Books no dia 26 de agosto e o autor recebeu os amigos, que não puderam estar no Anhembi, neste dia 17, um dia com momentos especiais.

















segunda-feira, 15 de setembro de 2014

NOITE DE AUTÓGRAFO DO LIVRO SOB UM CÉU CINZENTO

      Para os amigos que não puderam ir ao lançamento de meu livro Sob um céu cinzento, na Bienal, estarei recebendo-os para uma noite amistosa de conversa e também para o autógrafo do livro. O encontro será nesta quarta feita, 17 de setembro, a partir das 19:30 h. na Praça Roosevelt, 118, no Restaurante e Bar do Doca, ao lado da Igreja da Consolação. A praça Roosevelt está a poucos minutos das estações Anhangabaú e República do metrô. Todos estão convidados.
Elói Alves

sábado, 13 de setembro de 2014

A DESOBEDIÊNCIA CIVIL E A ELEIÇÃO - Perguntero

      Relendo A desobediência Civil, de Henry David Thoreau, deparo-me com esta afirmação: "O melhor governo é o que absolutamente não governa", e me pergunto a própósito das eleições por aqui:
      Será por isso que os políticos se esforçam tanto para dizer que o governo de seu partido é sempre o melhor?
 
 

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