sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Viva a belíssima memória do bibliófilo Messias


    Viva o Messias. Momento reflexivo na partida desse histórico brasileiro, que colaborou com a formação e capacitação de tanta gente neste Brasil sem fim; obra de um mineiro migrante que criou o maior sebo da América Latina.

    Conheci-o na minha adolescência, quando traçava as ruas de São Paulo como office boy. Procurava pelos clássicos literários a preço baixo e amava os livros amarelecidos; li à época quase tudo de Aluízio Azevedo, começando por “O Mulato”.

    Depois, com a internet, fechou várias de suas lojas desses 55 anos do Sebo, e concentrou-se na loja da Pça João Mendes. Aí entrei pela crítica literária e, mais tarde, fui ao Direito, aprendendo agora admirar a pessoa do senhor Messias: meigo, calmo, magro, alto, sempre de camisa de mangas longas (como na foto acima), de palavras doces, cuja mão dava gosto de apertar. É uma figura de inspirar narrativas.

   Um brasileiro, enfim, cuja existência traz ânimo nesse mar de crápulas pútridos, anônimos ou midiáticos.

    Trabalhou e investiu no trabalho até o fim. Muito agora adquiriu e expôs na loja livros da Saraiva, que fechou como última grande livraria do centro de São Paulo.

   Para quem amava os livros e admira as grandes almas: viva o Messias. Viva a belíssima memória desse bibliófilo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens populares (letrófilo 2 anos 22/6)