Abaixo, compartilhei uma breve análise do poema Campos do Jordão, do escritor e poeta Arthur Del Guércio Neto, cujos textos tenho lido prazerosamente.
Campos do Jordão
A nossa conexão
Tem raízes em outra dimensão
Penso eu
Fincadas no coração
Ainda criança e adolescente
Tive a felicidade de experimentar o seu encanto
Não só baseado no frio
De que as pessoas falam tanto
Verde Natureza
Azul Céu
Águas em cachoeiras
Que escorrem como um véu
Em 2005 fui em ti morar
Para minha jornada como Tabelião iniciar
Foram lindos 7 anos
E um até logo acenar
Mesmo à distância
Não consegui me separar
E após alguns anos
Com uma Jordanense vim a me casar
Daí por diante, cada vez mais me preenchi de
Campos do Jordão
Com o ar inflando o pulmão
Tive a honra de receber o título de Cidadão
(Jordanense)
E a ti Campos do Jordão entregar os meus filhos
Nada mais justo
A quem tanto me doou
Sem nada pedir em troca
Em minha vida se consolidou
Nesse constante vai e vem
Guardo comigo
Uma grande e absoluta certeza
A de ti não viver SEM!
Análise do poema
O azul céu
Já de início se nota a cuidadosa construção
artística, com a forma usada para construir o ritmo, as rimas, em sua
elaboração alternada que forma uma deliciosa cadência, com uso de rimas ricas, como
se vê em par “encanto/tanto”(2ª estrofe), surgindo uma notável sonoridade poética, com a bem
trabalhada diversidade das categorias gramaticais.
Por todo o poema se espalha
sensibilidade poética e um lirismo que reflete o eu-lírico na pessoa do próprio
poeta, seu encanto pela cidade que o recebe e que dele recebe gratidão retribuída.
Ainda, no mesmo soprar lírico, os
encantos verdejantes, o “Azul
Céu” e “Águas em cachoeiras” “escorrem como um véu”, numa
bela integração com a natureza vitalizada e iluminada pelo olhar poético, somente
possível pela sensibilidade que não se integra à mesquinhez do imediatismo e da
ação apressada e míope que amarelece o verde e escurece o azul do céu.
Análise bem interessante...
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