Este texto foi escrito para o blog jurídico DG, que comemora seu 4º ano
A
comunicação humana, verbal ou não verbal, é uma via de mão dupla entre emissor
e receptor, uma vez que este decodifica ou interpreta a mensagem daquele.
Quando se esquece disso, independentemente do tipo de linguagem em uso, se
coloquial ou formal, corre-se o risco de não ser compreendido. Deve-se isso ao
aspecto social da comunicação, que envolve necessariamente o outro, em que o
locutor precisa ser minimamente eficiente no trato do código linguístico para
ser compreendido por seu interlocutor, a pessoa com quem pretende se comunicar
objetivamente.
Nesse sentido, faz-se necessário o conhecimento da
língua e, por conseguinte, de sua gramática, que expõe seu funcionamento, seja
do ponto de vista pragmático, histórico ou normativo. No dia a dia alguns descuidos
no uso de expressões linguísticas podem dificultar o sucesso da comunicação.
Exemplo disso é o uso incorreto de ir de encontro no lugar da expressão oposta
ir ao encontro.
Ir de encontro significa discordar de, portanto, traz a ideia de
confronto. Um exemplo desse uso: Minha conclusão vai de encontro à sua. Aí
expressa-se divergência entre as conclusões dos interlocutores. Ao contrário, ir
ao encontro apresenta a ideia de concordância, de
convivência harmônica entre pensamentos, por exemplo. Por isso, a confusão no
uso dessas expressões pode gerar incompreensão, os chamados ruídos ou, de fato,
ausência de efetiva comunicação.
Outro equívoco recorrente aparece no uso dos parônimos, vocábulos cujas grafias se parecem, mas que trazem
significados diferentes e, até, opostos. Entre eles aparecem os pares deferir (atender) e diferir (divergir, distinguir-se), eminente (elevado) e iminente (prestes a ocorrer), descrição (descrever algo ou alguém) e discrição (de discreto), emigrar (deixar um país) e imigrar (entrar em um país), flagrante (evidente) e fragrante (perfumado), fusível (que funde) e fuzil (arma de fogo), imergir (afundar) e emergir (vir à tona), inflação (alta dos preços) e infração (falta, delito), ratificar (confirmar) e retificar (corrigir), soar (de som) e suar (transpirar), tráfego (trânsito) e tráfico (comércio ilegal).
A convite do dileto Doutor Arthur voltaremos
brevemente à análise das questões linguísticas referidas acima, esperando,
gratamente, pelos gentis amigos leitores.
link do artigo no DG: https://www.blogdodg.com.br/artigo.php?id=84
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