domingo, 23 de novembro de 2014

O MALÉFICO E TENDENCIOSO DISCURSO DA CORRUPÇÃO CULTURAL

              Com a deflagração da sétima etapa da Operação Lava Jato e a consequente prisão de dezenas de empresários das maiores empreiteiras do país, incluindo-se entre eles mais um ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, indicado pelo ex-ministro José Dirceu, do PT, cujo auxiliar, sob cargo de gerente na Estatal,  concordou em devolver aos cofres públicos, apenas ele, mais de duzentos e cinquenta milhões de reais, além de uma peça-chave, Fernando Soares, o Baiano, que se entregou depois, acusado de ser operador do PMDB, explodiram na mídia um série de discursos, tanto de advogados de empreiteiras, como de membros do governo,  como o próprio ministro da Justiça, que expressavam a opinião de que a corrupção é geral, é comum e banal, e, portanto, aceitável e até imprescindível.
               Após seu cliente Fernando Soares que estava foragido se entregar à Polícia Federal do Paraná, seu defensor, advogado Mário de Oliveira Filho, disse à imprensa que “não se faz obra pública sem “acerto”, e quem nega isto desconhece a história do país. Outra fala no mesmo sento foi do ministro da Justiça Eduardo Cardozo, que havia afirmado que não se pode punir as empreiteiras, “torná-las inidôneas”, sem prejudicar a economia, afirmando também que a culpa pela corrupção no país é dos “eleitores que elegem os políticos e depois reclamam”. Para ele, a corrupção é social e cultural e, diz ele, “que até o síndico age de má fé quando “superfatura”. Ambas as falas mostram uma tentativa maliciosa e desesperada de diminuir feitos criminosos de ampla gravidade e, no caso do ministro, mostra uma confusão de papéis, onde um ministro de Estado torna-se advogado de bandidos ao tentar, ridiculamente, defende-los.
                Ambas as falas estão totalmente equivocadas no sentido jurídico, pois um crime, algo portanto previsto e tipificado como ilícito em lei e passivo de pena, não pode ser menos grave se outros o fazem igualmente. Mesmo se o povo brasileiro, em geral, aceitasse como “normal” a corrupção, essa conivência não seria causa atenuante dos atos ilícitos cometidos por agentes públicos, pois o Direito Público os obriga a cumprirem estritamente a lei sob pena das reprimendas previstas em lei. Mas essa generalização capciosa e malévola é, historicamente evidente, negada pelo trabalho árduo de um povo que se submete ao sacrifício constante e pouco recompensado, diariamente, sustentando com seus impostos a classe política com sua incompetência e desmando- juntamente com seus "companheiros" e aliados nomeados- classe cujo exemplo negativo de indignidade e desonestidade em nada espelha os que os elegem, amarrados por uma legislação eleitoral que fortalece a máquina dos partidos políticos e enfraquece o poder de cobrança do leitor.
              A fala do ministro da Justiça petista é mais que infeliz; é uma peça de declaração do negativo, do que há de mais ruim na fala de uma autoridade na altura daquele cargo. Declaração que chega a ser dúbia e até comprometedora para o governo. Se, para o ministro, a culpa pela corrupção é dos eleitores que elegem os políticos corruptos, estaria ele admitindo que há corrupção no governo de seu partido, o PT, agora reeleito? Estaria ele dizendo que a corrupção, no governo de seu partido, é tolerável, o que por si só já configura crime? O discurso parece mais uma fala desesperada e sem conotação com a realidade sociocultural. Aliás, milhões de cidadãos de bem disseram nas urnas precisamente o contrário; mesmo numa eleição sob suspeição e várias denúncias de fraude ignoradas ou minimizadas, disseram que não compactuam com um governo mentiroso, incompetente e corrupto. Aliás, o próprio governo dizia-se fazer uma campanha pela mudança, isto é, confessavam que estavam no caminho errado. Pena que muitos eleitores, que votaram neles, não entenderam ou não quiseram entender o evidente: o que eles às vezes negam, às vezes dizem que irão arrumar.
Elói Alves

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A MORTE DE THOMAZ BASTOS E O DINHEIRO SUSPEITO DOS CRIMINALISTAS

 
     Hoje morreu num hospital de São Paulo o criminalista e ex-ministro da Justiça de Lula, Márcio Thomaz Bastos, que foi advogado de mensaleiros condenados por corrupção e de muitos criminosos conhecidos; Bastos, que tinha 79 anos, era um  defensor considerado um dos criminalistas mais caros. Lula e Dilma Lamentaram sua morte.
     Quem, além desses políticos, será que sentirá falta dele? Fará alguma falta para o cidadão de bem ou para o país, para o bem das Instituições republicanas, para o bem da causa pública, para aqueles cujos impostos, com preço de sangue, sustentam toda a corja política manchada por todos os desmandos criminosos?
      Só uma dúvida: seriam lícitos os milhões que os criminalistas recebem de seus clientes corruptos e bandidos chamados "criminosos comuns"? Não estariam todos esses milhões e bilhões com que os bandidos e corruptos pagam seus defensores sob suspeição? Não seria, no mínimo, algo para se investigar criteriosamente? Por que a OAB e a promotoria nunca dizem nada sobre isso?
 

sábado, 15 de novembro de 2014

A OPERAÇÃO LAVA JATO E A BLINDAGEM DA PRESIDÊNCIA

 
Nova estratégia do governo do PT para proteger Dilma é dizer que ela mandou investigar Petrobras e demitiu os corruptos. Será que pega esse discurso? Será crível, pra quem? Se a PF conseguir chegar até ela qual será a estratégia petista? Será que ela defenderia também seu padrinho em cujo governo estava o ex-diretor Renato Duque que está preso na Polícia Federal e é responsável por mais 100 milhões de dólares desviados da Estatal brasileira?
Perguntero

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O PAÍS DO ENGANO


          O Brasil é o país do engano.
       Tem, historicamente, uma economia que sempre gerou muito dinheiro com exportação primária, desde o açúcar e o café, e, ao mesmo tempo, um dos mais vergonhosos níveis de baixo desenvolvimento humano; com constante guerra civil entre bandidos no Rio e na periferia de grandes cidades, traficantes e polícia, problema ignorado propositadamente pelo Estado, enorme estatística de assassinatos, ridícula qualidade dos serviços públicos, incluindo aí a qualidade da educação da creche ao superior, o subemprego mascarado, os desmandos na saúde pública e até mesmo nos planos privados; com verbas não devolvidas da enorme taxa de impostos, das mais elevadas do mundo; da corrupção que sempre se amplia, das Instituições da Justiça dominadas por nomeados que protegem os políticos corruptos, e da incapacidade do povo de alçar-se à consciência política, incluindo a religião partidária fanatizada e, portanto, cega.
      O Brasil permanece, assim, o país do engano. Um país rico, mas absolutamente falido no que toca ao desenvolvimento amplo de seu povo, um povo que gatinha, dominado pelas práticas mais vergonhosas, minúsculas no sentido de uma consciência de seu próprio destino. Um povo incapaz de se fazer autonomamente.
Elói Alves

terça-feira, 4 de novembro de 2014

A INFÂNCIA POLÍTICA DO PAÍS E O REMÉDIO PARA O BEM PÚBLICO

         O Brasil vive ainda em nossos dias a fase de sua infância política, a fase da inconsciência política, permeada pelo emocional e  pelo sectarismo partidário, irracional, portanto.
      Quando se dispuser, se se chegar a isso, quando se chegar à compreensão de que os partidos devem trabalhar para o povo, de que os políticos devem servir ao público, e não se servir dele, e eliminá-los logo que forem inúteis ao bem do país, logo que se mostrarem incapaz de ser útil, de servir bem ao público, então entraremos numa outra fase, de amadurecimento e bem estar público geral.
     Hoje resta-nos lamentar a falta de consciência do coletivo, da coisa pública e resta a religião partidária, a inconsciência do perigo da incompetência dos políticos e da consequente falência dos serviços públicos e a fragilidade das Instituições do País, entregue a grupos cujo interesse é o poder e o dinheiro, pelo qual sujam sua própria alma, quando ainda a tem.
     O remédio único é povo lutar coletiva e conscientemente pelo seu próprio bem. É por o país acima de qualquer outra questão que não sejam o bem estar geral, das pessoas e não de grupos políticos. O remédio é o povo tomar par si o trabalho apaixonado, vital, de se opor constantemente aos interesses dos grupos políticos que, se deixar, acabam com os bens que são públicos, fruto do trabalho dos cidadãos de bem.
Elói Alves

terça-feira, 28 de outubro de 2014

O DISCURSO MÍSTICO DE UNIFICAÇÃO DO PAÍS E A MUDANÇA ESPERADA

     Os partidos de oposição se mostram incompetentes e fracos há muito tempo, na verdade nunca foram oposição de verdade. A oposição de fato que tem surgido no Brasil é do povo, de sua indignação. A opção por Marina, e depois por Aécio, foi uma porta para essa indignação concentrada contra o MAL MAIOR que o país tem, entre outros: o mal moral, a pactuação com todo tipo de crime, que penetrou nas instituições e as vem destruindo por dentro, inclusive a Justiça, nem falando das políticas.
       Agora a tática para manobrar e manipular é esse discurso místico de "'reconciliação". Os partidos poderão fazer seus acordos; quem não pode compactuar é o povo de bem; é preciso reunir forças e estratégias e combater, exigir, denunciar, multiplicar as ações de protestos na rede e na rua. 
        O Brasil só mudará de verdade quando o povo decidir fazê-lo, sem esperar por uma sigla salvadora. Conformar-se, compactuar, curvar-se, é entregar ao diabo, é entregar-se.
Elói Alves

terça-feira, 21 de outubro de 2014

CHICO BUARQUE E A ELEIÇÃO NO PAÍS DO FUTURO - Perguntero


        O horário eleitoral que pagamos é mesmo um desserviço à reflexão na sociedade. Além da lição de deseducação mútua, indigna de uma plateia razoável, aparece nele Chico Buarque dizendo que votou numa pessoa porque um terceiro, seu padrinho político, mandou.
         Em que ponto antiquado e incômodo ainda estamos. Um país imenso, na diversidade de seu potencial, mas incapaz de enfrentar racionalmente os seus problemas, mesmo entre aqueles de quem se espera que ajude a raciocinar, cujo pensar deve se por acima das intrigas medianas e midiáticas.
           É lugar comum dizer que o Brasil é o “país do futuro”. Será que, para esse tempo vindouro, podemos esperar que a sociedade discuta séria e racionalmente os seus destinos ou agirá, como agora, sempre como as desorganizadas torcidas chamadas organizadas?
       Ou será que, para essa nossa sociedade, o parâmetro de organizado continuará sendo esses grupos bestiais de criminosos hediondos para quem esse triste Estado em todo seu território sempre perde e com os quais, para infelicidade de todo o país, seus políticos constantemente se igualam quando se associam a eles?
Perguntero

domingo, 5 de outubro de 2014

OUTROS MARES

Quando me sinto muito sufocado
Navego escapando em outros mares
Que é duro conviver com a vida morta

Nada é bom em acostumar-se insensível
Mas o sentir também esconde-se no seu medo
Esconderijo construído contra os seres

É preciso liberar-se, mas deixarei isso a meu tempo
Por enquanto me calarei entre os meus mortos
Elói Alves

Postagens populares (letrófilo 2 anos 22/6)