Nesta semana fotografaram uma nova Tribo pelos lados do Acre; nas imagens eles se escondem entre as árvores,
assustados com o helicóptero tentando captar imagens; são grupos de seres
humanos - calculam uns trezentos - que optaram pelo isolamento total, pelo
afastamento dos “homens brancos”.
Os
agentes do Estado os perseguem pelo alto, para registrá-los, pesquisá-los, catalogá-los...;
daqui me vem a imagem da águia, ou mesmo do urubu, sobre suas caças, e
agarram-nas em voos rasantes contra o solo.
A
ideia, os discursos não mudam muito à época dos colonizadores quinhentistas; civilizá-los,
educá-los, salvar suas almas, protegê-los. Eles, por seu lado, escondem-se,
ocultam-se, embrenhados nas matas; querem ocultar-se e viver suas vidas, em sua felicidade silvestre, longe do
perigo da civilização; numa coragem que no fundo não temos e invejamos;
Escondemo-nos entre a selva de pedras, nas
várias maneiras ou manias ensimesmadas, e, para alguns, no mundo mais interior possível,
no mais íntimo, reconhecendo o perigo dessa vida tida por ideal e máxima da magna societas societatis, e da
qual os indígenas, agora poucos, e outrora muitos, sempre souberam, em sua
sabedoria simples, que no fundo não é nada mais do que é e do que a roupagem esconde.
Elói Alves
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