Que diabo há no topo da política que, ao contrário do alto das montanhas e dos grandes prédios de onde o olhar alcança o mundo, nela nada se vê? Pior, não se vê justamente nada imediatamente abaixo, aos pés, de quem deveria, por lei, enxergar amplamente, por ser quem manda e nomeia?
Em
São Paulo o subsecretário de finanças acaba de
ser exonerado por ser denunciado por fiscais presos por corrupção.
O secretário de governo de Haddad, Antonio Donato, já
havia caído por ser citado no mesmo embrulho, mas tudo segue,
trocando-se, apenas, algumas peças.
No
caso do metrô paulista, o Ministério Público
Federal denunciou agora doze pessoas por pagamento de propina de
empresas privadas a estatal EPTE, empresa paulista de energia, no
período dos governos de Covas a Alckimin; mas não se citou um só
político na denúncia, porque, em todos esses anos, provavelmente, foram
atingidos por algum tipo especial de miopia para cuja solução
óculos nem justiça, nem medo de punição
têm servido de remédio - e, em eventualíssima condenação, os amigos contribuem para lhes aliviar o peso da justiça, pagando-lhes as multas numa caixinha. Aliás essa doença não
é nada nova, parece até ter seu fluxo origem em um plan-o- (mais) alto essa
chaga ocular de nunca se saber de nada, para conveniência e em
detrimento de toda visibilidade pública para a qual também
há tantos cegos.
No
entanto, será que, como os ratos, no topo da política,
o dinheiro desviado é vislumbrado no escuro? Será que
há algum odor nas notas como nos queijos o há para os
pequenos e imundos roedores?
Zé Nefasto Perguntero
O Assalto ao deputado
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