Dobro a
esquina na noite escura
As ruas
estão mais encardidas sob a luz opaca
Um vulto
segue lento à minha frente
Curvo,
enterra a cabeça sob um fardo rude
Tento
apertar os passos mas não posso
Trago dias
imensos atados às pernas
Por um
tempo, nossa distância não se altera...
Junto aos
postes, paramos duros à faixa
As luzes
passam incontáveis enfeitando as paragens úmidas
De um
prédio imenso uma lâmpada clareia um rosto engravatado que se aproxima
Algo de
tenso e triste se lhe entrevê antes que da luz se oculte
Os carros
param, o sinal se nos abre, os passos soam
E os
homens somem mudamente no meio da noite fria
Elói Alves
A busca de Pedro Homiliano
Emudeço ante a força de seus versos...em um segundo a luz revela a dor e ela segue silenciosa e camuflada na noite fria..e o rude fardo nos remete ao peso indelével que nos compromete os passos!
ResponderExcluirNão há como traduzir o meu sentir!
Muitíssimo grato, Ira, por gentil leitura e por seu precioso comentário! abraços gratos, amiga!
ExcluirNão encontramos mesmo palavras para traduzir tais sentimentos revelados nos versos;A mudez dos homens não pode ser revelada que não seja por eles mesmos;Há silêncios que somente é audível ao próprio ser!Delícia,Elói!
ResponderExcluirGrato, Marilene, por sua leitura e por seu comentário tão próprio e delicado; abraços, amiga querida!
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