Uma recente publicação da revista
norte-americana Time coloca entre os nomes que compõem sua
lista dos cem mais influentes do mundo o presidente do Supremo
Tribunal Federal – STF - Joaquim Barbosa. O jurista aparece entre
personalidades da arte, da política e até da culinária, destacado como “a promessa de um novo Brasil comprometido
com o multiculturalismo e a igualdade”. A revista diz ainda que ele
é o "menino pobre que mudou o Brasil".
Julgo positivo o papel que tem desenvolvido o
notável presidente do STF, como é rara e notável
sua carreira e o símbolo que se forma a partir de sua atuação,
de seu engajamento em processar e punir corruptos tão bem
protegidos como é público e notório. No entanto,
acho um pouco exagerado se dizer que ele tenha mudado ou possa mudar
o Brasil, mesmo com sua bravura e do alto de sua posição.
Nossos problemas mais sérios, e que se
multiplicam, estão infelizmente muito arraigados social,
política e historicamente. Nosso país padece de doenças
sociais e culturais profundas que foram e são politicamnete
trabalhadas para ser o o que são. A perpetuação
do status quo, das estruturas como são - excludentes,
marginalizantes, pensadas e articuladas para a manunteção dos privilégios,
das vantagens, dos favores - são muitíssimo difíceis
de se mover. O próprio judiciário, e Barbosa o tem dito, está alicerçado sob caminhos que favorecem os poderosos e endinheirados, ainda que venham a ser condenados. Os políticos enganam, iludem com paliativos
que são ampliados pela propaganda e o pouco que se projeta
fazer é para gerar corrupção e lucro para
empresas, empreiteiras, consultoras etc “amigas” do poder.
O grandioso e brilhante trabalho desse nosso
jurista é esperançoso, sem dúvida,
mas não nos iludamos, nem com o que dizem e fazem os
americanos do norte nem com o que há por aqui. É
preciso ver, sentir, tatear e desmascarar a realidade do cotidiano de
cada brasileiro, todos os dias, mas isso também não é fácil.
Elói Alves
Leia o prefácio do romance "As pílulas do Santo
Cristo" de Elói Alves
Primeito capítulo:
Segundo Capítulo
Um texto super consciente de nossa realidade.
ResponderExcluirInfelizmente aceitamos rótulos e o cremos como soluções mágicas para nossos problemas, nos esquecendo que de fato o que há por baixo do tapete se avoluma a olhos vistos, mas ainda não conseguimos tirar pois não há interesse de toda a Sociedade.
Enquanto isto uma minoria ocupa o Poder e se aproveita angariando lucros para si e deixando o país afundar cada dia mais na lama.
Valeu Eloi
Muito grato pela ampliação do texto com seu comentário, sempre pertinente, Elisabeth; abraços
ExcluirVive num pais de coronéis,de políticos profissionais. Enquanto não acabar com o profissionalismo político fica difícil acabar
ResponderExcluircom o favorecimento,com a troca de interesse.
A Democracia brasileira não deixa espaço para o político amador. Porque o profissional compra votos,troca por cimentos,doam medicamentos dos postos de saúde,como se fossem ele que estivessem doando. E por aí vai.
Grandioso seu comentário Valnir!
ExcluirFazem negócio com o que não pertencem a eles!
Grato, Valnir, por sua leitura e pelo comentário, ampliando o tema com sua visão lúcida e realista; abraços
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