Nunca e Sempre são os advérbios que não nos pertencem,
Na invejável estreiteza das propriedades humanas,
todavia vestidas de luxo e grandeza,
Cobertas da inconsciência e da razão.
As mais longas partes do eterno tempo são as que JAMAIS se dão a posuir.
Por ora podem os homens senti-la em seus lábios e enviá-las aos ouvidos, de si e de outrem, numa sensação de domínio ou perda, de vitória ou derrota, em riso e choro, euforia e dor.
A racionalização do tempo, a ditadura do relógio (etc) são apenas o lado frágio da pretensão do homo-sapiens; a filosofia de Descartes tem seu calcanhar de Aquiles maior do que se imagina. Keynes também o confessa, indicando a previsão de "curto prazo" como meio prático de resolução dos problemas humanos.
Mas o momento de agir é um dilema dos homens inerenete a suas propriedades inconscientes; o tempo sempre lhes escapa entre os vãos dos dedos. Deveras na iminência do momento da ação há também os descaminhos do "Por quê ?" e "do como ?"
É na emergência onde mais se apresentam o "nunca" e o "para sempre", no calor da irreflexão. Mas a emergência está no caminho dos homens, desafiando e exigindo a previsão e o cuidado. Ela não pode ser eliminada e é mais danosa que o descontrole do tempo nas mãos humanas.
Usando os versos de Henry Longfellow:
"Forever-never"
"Never-forver"
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